Alisson Barreto

DISPERSOU OS ORGULHOSOS

Alisson Barreto 26 de agosto de 2022
DISPERSOU OS ORGULHOSOS
Dispersou os Orgulhosos - Foto: Alisson Barreto

O que tem a ver e qual o nível de divisão implícito em movimentos cismáticos históricos como o Cisma do Oriente (ano 1.054 d.C.), o Protestantismo (1.517 d.C.) e os movimentos antiepiscopais e antipapais da atualidade?


Para compreender bem esses fenômenos, é preciso compreender que há porquês que nem sempre são percebíveis ou facilmente observáveis, mas que levaram às eclosões dos supracitados momentos históricos e que enveredam por ao menos uma das formas de agir do Divisor (Do latim, Diabolos, Diabo): o orgulho, que se reflete na ânsia de supremacia, de se sentir melhor que os outros, a pessoa escolhida, a pessoa diferenciada, a curva na história, a pessoa que vai salvar o mundo ou talvez até uma tendência à megalomania ou algo similar.


O CISMA DE 1.054 d.C.



Nota-se que, no caso do Cisma do Oriente, o orgulho dos cristãos orientais se dá na crença de que eles que teriam a forma correta do culto, a ortodoxia, de tal forma que poderiam ou mesmo deveriam negar o primado de Pedro sobre os demais apóstolos. Nesse ímpeto, para negar-se à obediência ao sucessor de Pedro — ou seja, o Papa — colocaram-se contra a atual profissão de fé dos cristãos, o credo no qual se diz que se crê no Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho para dizerem que só procede do Pai, ainda que os cristãos ocidentais afirmem que ao dizer procede do Filho se diz em um segundo momento, não negando que primeiramente vem do Pai. Sem se estender nessa explicação, para não fugir ao tema, o fato é que o orgulho os levou a um falso motivo de negação ao Papa, no intuito de agirem nos e enaltecerem os ritos com os quais tinham afinidade, bem como para combaterem o Ocidente, a Igreja romana e o modo de agir ocidental.


A SAÍDA DE 1.517 d.C.



No caso do Protestantismo, o orgulho lançou lentes sobre erros de cristãos que se desviavam no agir. E o fizeram com tal proporção que deixaram de enxergar a direção do Espírito Santo sobre a Igreja (vocacionando cristãos e escolhendo os Papas), para cederem à tentação de trocarem o aprendizado por meio dos ensinamentos dos apóstolos (na Tradição católica) pelas próprias interpretações da Sagrada Escritura. E assim, eles trocaram a unidade no Corpo de Cristo por uma reinterpretação adaptativa de um corpo de muitas cabeças que se opõem ao cabeça escolhido por Cristo e à oração sacerdotal de Jesus que diz para que todos sejamos um n’Ele como Ele e o Pai são um.


O MUNDO EM 2.022 d.C.



Nos tempos atuais, têm eclodido movimentos ditos tradicionalistas ou conservadores, com âncoras em (a) determinado ponto histórico e (b) dogmatização de (b.1) escritos não dogmáticos e (b.2) supostas aparições que atentam contra o Papa e outros clérigos. Tais movimentos cismáticos avançam em acusações contra o Papa Francisco e, não raro, são simpatizantes dos ortodoxos ou dos protestantes. Alguns até chegam a fazê-lo por fideísmo a um político ou por crendice à falsa aparição “anguerista” (o neologismo aqui dá-se para não confundir com quem nasce em Anguera-BA, que é anguerense e pode não querer ser confundido ou ver sua cidade confundida com os seguidores de Pedro Régis).


A verdade é que o Senhor fez maravilhas em Maria Santíssima e por meio dela. O Nome do Senhor é santo.


— Ainda assim, muitos usam o santo Nome de Deus em vão e se negam a reconhecer que Maria é Bem-Aventurada.


O senhor derrubou poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.


— Conquanto, de tempos em tempos, orgulhosos se insurgem e promovem divisões, tentando a acreditar que têm as melhores interpretações da Sagrada Escritura ou da forma de cultuar, colocando muitos a rebelar-se e levantarem voz em coro com o Divisor, atacando Papas e outros bispos, atacando padres e quaisquer que não coadunem com seus pensamentos ou posicionamentos enganosos, hostis, sectários ou traiçoeiros.


O Senhor saciou os famintos e despediu os ricos sem nada.


— Apesar disso, muitos acabaram reclamando do “maná” que o Senhor lhes deu para saciarem a fome. Muitos acabam se afastando da Comunhão e procurando bezerros, budas ou colares de ouro. Muitos deixam de saciarem-se com graças para levarem uma vida de costas para as bênçãos de Deus. Muitos ignoram o Pão da Unidade para irem atrás de ímpetos de divisão.


O Senhor acolheu a Israel, Seu servidor, fiel ao Seu Amor.


— Mesmo assim, muitos viram as costas para Israel e para os servidores escolhidos para Deus para trabalharem em Sua vinha.


O Senhor prometeu misericórdia a nossos pais, em favor da descendência de Abraão, que é restaurada, salva e dignificada em Cristo.


— E quantos filhos se negam a participarem da descendência de Abraão e negam-se a participar do Corpo de Cristo! Quantas e quantas vezes trocam-se a busca da misericórdia generosa de Deus pelos farelos e flagelos do orgulho e da ganância da vida socialmente egoística, egocêntrica ou “egolátrica”!



ÁRVORES E RAMOS EM CENÁRIO APOCALÍPTICO



Jesus roga ao Pai para que todos sejamos um (Nele) como Ele e o Pai são um (na unidade da Santíssima Trindade). Não obstante, muitos se empenham tanto em ataques que fomentam divisões e, dessa forma, em vez de ajuntar, espalham. Não percebem que o ramo que não produz fruto na unidade será retirado da unidade, cortado. Não percebem que a árvore que não produz frutos de amor e unidade em Cristo, não produz bons frutos e, por não produzir bons frutos, será cortada e atirada ao fogo. (cf. Jo 15,1-8; Mt 7,19; Lc 13,1-9; Ap etc.)


Afinal, nem todo aquele que diz “Senhor! Senhor” entrará no Reino dos Céus (Mt 7,21). Aliás, muitos o dizem com os lábios para Deus, mas renegam-No com seus dentes contra os que são de Deus.


Se puder dizer comigo, junte-se em oração:


Diante desse quadro atual, declaro que não troco a fé de Cristo por outra fé; não dou a “César” o que é de Deus; não nego a profissão de fé cristã e meu amor à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica romana para satisfazer as vaidades de homens que atacam o Papa e a unidade da Santa Igreja. Não enveredo pela divisão dualista do “ou esquerda ou direita”; pois opto por ir em frente, cristocentricamente, para o Reino de Deus.


Por amar ao Senhor acima de tudo (não apenas acima de todos), digo não a todo caminho de divisão. Digo sim à unidade do Corpo de Cristo e, no Corpo de Cristo, sou filho(a) de Deus Pai, que me deu a Virgem Maria como mãe. Por amor ao meu Senhor, creio na Palavra de Deus, creio nas palavras de Cristo, que é a Pedra Angular da Igreja que Ele mesmo edifica em Pedro, cujos sucessores são escolhidos pelo Espírito Santo e são chamados de Papas. E proclamo a todos que creio conforme o Credo da Santa Igreja de Cristo, guiada pelo Papa, escolhido pelo Espírito Santo, para cumprimento da vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que não mente, pois é a Verdade. Amém.



Por fim, caro leitor, como é perceptível, é tempo de orar pela unidade, pela humildade e pelo fortalecimento do Amor nos corações dos filhos da Santa Mãe Igreja.


Com humildade cristocêntrica, volvamos o nosso olhar para o Senhor que dispersou os orgulhosos.