Enio Lins
HOJE NA HISTÓRIA

10 DE OUTUBRO DE 1903 – Fundada, na Inglaterra, a União Social e Política das Mulheres (WSPU - Women's Social and Political Union), provavelmente a entidade feminista mais importante da modernidade.
Emmeline Goulden Pankhurst (1858/1928) foi a principal organizadora e líder da nova associação e, segundo o site www.greelane.com, ela “nasceu em Manchester, Inglaterra, em 1858, filha de pais liberais que apoiavam os movimentos antiescravidão e [pelo] sufrágio feminino. Pankhurst participou de sua primeira reunião de sufrágio com sua mãe aos 14 anos, tornando-se devota à causa do sufrágio feminino desde cedo”.

Ememeline era casada com Richard Pankhurst, advogado radical, e teve filhas igualmente combativas e radicais – Christabel, Sylvia e Adela – que jogaram também papel importante na luta pelos direitos das mulheres e, muito especialmente, pelo direito ao voto feminino. Eram as “sufragistas” e usaram, algumas vezes, métodos nada pacíficos em defesa de suas causas e um dos momentos mais dramáticos foi a morte da militante Emily Davison, que se jogou na frente do cavalo do rei Jorge V e foi pisoteada pelo animal. A saga dessas mulheres pode também ser conferida no filme “As Sufragistas” (2015, produção anglo-irlandesa dirigida por Sarah Gavron).
A União Social e Política das Mulheres encerrou suas atividades, em 1917, assim como boa parte das entidades avançadas e internacionalistas por conta das divisões políticas causadas pelos posicionamentos divergentes face à I Grande Guerra Mundial. Emmeline e sua filha Christabel fundaram o Partido das Mulheres.
Sobre Emmeline, a Wikipédia disponibiliza um longo e detalhado verbete, que vale a pena ser estudado, assim como oferece verbetes menores – mas não menos interessantes – sobre suas filhas, seu marido, e até sobre um dos netos. Leitura recomendável.

Christabel Pankhurst (1880/1958) era a filha mais próxima a Emmelyne e divergia politicamente (juntamente com a mãe) das duas irmãs. Exilou-se em Paris e apoiou a guerra contra a Alemanha. Depois da paz de 2018, se estabeleceu nos Estados Unidos, onde seguiu uma inusitada carreira religiosa tornando-se uma pregadora do movimento Segundo Advento.

Sylvia Pankhurst (1882/1960) tornou-se militante comunista. Artista plástica, pintava mulheres operárias, teve um filho único (Richard) aos 45 anos, em 1927. Posteriormente afastou-se da filiação partidária e seguiu lutando contra o fascismo e contra o colonialismo. Passou a viver na Etiópia, onde foi ajudar na luta contra a invasão dos fascistas italianos. Está enterrada em Adis-Abeba como heroína etíope.

Adela Pankhurst (1885/1961) também seguiu inicialmente pela via da extrema-esquerda e tornou-se fundadora do Partido Comunista da Austrália, em 1920, depois rompeu e passou para uma posição diametralmente oposta, participando de grupos fascistas australianos, em 1941. Chegou a ser presa no Japão, para onde viajara para pregar a paz (no meio da II Guerra), em 1942.

Enio Lins
Sobre
Enio Lins é jornalista profissional, chargista e ilustrador, arquiteto, membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Foi presidente do DCE da UFAL, diretor do Sindicato dos Jornalistas, vereador por Maceió, secretário de Cultura de Maceió, secretário de Cultura de Alagoas, secretário de Comunicação de Alagoas, presidente do ITEAL (Rádio e TV Educativas) e coordenador editorial da OAM.