Alisson Barreto

Bônus e ônus do marketing estatal

Alisson Barreto 04 de maio de 2020
Bônus e ônus do marketing estatal
Reprodução - Foto: Assessoria

Bônus e ônus do marketing estatal

Algumas pessoas estimam tanto o marketing, que camuflam realidades pessoais como se a propaganda de si bastasse. Essa situação acontece na vida pessoal e pública das pessoas. Vale também na imagem que um país passa para o cenário nacional. Mas qual o preço a pagar nas relações internacionais e desenvolvimento pátrio? Se um indivíduo abre uma empresa e investe pesado em boas aparência e propaganda, atrairá muita gente para visitá-la, mas se atender mal, cobrar caro ou prejudicar o cliente, não o manterá. O mesmo vale para o estudante que se arruma e faz pose de detentor de conhecimento: sua aparência não vai aumentar o conhecimento. Da mesma forma, se um país apresentar números de pessoas nas escolas e atrair investimentos, quando os investidores perceberem que por trás daqueles números há corrupções e baixíssimo nível de conhecimento e capacidade intelectiva, a aparência dos números entram em descrédito diante da primazia da realidade. A situação vale também para o polêmico trio futebol, política e religião. Um time não se torna campeão porque tem uma camisa bonita ou nomes de destaque, precisará alcançar, suficientemente, as vitórias necessárias. Não adianta dizer que é de direita ou de esquerda e não gerar bons resultados e condutas moralmente corretas. Na religião, a propaganda de amor e de paz não combinam com a disseminação de ódio e violência. Assim, se uma pessoa diz amar o sacerdócio, mas se empenha em disseminar ódio aos sacerdotes, é incoerente e com seus atos atenta contra a própria fala. Da mesma forma, o time que entra em campo com muitos flashes e sai das partidas com muitas derrotas e o político que se propõe combater as coisas erradas e faz coisas erradas quando chegar ao poder. Nesse sentido, percebe-se que o marketing feito em cima de uma pessoa, organização ou país pode até gerar benefícios imediatos, mas a longo prazo acaba gerando descrédito. Talvez por isso que políticos, religiosos e empresas investem tanto em situações emocionais; pois pessoas apaixonadas por tais nomes, acabam se fidelizando e fazendo parte do empenho em promover e defender o que acreditam, desdenhando dos fatos. O problema é que, aos olhos de quem vê de fora, fica visível que se está diante de um fanatismo, uma alienação ou massa de manobra. E muitos são os que se encontram nas situações acima, mas não percebem, pela fé que depositam naqueles que seguem. Agora, imagine um país que tenta, por anos e anos, fazer uma imagem de país que vai dar certo e investe em educação para todos; mas os outros países percebem que as coisas ali só funcionam no “coronelismo” e a base da troca de favores e propina, no tráfico de influência. Com o tempo, a propaganda cai em descrédito, pois o país revela quem ele é. Num jogo de xadrez, não importa se uma rainha se enaltece porque se vê mais importante que um peão, ali são todos peças manipuladas por jogadores. Às vezes o marketing, pessoal ou estatal, ganha ares tão distanciados da verdade que as pessoas perdem a conexão com a realidade. Assim, ações de empresas podem estar tão superfaturadas que a situação não se sustenta e elas despencam, como no caso da queda da bolsa de 1929. Em algumas situações, a propaganda do líder popular é tão grande que um país está afundando em uma guerra e seu povo só percebe quando perde, como no caso da Alemanha nazista. Ou a apresentação de uma situação se faz tão comum que a população não se dá conta da realidade por longos tempos, como o caso pretérito da escravidão ou o hodierno das mortes de nascituros em abortamentos. Primeiro vêm a forma de sentir e enxergar. Depois, a conta. Por fim, convém lembrar que só Deus sabe tudo, inclusive as profundezas dos corações, o que não nos declina o dever de buscar melhorar. É preciso acordar e ver o estrago que ocorre por estar dentro da caverna. E resolver sair para realizar o que se almeja, sabendo que a verdadeira realização não consiste no ter, no status nem no ser visto, mas no ser. Poesia anexa: [embed]https://youtu.be/wG3YafS2CpI[/embed]   Maceió, 4 de maio de 2020. Alisson Francisco Rodrigues Barreto Sobre o autor: Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo (Seminário Arquidiocesano de Maceió), bacharel em Direito (Universidade Federal de Alagoas), pós-graduado em Direito Processual (Escola Superior de Magistratura de Alagoas), tendo também cursado, parcialmente, os cursos de Engenharia Civil (Universidade Federal de Alagoas) e Teologia (Seminário Arquidiocesano de Maceió). Autor do livro “Pensando com Poesia” e escritor do blog “Alisson Barreto” (outrora chamado de “A Palavra em palavras”), desde 2011, e da Revista Pio. Alisson Barreto na internet:   Site pessoal: Alisson Barreto, acesso em https://sites.google.com/view/alissonbarreto Revista pessoal do autor: Revista Pio, acesso em https://alissonbarreto14.wixsite.com/revistadigital-pio "Blog" do autor: Alisson Barreto, acesso em http://tribunahoje.com/blog/a-palavra-em-palavras/   Twitter: @alissonbarreto1 (acesso em https://twitter.com/alissonbarreto1) LinkedIn: @alissonbarreto1 (acesso em https://www.linkedin.com/in/alissonbarreto1/)