Dr. Wanderley Neto

O BALANÇO SOCIAL

Dr. Wanderley Neto 05 de dezembro de 2021
O ano de 2021 está findo. É hora de todos nós, pessoas, empresas ou governo, fazermos um balanço e começarmos tudo de novo. Imposto de renda, dívida a saldar, sonhos e projetos são alguns dos tópicos da nossa agenda. Deveríamos incluir neste balanço, nossa performance como cidadão, o que fizemos e deixamos de fazer pelos que nos cercam, familiares e amigos, e pelo coletivo. Talvez assim possamos ver que muitas das coisas que reclamamos, poderiam ser resolvidas ou melhoradas com a nossa participação.                                                                                                          As empresas, em sua maioria, fixam-se no balanço anual referente a contabilidade financeira e patrimonial. Esta é uma medida básica e legal para com o governo e seus acionistas. Entretanto, nos tempos atuais exige-se cada vez mais um outro tipo de balanço – o de responsabilidade social e ambiental. A população quer saber de modo transparente o desempenho da empresa no campo social e boas práticas ambientais; o que foi realizado fora dos seus muros e da sua atividade principal. O comportamento dos seus dirigentes e suas posições sobre temas que interessam a sociedade, certamente, serão mais um diferencial a ser observado num mundo cada vez mais parecido e, também, um potente instrumento de marketing. Se eu tenho que comprar um quilo de açúcar em meio a várias marcas similares em qualidade, uma empresa com balanço socioambiental positivo e com selos que constatam práticas socialmente responsáveis e a ações de sustentabilidade empreendidas, motivarão a minha escolha. Não é por acaso que nos países desenvolvidos, a maioria das corporações priorizam a divulgação de boas práticas como forma de angariar valor e apoio institucionais dos consumidores e dos acionistas. Tudo isso significa que a chamada atuação social com inclusão e qualidade de vida não é uma tarefa exclusiva do governo, e que há uma urgente necessidade de mudarmos o conceito de empresa privada e da nossa participação como cidadãos e consumidores na construção de um futuro melhor. Avançamos com conscientização na última década, mas temos ainda muito a avançar. Sempre debatemos e criticamos o atraso dos empresários, mas esquecemos que nós, que também somos protagonistas e elo importante no âmbito mercantil, podemos interferir para ajudar e proteger a sociedade e seu meio ambiente. Pense nisto no novo ano que se desponta.