Em 1965 seu Carlinhos, meu pai, fala para mim que através do Irmão Marista Hélio conseguiu uma vaga para o terceiro ano de colégio no Marista de Recife situado na Avenida Conde da Boa Vista. E que eu ficaria interno durante alguns meses para me habituar com a cidade grande.
Em janeiro de 1966 cheguei a Recife. A primeira pessoa a falar comigo foi Luiz Celso. Havia sido interno em Maceió no ano anterior. Estava agora interno em Recife. Orientou que eu devia me matricular no cursinho Pernambucano, pois assim teria chance de passar no vestibular.
O referido cursinho pré-vestibular ficava em frente ao colégio. Assim era só atravessar a avenida. Professores Divaldo, Salomão e Airton foram de grande importância para o meu aprendizado. Como o Irmão Nilo e o Caio no Marista. Os cinco fizeram a diferença realmente quando das provas do vestibular.
A banca de estudo no colégio era uma verdadeira feira. O internato possuía alunos de várias idades. A conversa tomava conta da banca. Ninguém conseguia estudar.
Consegui um contato telefônico com meu pai. Com a presença dele procuramos uma pensão. Hoje pousada. A da dona Fia foi a escolhida. Ficava localizada na esquina da Avenida Manoel Borba com a Rua da Soledade. Pronto. Comecei a estudar realmente. Todo dia pegava nos livros até às 24hs. Nunca estudei em grupo. Nunca virei noite.
No vestibular de medicina da UFPE uma resposta errada anulava uma certa. Perdi em física. Já no vestibular da Ciências Médicas, hoje UPE fui aprovado em 18º lugar para um universo de mais de mil concorrentes! Não acreditei. Fazer o que?
Cursar a faculdade que ainda hoje permanece dentro das dependências do Hospital Osvaldo Cruz na capital Pernambucana. Vários amigos e amigas. Do Colégio Marista foram vários. De Maceió alguns. Ícaro Pacheco Alves foi um dos alagoanos. Estudamos no Marista aqui e depois nos dispersamos. Ele cursou o Nóbrega e eu o Marista. Em seguida cursamos juntos a UPE.
Várias historias para contar. Adaptação aos colegas, aos professores, às matérias teóricas e práticas. Estágios, plantões e tudo passando por um universo atraente e instigante. A definição da especialidade. A procura de uma residência médica onde realizar a pós-graduação.
Por fim o dia 07 de dezembro de 1972!
E o tempo passa. Aqui estamos fazendo 45 anos de formados. Alguns já se foram. A maioria está firme e forte. Mesmo com a aposentadoria, sempre em movimento. Utilizando a experiência e o tempo de serviço para melhor atender os clientes e pacientes dando uma solução rápida e eficaz para os suas queixas e incômodos!
Sérgio Toledo
Sobre
Médico ortopedista e do esporte. Pioneiro no alongamento ósseo, transplante de tendões e neurorrafia, como também no tratamento por ondas de choque.
Formado em 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco, hoje UPE.
Pós graduação no IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Concursado do antigo INAMPS, hoje Ministério da Saúde, já estando aposentado. Atendeu por muito tempo no PAM Salgadinho.