Alisson Barreto

O Multidimensional Xadrez Geopolítico

Alisson Barreto 18 de fevereiro de 2022
O Multidimensional Xadrez Geopolítico
O Multidimensional Xadrez Geopolítico - Foto: Alisson Barreto

O Multidimensional Xadrez Geopolítico

No xadrez tradicional, tem-se um tabuleiro e peças físicos, movimentos possíveis pré-definidos e conhecidos pelos jogadores, bem como dois objetivos: o imediato, que é alcançado com a captura do rei adversário, e realiza o objeto mediato: vencer. No xadrez geopolítico, para alcançar o objetivo mediato, defronta-se com inúmeras variáveis, inclusive o objetivo imediato.

O xadrez tradicional é tridimensional e as peças têm seus próprios tipos de movimentos, avanços ou recuos frontais, laterais ou diagonais, os quais, simples ou combinados, lembram desenhos de cruzes, ou barras, ou letras que lembram o X, o L, o J e o I. Já vislumbrou a ocorrência dos ataques de xadrez no cenário geopolítico?

No ambiente geopolítico, o xadrez é multidimensional, quase “multiverso” e é possível dizer: também “meta-real” ou “metaverso”. Ou seja, utiliza-se também de metadados e de ambientes não paupáveis. Assim, as peças não são peões, cavalos, torres, bispos, rei e rainha; mas poderio militar, “desenvolvimentista”, diplomático, educacional, tecnológico, científico, comercial, normativo, legislativo, econômico, digital, humano, artificial e os movimentos não se restringem aos que ocorrem no espaço físico, mas se realizam no bélico, intelectivo, artístico, ideológico, econômico, jurídico, fideísta, informativo, formativo, nacional ou internacional, inclusivo ou “fóbico”, altruísta ou egoístico, isolacionista ou globalista, individualista ou coletivista e proporcional ou desproporcional, dentre outros possíveis, os quais podem ser temporários ou duradouros, de efeitos a curto, médio ou longo prazo.

Em ano eleitoral, o voto de cada cidadão prepara o país para lidar multidimensionalmente com o xadrez geopolítico, num mundo que não espera os imediatismos de atitudes populistas e eleitoreiras, mas segue seu rumo com avanços ou retrocessos em direitos humanos, direitos dos povos, democracia e desenvolvimentos.

Motivo pelo qual é preciso indagar-se se o candidato preferido está preparado para lidar com os desafios individuais, sociais, nacionais e internacionais, neste imenso xadrez chamado mundo, bem como se a própria escolha está embasada em dados reais ou numa jogada enxadrista de outrem.