Roberto Baia

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Roberto Baia 20 de junho de 2017
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Reprodução - Foto: Assessoria

Com assessoria: O prefeito Júlio Cezar esteve ontem, segunda-feira (19), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para uma reunião com os funcionários da instituição. Ele pediu que os pacientes que chegam à Unidade tenham um tratamento mais humanizado por parte dos profissionais, ou o quadro de pessoal vai precisar ser modificado. Nos últimos dias, a UPA tem sido alvo de duras críticas da população palmeirense, que respingaram diretamente no governo municipal.

Os motivos são graves, e, entre outros, estão relacionados às mortes de Fábio Nogueira e de Kennedy Mitomari, que segundo os familiares não teriam recebido atendimento médico adequado dos profissionais que atuam no estabelecimento de saúde.

 

Criticas a hospital

Além da UPA, o prefeito fez, ainda, referência ao Hospital Regional Santa Rita, que também tem sido criticado pela cobrança do atendimento que faz aos pacientes, e também, por não ter médicos especialistas, como pediatra e cardiologista, para atender o público. Além disso, cirurgias de médio porte também não estão sendo realizadas pelo Hospital, como a de colecistectomia ou vesícula.

 

Morte de paciente

Por causa disso, Fábio Nogueira, que estava internado no Hospital Santa Rita, foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), para ser submetido à cirurgia e lá faleceu.

Abriu auditoria

“Não podemos admitir que os nossos pacientes sejam transferidos, jogados para o HGE, em Maceió, como aconteceu com o Fábio, quando essa cirurgia para a retirada de vesícula deveria ter sido realizada aqui. Abrimos uma auditoria, estamos apurando todos os fatos na UPA, no Hospital e no HGE e vamos encontrar de onde partiu o erro. Da mesma forma com o Kennedy, que foi trazido para UPA e aqui mesmo faleceu, de infarto. Pedimos desculpas aos familiares, pois sabemos que não é fácil perder um ente querido, e nos colocamos à disposição para o que for preciso. Mas uma coisa eu garanto, os culpados serão punidos. E se o atendimento da UPA, que tem sido tão criticada, não mudar e não for humanizado, vamos fazer o que não queremos, mas vamos mudar o quadro de pessoal. Porque a crítica não vai só para a Unidade ou para o Hospital, mas atinge, principalmente, o nosso governo”, afirmou o prefeito.

 

 

“Panelaço” pela Educação

Centenas de pais e mães de estudantes da rede municipal de ensino foram, na manhã desta segunda-feira (19), ao Centro Administrativo de Arapiraca em protesto pelo fim da greve dos trabalhadores da Educação, mobilização que já caminha para completar seu segundo mês.

Os manifestantes estavam munidos com anelas, apitos, megafones e outros apetrechos sonoros. O “panelaço”, como foi chamado protesto, ficou restrito ao hall principal do Centro Administrativo.

 

Portas laterais fechadas

Temerosa com a invasão de outros ambientes do prédio, a Prefeitura Municipal deu ordens para que as portas laterais que dão acessos às secretarias fossem fechadas. O impedimento, no entanto, não desmotivou os manifestantes que ficaram boa parte da manhã no local.

Outro fato que chamou atenção e gerou um clima ainda mais tenso foi à presença da Polícia Militar, convocada pela administração. Após constatar que o movimento era pacífico os militares deixaram o local.

 

Clima de revolta

A dona de casa Neide Alves da Silva, residente no bairro Santa Edwiges, tem dois filhos que estudam na rede municipal. Ela estava entre os manifestantes. “É um absurdo que nossos filhos fiquem fora da sala de aula. Exigimos que o prefeito acabe com essa greve. Sabemos que só ele, quando quiser, pode acabar com ela. O pessoal que educa nossas crianças merece o aumento e elas precisam estudar. Nunca imaginei que isso fosse acontecer”, desabafou.

 

Entrada proibida

Num dos vídeos, uma servidora pública critica a secretária de Educação de Arapiraca, Mônica Pessoa. "Secretária de Educação de Arapiraca não permite a entrada de servidores públicos no prédio da Prefeitura. É um absurdo uma coisa dessa", criticou.

 

Sem reajuste

A greve dos trabalhadores começou no dia 10 de maio e parece estar longe do fim. A Prefeitura demorou para abrir o canal de negociação com a categoria e, quando o fez, ofereceu apenas 2,33% condicionados para a partir de setembro e, segundo os trabalhadores, a contragosto, porque não queria oferecer nenhum reajuste.

 

Reajuste salarial

Os trabalhadores pleiteiam não apenas o reajuste salarial de 7,64%, mas melhores condições de trabalho, melhoria da qualidade da merenda escolar, reformas em algumas unidades de ensino, transporte escolar com mais dignidade, entre algumas outras reivindicações.

 

... Ainda sobre a morte do paciente em Palmeira dos Índios, o prefeito Júlio Cezar revelou que todos os meses, o governo investe três milhões para o Hospital e para a UPA. “Não temos compromisso com o erro, e a qualquer hora poderemos refazer esses contratos com quem seja comprometido com a saúde. Encontramos a UPA fechada, os postos em situação de penúria”.

 

... “O nosso governo tem pouco mais de cinco meses e não fomos nós que transformamos a saúde no caos em que ela se encontra hoje. Isso vem de gestões passadas. Já dissemos que vamos reabrir as portas do hospital para a população, mas também precisamos que os governos estadual e federal ajudem, pois a UPA e o Hospital não atendem só Palmeira, mas oito municípios que dependem dessas duas unidades hospitalares”, disse o prefeito.

 

... Júlio afirmou que está indo a Brasília, em busca de mais recursos para investir nessa área. A nossa prioridade é a saúde e precisamos de gente trabalhando que também goste de gente, que atenda com carinho e atenção, porque quem está doente, com dor e desesperado, que ser acolhido, ser respeitado e, acima de tudo, bem atendido. E disso nós não vamos abrir mão”, garantiu Júlio Cezar.