Bartpapo com Geraldo Câmara

SOMOS INDEPENDENTES?

Bartpapo com Geraldo Câmara 09 de setembro de 2022

De Portugal, somos sim. Afinal, o indeciso D.Pedro I tomou coragem e declarou a independência do Brasil. Com isto, gerou uma série de interesses que acabaram por transformar o país num império onde não faltaram risos e choros, porque em casa de imperador nem tudo são flores. Passado algum tempo, Pedro não estava aí para mais nada e o negócio foi declarar o menino Pedro II imperador do Brasil e dar a ele dois sucessivos regentes que foram José Bonifácio e o conhecido Regente Feijó. Pelo menos deram educação aquele que, um dia, por si só seria responsável pelos destinos de um jovem país de menos de 400 anos.

Muita coisa aconteceu e Pedro II conseguiu governar com sabedoria, mas já sabendo que, um dia as coisas iriam mudar neste Brasil que já buscava um outro tipo de independência que seria a proclamação da república. E ela veio. Pela mão de um marechal. Um marechal alagoano que, doente naquele dia, foi alçado ao lombo de um cavalo e levado ao feito que transformaria nosso país de império para república. Primeiro com o nome de Estados Unidos do Brasil e depois para República Federativa do Brasil.

Mas, hoje não estou aqui para falar ou fazer história, não. Estou para fazer locublações. Nem sei se o império era bom para o país ou não. Nem sei se essa briga por eleições existiam naquele tempo, mas sei que é preciso parar para ver o quanto o brasileiro tem sofrido nos últimos anos por absoluta falta de independência. E não estou falando da independência do país, mas da nossa, brasileiros, seres humanos que, com império e com república ainda não conseguimos nos situar exatamente como gente, como povo. Nosso povo é absolutamente dividido em castas onde se situam ricos e pobres, brancos e pretos, índios e sei lá o que, mas com nítida impressão ainda de que essa divisão existe. Por incrível que pareça ainda nos situamos como homens e mulheres, quando elas, enquanto trabalhadoras, ganham menos que os homens. E por que? É evidente, dirão alguns, que existem exceções, mas o próprio substantivo está dizendo: “exceções”. Não queríamos isto. Queríamos ver a independência de cada qual como uma ação generalizada. Se diferenças houverem e elas existem seriam anotadas pelo esforço, pela sorte de cada um, pelos desígnios de Deus. Mas nunca por separatismo entre nós.

Aí está a nossa constituição de 88, depois de tantas outras afirmando que “todos somos iguais perante a lei”. Somos? Parem para pensar nessa mentira porque existem tantas injustiças país afora, tantas desigualdades, tanta falta de independência! Os próprios políticos, nem todos, acusados de fazerem o que querem com as nossas leis são absolutamente dependentes uns dos outros, muito mais para coisas mesquinhas e comezinhas do que propriamente para legislarem corretamente em favor da sociedade.

Haverão de dizer alguns leitores que estou sendo radical, que não existe vida sem dependência. Concordo que ela deva e precisa existir, mas em outros moldes. Em formatos que não permitam o abuso da dependência, o escárnio contra o ser humano, o abuso de autoridade, a confusão do “quem manda aqui” com o ser humano.

O fato é que, neste último sete de setembro comemoramos a independência do Brasil. Perfeito. Se não tivesse acontecido não sei o que seríamos como país. Mas, a nossa geração ainda tem muito o que fazer, o que pensar, o que trabalhar para livrar-se das amarras do passado e começar a construir um país verdadeiramente altivo, realmente soberano. E isto, só se consegue quando o povo sentir-se verdadeiramente independente.


FOTONOTAS

MARCOS ASSUNÇÃO (MARCÃO) - Do alto dos seus bastante metros, Marcão, como é conhecido o Assunção, esbanja simpatia e sempre abre aquele sorriso que normalmente vem paralelamente a um obrigado que lhe é peculiar. Sabe de sua competência na organização de eventos especiais ao lado de sua Fafá Rocha, mas o faz com tanta humildade, pedindo o que é preciso e sempre sabendo pedir. Daí talvez o círculo de amigos que o rodeia seja fiel e o entenda em todas as suas reivindicações. Titular do Prêmio Selma Bandeira que homenageia mulheres de fibra e do Prêmio Odete Pacheco que reconhece o trabalho de radialistas, Marcão vai procurando e desbravando seus caminhos com a animação de um jovem e com a garra dos que sabem que precisam sempre correr. Correr e vencer, amigo Marcão.

MARÇAL ARANHA – O cara é uma figura genial. Consegue unir suas qualidades profissionais com as de gente que gosta de gente e sabe lidar com gente. Gente! É muita gente na história, né? Na verdade, Marçal que funcionava como assessor especial do Conselheiro Rodrigo Cavalcante no Tribunal de Contas, de repente pelas mãos do Rodrigo, foi desafiado e guindado à diretor Técnico da Escola de Contas daquele TCE e já com a missão de coordenar o XIII Educontas do qual já falamos em nossa coluna. Aí mostrou todo seu jogo de cintura respeitando os superiores com galhardia e ao mesmo tempo colocando suas pretensões e competência em favor do evento. Resultado? Nota 10 com louvor, obviamente contando com vários setores e com a dedicação de todos. Grande Marçal! Vá em frente, menino! Humildade com sabedoria.


PARE PRA PENSAR (do meu livro do mesmo nome)

Incoerência é a palavra simpática para dizer que alguém não diz coisa com coisa.


ALERTAS DO DIA


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O Tribunal de Contas de Alagoas que não para de trabalhar em todos os sentidos dos seus objetivos, também participa de determinadas homenagens que são prestadas, como por exemplo, agora, quando do 30o aniversário da Atricon – Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil e que está sendo comemorado por regiões. A região Nordeste contemplou Alagoas para receber os convidados que estarão reunidos, hoje, 09 de setembro, no auditório do TCE-AL ouvindo dentre outras a palestra magna do ex-presidente do STF, o alagoano Humberto Martins. Outros também expressarão suas opiniões sobre o trabalho da Atricon em prol da sociedade como um todo.

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Vamos raciocinar juntos. O emaranhado de uma campanha política gera fatos que às vezes nem imaginamos que possam ocorrer. Por exemplo, agora, o próximo dia 12 é importantíssimo para o candidato que quiser trocar de candidatura porque é o prazo máximo; na verdade 20 dias antes das eleições. Um candidato que vinha em segundo lugar e de repente as pesquisas o colocam em terceiro lugar pode desistir de sua candidatura e se colocar na disputa por outro cargo que lhe seja mais favorável? Pode, Dentro do prazo falado pode. Pois é! Isto está acontecendo e não será surpresa nenhuma se essa atitude for tomada por um certo candidato.

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Não sou e jamais seria contra os auxílios que estão sendo distribuídos pelos governos, federal e estaduais em função de pandemia, de chuvas e outras coisas mais. No entanto, a coisa está tomando um vulto muito grande e me pergunto onde o governo federal está trabalhando para dar o anzol e não o peixe. Não podemos criar um país exclusivamente assistencialista onde os “Auxílios Brasil” e outros mais passem a ser meios de vida, sem que o trabalho esteja por trás. Até admito que existam e continuem por bom tempo, mas cobro do governo a criação de um projeto grandioso de geração de trabalho, o que nem sempre quer dizer emprego. O brasileiro quer dignidade. Alerta, gente!

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A cachaça, essa nossa bebida nacional que com o passar dos tempos adquiriu “finesse” e está em todas as rodas, das mais ricas as menos favorecidas, está prestes a receber grande homenagem com a criação do “Mês da Cachaça”, uma ideia recentemente lançada em São Paulo pelo “bartender” premiado Cristoph Carijó e que certamente vai vingar. O movimento neste sentido está crescendo bastante e pelo andar da carruagem, 2023 já vai poder ostentar um mês, talvez setembro ou outubro como o mês dedicado a essa bebida especial, apreciada e cada vez mais bem fabricada com a busca de deliciosas misturas e estudos profundos sobre o assunto.

POR AÍ AFORA


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O Reino Unido está de Primeiro-Ministro novo ou, mais precisamente, ministra. Mais uma mulher à frente do governo, Lys Truss, chega para tentar substituir o embrulhão antecessor que sai do governo com uma pecha meio duvidosa. Esta mulher que já foi ministra das Relações Exteriores assume a Grã Bretanha num momento altamente difícil em que o país enfrenta, como outros, a crise provocada pela guerra Rússia versus Ucrânia e que vem acompanhada de outros problemas como, por exemplo a questão da redução do óleo em toda a Europa. Sem contar a inflação. Problemaços!

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Os Estados Unidos da América parece não gostar de receber visitantes brasileiros, mesmo. Parece uma coisa que tende a dificultar tudo. Agora, a graça é que quando você faz a renovação do visto precisa ficar sem entrar no país por seis meses após a validação do visto. Um negócio absolutamente absurdo que não leva a nada. Se esse prazo fosse para cumprir alguma necessidade prescrita em função de prevenção, tudo bem. Mas leva a que, você ficar esperando esse tempo sem absolutamente nenhum propósito. É por isso, que melhor é conhecer o Brasil. Lindo todo!

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Fui à Colômbia pela primeira vez em 1974. Lembro-me que estava no Panamá, no aeroporto preparando-me para tomar o avião quando a recepcionista da Companhia Aérea me perguntou se eu havia adquirido as correinhas. Não entendi e ela me explicou que era para amarrar a mala nas pernas enquanto estivesse despachando alguma coisa. Evitava que os ladrões a levassem. Lá em Bogotá. E ainda me deu outro conselho para que, se fosse alugar carro, colocasse o relógio no punho direito porque eles roubavam pela janela. Naquela época os carros não tinham ar condicionado. Em 2006 voltei ao país e fiquei surpreso com o nível de segurança fantástico.

ATÉ A PRÓXIMA


Amanhã, sábado é dia de “BARTPAPO com Geraldo Câmara”. Na BAND, canal 38.1 aberto; NET CLARO, canais 18 e 518; BRISANETE, canal 14; VIVO, canal 519. Das 9 às 10h da manhã. Assista e inscreva-se também pelo Youtube no canal “Programas do Geraldo Câmara”. Fale conosco pelo [email protected] ou pelo Whats’App 82 99977-4399