Alisson Barreto

O tesouro da paz e o seu empenho

Alisson Barreto 13 de agosto de 2022
O tesouro da paz e o seu empenho
O tesouro da paz e o seu empenho - Foto: Alisson Barreto

A humanidade é composta de indivíduos cujos olhos se voltam para diferentes buscas, conscientes ou inconscientes, da repetição do que se está a fazer à busca por riquezas que podem ser dinheiro, poder, fama, número de seguidores em redes sociais, influência sobre apoiadores de uma determinada causa, quantidade de bajuladores que alcança ou, dentre outras, a paz.


A paz é um tesouro que muitas vezes passa desapercebido. As pessoas sempre se esquecem da importância de um mundo em paz, mas muitas vezes se esquecem da relevância que é estar em paz. Muitas vezes é ignorado o valor de buscar a paz, fazendo da paz um tesouro esquecido, ignorado, um tesouro tão longe e tão perto.


Quem tem paz sente paz, inspira paz, exala paz, inspira à paz. Como tu te vês nesse cenário, em relação à paz? A paz social emerge da paz individual, de modo que a pessoa aperceber-se se transmite paz e se está em paz é importante passo contributivo para a paz social.


Muitos ocupam-se com o que lhe dão e, praticamente sem questionar, apenas seguem adiante, numa talvez paz na qual pode faltar algo mais e que o futuro poderá mostrar. Muitas vezes a repetição, o mecanicismo e o ativismo enveredam a pessoa por um reiterado repetir-se que pode estar a não realizar aquilo que o próprio coração se realiza na existência.


Aliás, por falar em ativismo, muitos brotam de desejos justos e que podem ser utilizados com equilíbrio ou exacerbação. Num universo de desejos a escolher, muitos apaixonam-se com desejos que cegam e tiram a paz, muitos dos quais até se empenhando por atacar a paz de outros tantos que se aproximem. E isso pode ser bem perceptível em alguns ativismos veganos, ecológicos, ritualísticos, espiritualistas ou políticos. Aliás, em ano de eleição, cuidado com o que pode tirar-lhe a paz!


Tirar a própria paz ou a paz de quem lhe circunda pode ser algo que a pessoa pode achar ser apenas um meio até que se alcance o objetivo pretendido. Alguém pode pensar que invadir a esfera do vizinho pode ser apenas um breve preço a pagar para se tornar grande ou voltar a ser grande de novo. Isso vale para países e vale também para as relações interpessoais. Onde está a sua paz?


A paz pode estar sendo ignorada em atos simples do dia, nos quais em vez de a pessoa enxergar a beleza do Sol que ilumina ou a refrescância da chuva que cai, foca seu olhar no fato de o outro não ser perfeito como gostaria que fosse. Nesse sentido, a subjetividade da pessoa deixa de enxergar a beleza objetiva da criação e da evolução para fixar o olhar nos anseios não realizados. Um olhar para as realidades da vida sob uma perspectiva negativista pode fazer trocar os benefícios da xícara objetivamente meio cheia para a falta de preenchimento ocorrida na xícara meio vazia. Onde tua achas que se encontrará mais paz?



Para encontrar o tesouro da paz ou reencontrar-se com ele é necessário empenho e ao mesmo tempo basta o empenho de enxergar a beleza que há nas coisas mais simples. A beleza e a paz muitas vezes estão bem diante dos nossos olhos, apenas escondidas por trás das lentes subjetivas que colocamos em nossas formas de enxergar.