Enio Lins

O passado desastroso quer se infiltrar no futuro esperançoso

Enio Lins 06 de dezembro de 2022

Mais delicada das questões da transição em curso é a ocupação antecipada de postos para o próximo governo. Não é o caso de anúncios pela futura gestão, de cargos que serão nomeados em janeiro, isso é normal. O problema grave é a tentativa do atual desgoverno de se infiltrar no próximo.

Não é o mais grave
problema, pois a pior gestão governamental em toda história do Brasil deixa um legado sem paralelo de desastres administrativos, rapina financeira e destruição institucional – algumas provavelmente irreversíveis –, que nem a equipe de transição consegue dimensionar ainda, apesar dos esforços e das evidências.

Mas essa tentativa de infiltração
é a mais delicada, insisto. Inclui-se nesse rol de impropriedades a pretendida nomeação de comandantes militares para o próximo governo ainda neste desgoverno! O que é isso? Quem for nomeado agora o será pelo meliante Jair B! Quem é nomeado deve o posto a quem nomeou! Querem que o vagabundo do Jair, no apagar das luzes de sua gestão delinquente nomeie os comandantes militares do próximo governo? É de se “ficar incrível” como se diz no folclore político alagoano. Mas existe mais.

Pelo noticiado
recentemente, ocupantes de cargos em comissão do atual desgoverno estariam garantindo espaços em representações do Brasil no Exterior. Seria a “Fuga das Galinhas 2022”? Diz a Folhapress, em postagem às 23:40 do domingo, 4, “com a derrota de Jair (...) na eleição, o comando da Polícia Federal deu início a uma espécie de transição antecipada e está definindo o destino dos dirigentes após o fim do governo. Parte da cúpula da PF deve ocupar cargos no exterior. As indicações já estão tramitando internamente”.

Mas é nada!
Daqui a pouco a atual cúpula da Polícia Rodoviária Federal vai procurar alguma rodovia no Qatar para fiscalizar. Ou, quem sabe, as atuais cúpulas dos órgãos ambientais federais vão buscar postos nas margens do rio Sena.

Na verdade
, desde já, articulam garantias que pouco ou nada será apurado. E, no embalo, garantem privilégios funcionais antecipadamente. E se infiltram, de alguma forma, na próxima gestão, assegurando para si as vantagens das representações internacionais.

Lógico que não cabe
nenhuma perseguição a quem quer que seja por ter participado do desgoverno que se encerra. A maioria dos servidores públicos não se meteu em nenhuma falcatrua, isso é certo. Mas é impensável premiar, no próximo quadriênio, figuras comprometidas com os desmandos dessa quadra maldita.

NOTAS


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Amanhã, 7, será aberta a exposição de obras de Agélio Novaes, um dos mais criativos talentos das artes plásticas alagoanas.

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“Meu mundo é o papel” é o nome da individual, com curadoria de Walter Karwatzky, reunindo colagens, esculturas e gravuras.

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A abertura da mostra está agendada para as 19 horas desta quarta-feira, no Espaço de Exposições do Complexo Teatro Deodoro.

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Sheila Maluf, diretora do Teatro Deodoro, está de parabéns, por mais um ano brilhante, e que será encerrado com chave de ouro.

HOJE NA HISTÓRIA

6 DE DEZEMBRO DE 1768 – A Enciclopédia Britânica (Encyclopædia Britannica) tem sua primeira edição, em Edimburgo, capital da Escócia. É considerada a mais completa e o marco inicial das modernas enciclopédias. A partir de 1901, passou a ser impressa nos Estados Unidos, mas mantendo o inglês britânico como linha ortográfica.

Segundo a enciclopédia digital Wikipédia, “Em 3 de março de 2012, foi anunciado que a Encyclopædia Britannica, agora com sede em Chicago, não iria publicar mais versões impressas em papel focando-se apenas na sua versão online”.

Segue a Wikipedia: “A Britannica inicialmente foi publicada entre 1768
e 1771, em Edimburgo, Reino Unido, e depressa aumentou em popularidade e tamanho, com a sua terceira edição, em 1801, alcançando os vinte volumes. O aumento de tamanho implicou a contratação de colaboradores, e as suas 9ª (18751889) e 11ª edições (1911) são consideradas como marcos no que toca a enciclopédias acadêmicas e de estilo literário. Começando com a 11ª edição, a Britannica foi gradualmente diminuindo e simplificando os seus artigos a fim de os tornar mais acessíveis, e alargar a sua expansão ao mercado nos Estados Unidos. Em 1933, tornou-se a primeira enciclopédia a adotar a política ‘em contínua revisão’, que resulta em que a enciclopédia seja continuamente reimpressa e cada verbete seja atualizado regularmente”

Como diriam os britânicos: “God save the Encyclopædia Britannica!”

Mas é melhor ir logo no original: www.britannica.com, em versão no velho e bom português