Alisson Barreto

Em tempos de pandemia, andar sobre as águas

Alisson Barreto 11 de maio de 2020
Em tempos de pandemia, andar sobre as águas
Reprodução - Foto: Assessoria
Em tempos de pandemia, andar sobre as águas 11-5-2020|Alisson Barreto Com a pandemia, o barco de nosso coração se agita com os ventos das adversidades. Ares sopram contrariamente e saber como proceder diante da agitação cardíaca e evitar o naufrágio é crucial. Notícias alusivas à covid-19 e paixões políticas ou ideológicas têm levado muitas pessoas a quadros psicológicos com reflexos cardíacos e psiquiátricos, por exemplo. Um turbilhão de emoções imersas em caldeirão de apaixonadas explanações de percepções ideológicas de mundo tão divergentes que geram “insegurança subjetiva” e visões deturpadas ou negacionistas da realidade. Um fervente lago de emoções que prejudica a saúde de muitos. Na Sagrada Escritura, há dois textos que podem ajudar, substancialmente, a apaziguar nossos barcos interiores. Uma é dos discípulos na ocasião em que Jesus anda sobre as águas (Mt 14, 22-33) e outra é a dos soldados quando Jesus morre (Mt 27, 54). Em ambas, o reconhecimento de que estavam diante do Filho de Deus. No primeiro caso, tem-se a seguinte situação: os discípulos estão a atravessar um lago e o vento lhes é contrário, agitando barco. Ora, em algumas situações, os ventos da adversidade afligem-nos com agitações e perda de paz. Na ocasião relatada, Jesus vai ao encontro dos discípulos como prometera, mas de uma forma inusitada: andando sobre as águas. Os discípulos reagem com medo. Ora, quantas vezes o medo de enxergar uma realidade que não faz parte do nosso momento nos dificulta ir ao encontro de Jesus. Mas Pedro pede ao Cristo para ir ao seu encontro e, sendo atendido, vai ao encontro de Jesus até que, de repente, sente a violência do vento, tem medo e começa a afundar. Mais uma vez: “ora”, quantas vezes, no seguimento a Jesus, nos vemos em situações em que desviamos o olhar de Cristo e afundamos? Pedro, porém, exclamou ao Cristo: “salva-me!”. E Jesus estendeu a mão e o salvou. A questão é quantas e quantas vezes precisamos gritar também a Nosso Senhor Jesus Cristo: salva-nos! Quando Jesus entra no barco, a tempestade cessa, a paz reina. Eis que os discípulos que estavam no barco prostram-se diante de Nosso Senhor Jesus Cristo e declaram: “Tu és, verdadeiramente, o Filho de Deus!”. No segundo caso, a situação é similar: após verem tudo o que acontecera após a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, o centurião e seus soldados, temendo e conversando entre si, declaram: “Verdadeiramente, esse homem era Filho de Deus”. Situações diferentes, pessoas diferentes, mas declarações confluentes. A questão, portanto, não é o barco físico; mas o reconhecimento subjetivo da Verdade objetiva. Poder-se-ia perguntar qual seria a atitude dos militares romanos se, antes do ocorrido, vissem com clareza que Jesus é o Filho de Deus: a quem e como serviriam? Mas a questão mais relevante é outra: a paz do Espírito Santo reina em quem está com Jesus e quem se volta para Ele caminha sobre realidades que parecem impossíveis. Sobre essas perspectivas, somos convidados a meditar em tempos de adversidade. Pandemias e desempregos são duas dessas que ensejam a meditar sobre isso. Onde está a nossa paz? Quão firme ela permanece nas adversidades? E nos momentos em que nos vimos afundar, solicitamos a ajuda de Nosso Senhor Jesus Cristo? Com essas palavras, convido o nobre leitor para investigar a paz em seu coração e buscar o Meio eficaz para restaurá-la ou mantê-la. Segue, em vídeo, poesia correlata: [embed]https://youtu.be/M_HdayeXc0g[/embed] Maceió, 11 de maio de 2020. Alisson Francisco Rodrigues Barreto