Alisson Barreto

As questões sociais e a vivência virtuosa - Parte 1

Alisson Barreto 08 de fevereiro de 2018

Por Alisson Francisco

Diante das questões sociais, o homem depara-se com o chamado do Amor que o compele a ir ao encontro do outro. Ao contrário, pode tender a fechar-se e distanciar-se do outro, em sentimento de proteção ou tentação ao egoísmo. A vida em sociedade instiga o homem aos desafios pertinentes à vida social, é aí onde entra o chamamento à virtude. Mas o que é virtude? Como buscá-la? A responsabilidade social. Nessa relação entre o ser individual e o ambiente social, o homem é um indivíduo cujo agir repercute no ambiente social. Afinal, o ambiente social é o resultado das interações sociais e agente de influência no próprio agir dos indivíduos que o compõem. Logo, a vida virtuosa tem uma relação intrínseca com o ambiente social do indivíduo. Muito se fala em corrupção, mas o que é a corrupção se não um destoar da perfeição virtuosa? Na melodia da vida social, a corrupção é uma desafinada da vida virtuosa. Corrupção, portanto, não é apenas o desvio de dinheiro por um político, é qualquer desvio da vida virtuosa que qualquer um indivíduo cometa. Mas o que é a vida virtuosa? A vida virtuosa. A vida virtuosa é uma vida nutrida, sustentada, embasada na virtude, a qual é, por sua vez, a libertadora pratica do que faz bem e dignifica o praticante. As virtudes se opõem aos vícios. Enquanto os vícios cegam e escravizam, as virtudes possibilitam ao homem a paz necessária a enxergar com clareza e poder fazer o bem. Ora, a liberdade não consiste em poder fazer o mal, mas em poder fazer o bem. Assim, entre (1) cegar o próprio olho e (2) protegê-lo para enxergar, a realização da liberdade de poder enxergar passa pela hipótese da proteção do próprio órgão óptico. Da mesma forma, entre optar pelo pecado e proteger-se à santidade, a realização da liberdade está na opção pela sacralidade. Nessa realidade, convém fazer uma observação: a santidade de um ser não se fecha em um isolamento. Uma lâmpada que não serve para iluminar perde sua razão de existir. Ainda que seja uma lâmpada colocada em um poste distante de um povoado, no meio de um sítio ou roçado, se ela não emite a luz para a qual foi construída, não se realiza como lâmpada e pede para ser jogada ao lixo. Assim, ainda que uma vocação de uma pessoa a encaminhe a um mosteiro longínquo, suas orações devem fazer ecoar um clarão no deserto.

(CONTINUA)