Alisson Barreto

Guerras: os graves riscos e porquês

Alisson Barreto 27 de janeiro de 2020
[embed]https://youtu.be/olNMmaDHj-I[/embed] Às vezes as notícias de guerras são vistas como uma página da história, uma imagem distante ou mesmo cenas de videojogo: cenas que soam lúdicas ou ludistas. Mas a verdade é que a guerra é mais interna e intensa do que se imagina. Vamos aos porquês e às respostas!

As guerras estão longe?

Tão longe elas.

Elas: mazelas em cada um.

GUERRAS MILITARES. Desde os primórdios, a humanidade se depara com conflitos entre membros, nos quais se utilizam meios cada vez mais aprimorados ao combate: do empurrão aos socos, chutes e cotoveladas; das mãos às pistolas e rifles; dos revólveres aos mísseis; dos aviões aos drones. Enfim, do contato físico direto ao controle à distância, da ação direta do homem à utilização de inteligência artificial. Hoje, a humanidade se depara com tecnologia tecnologia para fazer reconhecimentos faciais e ataques de pessoas específicas a bombardeios generalizados; de ataques com fogo a químicos. Mas um ataque bélico não começa de um nada, tem pessoas e interesses por trás. Em outras palavras, nem todo guerreiro tem ciência do porquê que o insere na guerra.

Guerras, do punho ao fogo,

O homem por trás delas.

Guerras, dentro ou fora,

Sem trégua, subsistem elas.

GUERRAS IDEOLÓGICAS. Guerras ideológicas se desdobram de forma consciente ou não. (A) Hábeis argumentadores são capazes de convencer pessoas carismáticas a propulsionarem ideais que acreditam, tendo ciência ou não de maldades ocultas nas ideologias que abraçam. Assim, um líder político pode ser convencido que, por ex., determinada filosofia é melhor para os pobres, em alguns casos até convencendo a matar em nome da causa. Óbvio que, nesse caso, se esquivam do ensinamento moral pelo qual “os fins não justificam os meios”, disseminando a ideia de utilização de meios, ignorando a moralidade natural, para atingir seus objetivos. (B) Em outro exemplo, um hábil argumentador é capaz de convencer que o desenvolvimento da economia por si só gerará bem-estar, ignorando desigualdades sociais e nada fazendo para equilibrar a balança da justiça em favor de desfavorecidos, portanto, ocultando ou negando o valor da justiça distributiva e proporcional. Guerras ideológicas, por conseguinte, trazem internamente valores subjetivos e espirituais por trás de quem gera e quem coloca em prática. Estes, muitas vezes, manipulados por acreditar no ideal sem conhecer seus porquês ocultos.

Pensa, ó homem!

Tuas paixões te fazem manobrável.

Mesmo o pensar de um líder pode vir de outrem.

E as decisões de um homem o fazem refém.

GUERRAS ESPIRITUAIS. As guerras espirituais têm dois campos de batalha: intrassubjetivo e intersubjetivo. Este diz respeito às escolhas por lados e práticas espirituais; aquele, às deliberações de foro íntimo e combates internos entre desejos conflitantes em um indivíduo. Também nessas trincheiras há vulnerabilidades manipuláveis, afinal, (1) muitos se negam a observar a existência de induções e tendências prévias muitas vezes prévias ou externas ao individuo e (2) muitos deixam de buscar razões à fé que abraçam por crerem que a fé não requer ou até mesmo se oporia à razão. Nas linhas pregressas, fica claro que há dois perigosos extremos: um que se nega a enxergar a existência do fator espiritual e outro que se nega a enxergar seu direito-dever de optar pela fé cuja razão o ilumine a crer. Uma das questões que se ocultam numa guerra é a capacidade de fazer escolhas que levam ao equilíbrio psíquico. Algumas pessoas, empenham-se tanto em enxergar o mal do lado a que combatem que se imbuem de um alto poder destrutivo, às vezes até produzindo um mal semelhante ao que combatem. É preciso saber de que lado quer combater, pois combater o mal com o mal é optar pelo Mal ao invés do Bem. É preciso voltar a disseminar o amor, em combate ao desprezo e ódio. Pois o contrário do diálogo respeitoso são a intolerância, o bullying e o desprezo. É preciso lembrar-se de que é com luz que se dissipam as trevas!

Se pela divisão ou pela unidade,

Destruição ou bondade, cada decisão é tua.

Cada uma é a oportunidade!

Maceió, 27 de janeiro de 2020.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto*

______ * Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado. Autor do blog Alisson Barreto (outrora chamado de “A Palavra em palavras”), na Tribuna desde 2011, e também do livro “Pensando com poesia”.