Alisson Barreto

Depressão: identificação e auxílios

Alisson Barreto 19 de fevereiro de 2019
Depressão: identificação e auxílios
Reprodução - Foto: Assessoria
Depressão Identificação e auxílios

Por Alisson Francisco

Muito se fala em pessoas com depressão e termos similares, mas a partir de que ponto se trataria de depressão? Que tal elencarmos causas e soluções? Espero, caro(a) leitor(a), poder ajudar a compreender melhor essa questão, a partir das linhas que seguem. Convém frisar que o texto em tela não tem a pretensão de fechar o tema, mas apenas contribuir com a reflexão e orientação. Não substitui, em hipótese alguma, a orientação de um profissional. Tentando compreender melhor o tema, tratando-o o mais objetivo e didaticamente possível, nas linhas que se seguem estarão disponíveis algumas relações de sintomas e causas de risco. Obviamente, perceber um desses itens não significa que a pessoa tenha ou terá depressão, mas é fator a ser considerado e que, conforme o caso, pode ser útil para motivar a procurar ajuda de um psicólogo, psiquiatra ou mesmo clínico geral. Sintomas Cansaço fácil Desânimo Apatia Irritabilidade Tristeza profunda Alteração no peso e apetite (ganho ou perda) Insônia Angústia Desmotivação Falta de sentido na vida Desesperança Desejo de morrer Como dito, apenas um sintoma desses em um caso isolado não será motivo para alarde. Porém, a permanência prolongada e dificultosa, sem que se consiga superar sozinho(a) pode ser um caso de depressão, que precise de uma ajuda profissional. Riscos e possíveis causas Eventos traumáticos (em qualquer fase da vida) Doenças graves (em função de saber que se tem AVC, HIV ou alguma outra doença) Bullying, chantagem emocional, assédios Alterações químicas no cérebro (hormonais ou causadas pela ingestão de substâncias químicas como álcool, drogas ilícitas ou alguns medicamentos) Seria interessante analisar cada um desses casos, individualmente, para ajudar a minimizar os riscos de depressão. Afinal, quanto antes é percebida mais subsídios podem ser usados para superar a situação e retomar o ânimo com a vida. Uma tristeza decorrente de um evento traumático por si não significa sofrer de depressão. O problema é se o efeito da dor se prolonga demasiadamente, sem que se consiga sair do quadro melancólico com o passar do tempo. Quanto às doenças graves, é importante aprender a lidar com elas, tratando o que puder ser tratado e buscando uma atitude positiva e saudável diante da vida, em relação a si e em relação às outras pessoas. Um ponto a se observar é que há uma parcela de escolha do indivíduo diante de como encarar as situações da vida e há uma parcela de fatores psíquicos, psicológicos, biológicos ou sociais que podem afetar tais decisões e limitar a liberdade e a força de vontade para reagir. No tocante a questões medicamentosas ou uso de substâncias psicotrópicas, é importante a ajuda psiquiátrica para que se evite a automedicação ou se prolonguem os danos. O que parece ser uma grande falha no tratamento à depressão é o tratamento desconsiderando a integralidade do indivíduo. Assim, há casos em que o indivíduo é tratado apenas como uma máquina química, onde se passam remédios sem o acompanhamento psicológico integrado. Noutros casos, são buscadas soluções sócio-fraternas sem se atentar para a necessidade médica. Ou em alguns casos, achar que tudo é obra de demônios e que cultos, “passes” e orações serão a solução. Note-se que o depressivo não é mero vaso de substâncias químicas, ou mero deficiente de inteligência emocional, ou endemoninhado qualquer. Questões espirituais que podem ajudar Primeiramente, é importante tomar em consideração o ensinamento de São Tomás de Aquino, segundo o qual: o que pode ser resolvido pela via natural não deve ser buscado pelo sobrenatural. Ou seja, se você pode andar, não fique cobrando de Deus que você se desloque por levitação. Também é importante observar que buscar o Sagrado não impede nem dificulta buscar os meios naturais (ir a um psicólogo e, depois, a um psiquiatra, por ex.). A não ser, possivelmente, no caso de algumas denominações religiosas ou grupos que buscam meios que diminuem o estado de consciência ou se utilizam de transes emocionais. Considere, pois, a possibilidade de ir em busca dos sacramentos, fazendo um bom exame de consciência, buscando a confissão e, após, a participação na Comunhão. Reservar tempo para orações e para dobrar o joelho diante de Deus, em adoração. Se sentir dificuldade diante do Sagrado, repulsa, ânsia de vômito ou acontecer algum fenômeno inexplicável, cogite a possibilidade de consultar um sacerdote (padre), por precaução, para afastar a possibilidade de se tratar de fenômeno sobrenatural ou trata-la, se for o caso. Quanto maior a dificuldade em buscar o Sagrado maior a necessidade de buscá-Lo. O ensinamento de São Bento pode ser muito útil, em toda situação: “ora et labora” (reze e trabalhe). Dessa forma, busque, primeiro, as coisas do Alto e – assim, imbuído do que é essencial – procure trabalhar o que lhe cabe, fazer o que está ao alcance e ser humilde para buscar auxílio ou socorro de outras pessoas, se preciso for. Às vezes as pessoas não buscam ajuda por orgulho ou buscam apenas para manipular pela sensibilidade. É fundamental ter humilde abertura ao amor, à solidariedade e à possibilidade de ajuda externa. Que o Senhor nos ensine a amar e a reconhecer quando os outros ou nós mesmos precisarem ou precisarmos de auxílio! Que o amor de Deus toque os corações de todos nós para que a luz do Espírito Santo ilumine o caminhar de todos nós e que nos cercam! Que a luz do amor em nossos corações anime o nosso viver e irradie amor entusiasmante aos que de nós se aproximarem! Uma abençoada semana a todos!

Maceió, 19 de fevereiro de 2019.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto[1]

PAX ET BONUN!

  Fontes auxiliares: Depressão: sintomas, causas, tratamento e tem cura? Acesso em 19/02/2019. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/depressao 5 Principais causas de depressão. Acesso em 19/02/2019. Disponível em: https://www.tuasaude.com/causas-da-depressao/ [1] Alisson Francisco é poeta filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado. Autor de “A Palavra em palavras”, desde 2011, e do livro “Pensando com poesia”. Fundador dos Amigos Marianos Missionários da Eucaristia – Amme (no Instagram e Facebook: @amme.33). Twitter do autor: @alissonbarreto1.