Alisson Barreto

Missões, entre bananas e cascas de ovos

Alisson Barreto 01 de outubro de 2019
Missões, entre bananas e cascas de ovos
Reprodução - Foto: Assessoria

Missões, entre bananas e cascas de ovos

Por Alisson Barreto Publicado em 1º/10/2019

Num mundo polarizado entre intolerâncias religiosas e relativismo religioso, inicia-se o mês de outubro, o qual é dedicado às missões. Como apresentar o Absoluto neste quase caótico mundo frágil e bruto?

(I)

O medo de pisar em cascas de ovos pode gerar um banana.

Mas as cascas das bananas podem levar muitos aos cacos.

Num mundo de tantas falácias, quem são os fortes ou os fracos?

A intolerância e o relativismo religiosos. Em alguns lugares, observam-se casos extremos de intolerância religiosa – os casos mais comuns são as mortes de cristãos por estados ateístas ou por extremistas religiosos islâmicos. Em outros, como é mais comum no Brasil e Europa, percebe-se uma grande tolerância religiosa relacionada a um preocupante relativismo religioso.

As mentiras cercam o verdadeiro procurando derrubá-lo.

Chamam-se de frágeis, agindo com brutalidade.

Chamam-no de bruto para poderem quebrá-lo.

Alguns problemas de cognoscência. Um dos grandes problemas atuais em relação à missão evangelizadora é a própria má compreensão do que vem a ser a missão. Outra questão a se observar é a compreensão do caráter missionário do cristão. Partes das distorções se dão pela proliferação de heresias e baixa qualidade das formações catequéticas no próprio ambiente católico.

Missão é dar a oportunidade de conversão.

O amor não se contenta com migalhas.

E não se fecha em seu “mundão”.

O amor é a seiva da missão!

Coerência de fé. Deus não é um mascarado que ora aparece para um grupo de uma forma, ora para outro de outra. Essa heresia que é tão defendida pelos praticantes de relativismo religioso é chamada de modalismo e é muito defendida pela maçonaria e pelo espiritismo, por exemplo. Deus também não é um indiferente às escolhas humanas e à negligência das pessoas para com as demais e com suas relações com Deus. Por isso, prepara o cristão, por meio dos sacramentos, para levar Deus a toda criatura e, portanto, o verdadeiro amor, a paz interior e o Caminho salvífico (Jesus Cristo) aos demais seres humanos.

Deus é o verdadeiro e nos convida à missão.

Não faz teatro com máscaras, modal,

é autêntico. É esplêndido, especial

Trino e Uno, não é de divisão.

Dois requisitos à missão. A missão requer uma certa intimidade com Deus e, portanto, conhecimento. Mas isso não a caracteriza como imposição de convicções e desrespeito à liberdade de aderir ou pensar diferente. A missão requer também amizade com Deus. Jesus não escreveu livros para serem lidos, fez amigos para serem escutados! Sua unidade com os apóstolos os leva a levá-Lo consigo.

(II)

Muitos os chamados, poucos os escolhidos.

Muitos se aproximaram, poucos dão ouvidos.

Muitos creem lê-lo, poucos os amigos.

Muitos querem Jesus, poucos aceitam a cruz.

Relação entre os discípulos e o Senhor. Os discípulos não levam os livros de Jesus (afinal, Jesus não escreveu livros), levam o próprio Jesus – pelos sacramentos, pela Sagrada Escritura, pelo testemunho – aonde quer que forem enviados. E o requisito número um é amar! E é amor a Deus, Que não é um algo relativo em meio às coisas relativas, Ele é o Absoluto Que Se revela a nós, em plenitude, na Pessoa do Filho. Deus é a Alteridade do Absoluto que envia Seu Filho em Sua misericórdia para conosco. Ele é, em absoluto, alteridade e ao mesmo tempo é Amor que vem ao encontro e, no Filho, Se faz unidade. Não é heresia panteísta, é sacramento de cristificação, é sacramento de unidade.

Deus não enviou os discípulos para encontrarem Jesus em outras denominações.

Enviou Seus filhos a levarem o Cristo a outras civilizações.

Não surgiu das mentes das nações

Ele nos veio para salvar os corações!

Neste mês dado às missões, resta dizer que muitas são as cascas de banana a tentar derrubar os enviados por Cristo e muitos os que se fazem de cascas de ovos, aqueles para derrubar e estes a desanimar. Mas quem ama a Verdade segue em frente como Aquele que o enviou o orientar.

Em meio às gritarias falaciosas,

Com ouvidos de mercador às ideologias

Que a Verdade ecoe com sabedoria!

E que a paz habite em nossas casas,

O amor floresça com melodia

E o Espírito Santo nos guie com asas!

Dado no dia de Santa Teresinha, padroeira das missões, em Maceió, 1º de outubro de 2019.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto1

1 Poeta, filósofo (Seminário Nossa Senhora da Assunção); bacharel em Direito (Universidade Federal de Alagoas), pós-graduado (Escola Superior de Magistratura de Alagoas). Autor do blog “A Palavra em palavras”, em TribunaHoje.com, desde 2011. @alissonbarreto1 (LinkedIn, Twitter e Instagram)