Antônio Pereira

Quantos canalhas sanguinolentos se aproveitaram da ditadura

Antônio Pereira 13 de setembro de 2019
Quantos canalhas sanguinolentos se aproveitaram da ditadura
Reprodução - Foto: Assessoria
Houve um tempo, página infeliz da nossa história em que tudo era dominado por uma casta de senhores violentos e sedentos por angariar benefícios do Estado, cultivando uma louca e insana luta contra inimigos imaginários, que eles chamavam de subversivos. Esses senhores mataram, estupraram, violentaram milhares de jovens homens e mulheres, muitos na tenra idade, que tinham apenas sonhos de um mundo mais justo e melhor. Os sanguinários homens da ditadura militar que começou com um golpe em 1964 até hoje nunca foram punidos, muitos já morreram, mas as marcas das suas ações medievais continuam no corpo e na alma dos sobreviventes e seus parentes. Um dos mais 'celebres' desses torturadores é admirado pelo atual presidente da República, num *Déjà vu macabro, que insistem em nos assustar. O coronel Carlos Alberto Brilhante – ídolo de Bolsonaro - foi um daqueles agentes de Estado, no seu caso um dos maiores torturadores da ditadura, seja pelo número de vítimas como pela denúncia de suas cruéis torturas e atrocidades. Morto de morte natural em Brasília em 2015, tanto Ustra quanto todos os torturadores militares jamais foram julgados e condenados; embora o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tenha confirmado Ustra como “culpado” de tortura. Outro notório torturador sádico foi o delegado Sérgio Fernando Paranhos Fleury. Ele atuou como delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) durante a ditadura militar, mais precisamente a partir de 1968. É considerado um dos repressores mais notáveis do período. Fleury é acusado de chefiar os esquadrões da morte que atuavam na periferia de São Paulo, nas décadas de 1960 e 1970. E de ter levado o mesmo modus operandi ao combate a grupos contra a ditadura militar, conforme ele próprio afirmou em entrevista à Revista Veja, em 12 de novembro de 1969, logo após ter participado da captura do líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), Carlos Marighella. Esses dois homens cruéis: Ustra e Fleury representam bem o que foi os anos de chumbo da ditadura militar brasileira, onde em seus porões muitos jovens estudantes sucumbiram ante a máquina de morte criada pelos detentores do poder naquele momento. *Déjà vu é um galicismo que descreve a reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo. O termo é uma expressão da língua francesa que significa: "Já visto”.