Alisson Barreto

ONDE ESTAVAM OS DINOSSAUROS E O WOLVERINE, NO ANTIGO TESTAMENTO?

Alisson Barreto 06 de junho de 2016

Onde estavam os dinossauros e o Wolverine, no Antigo Testamento?

Delineamentos sobre o criacionismo

Para quem está lendo a Bíblia e se depara com a criação do mundo, no Gênese, pode ficar se perguntando: como podem os milhões de anos que separam os dinossauros dos humanos caberem numa criação de sete dias?

Quem faz um estudo sobre a evolução das espécies e se depara com fósseis de dinossauros, inevitavelmente, verifica um contraste (A) entre os milhões de anos entre uma espécie e outra e (B) a criação em sete dias. Da mesma forma, quando alguém que (1) se depara com uma enorme diversidade de espécies e (2) lê sobre a arca de Noé pode perguntar-se: como Noé pegaria casais de espécies nativas da floresta amazônica e levaria para a Terra Santa a fim de colocar na arca? Como conhecer todas as espécies do mundo todo em tão pouco tempo e sem os atuais meios de transporte?

As dúvidas começam a ser dissipadas, quando você pega o Novo Testamento e percebe que a Palavra (o Verbo) Se fez Carne (Homem) e se lembra de que tudo foi criado pela Palavra. Bom... Talvez o leitor tenha ficado mais confuso ainda. Mas, no processo de conhecimento, isso faz parte!

Jesus Cristo é a Palavra por meio da qual Deus criou tudo e modelou o homem à sua imagem e semelhança.

Ora, sabemos que, para Deus, nada é impossível, inclusive Ele (Deus) Se tornar Homem. Ao mesmo tempo que Ele é onipotente (tudo pode e nada O limita), Deus é amor e, sendo amor, vem ao encontro de nós, homens, fazendo-se entender. Ora, para fazer-se entender é necessário comunicar-se e para se comunicar é fundamental ser entendido.

Pois bem, hoje, sabemos (pela teoria da relatividade) que matéria pode se transformar em energia e energia pode se transformar em matéria e podemos constatar isso por meio das usinas termonucleares. Também sabemos que a velocidade influencia no tempo e vice-versa. Sabendo que Deus é onipotente e eterno (perpétuo, transcendente e não sujeito ao tempo), Ele também é anterior ao tempo, já que o tempo é uma sucessão de acontecimentos e/ou marcações. Logo, Deus pode não apenas comprimir ou alongar o tempo, pará-lo ou adiantá-lo a bel prazer, bem como pode Ele mesmo sugerir as marcações que bem entender. Não obstante, o que não se pode esquecer é que Deus usa uma linguagem que permita ser entendido: Deus Se comunica com Seu povo.

Na Antiguidade, Deus declara ao povo judeu que criou tudo em sete dias para mostrar, através do número perfeito (sete), que Deus faz todas as coisas no tempo perfeito; pois perfeito é. Sabendo que Deus é onipotente, sabe-se que nada o limita, nem mesmo o tempo, o qual é criação sua. Assim, também se pode dizer a um cientista que Deus criou tudo a partir do instante anterior ao big-bang, pouco antes de criar o tempo, na perfeição da eternidade, com todos os delineamentos que viriam a nortear as leis da física, considerando as interações entre matérias, partículas subatômicas e as diversas formas de energia, com o planejamento de interações para que se formassem os sistemas estrelares, todas as espécies de vida, todo o universo de existência, visível e invisível, incluindo o que os cientistas chamam de Cosmos (com ou sem Universos paralelos) e o que não é objeto de pesquisa pela ciência.

Deus usa linguagens possíveis de serem entendidas. Os homens criavam mitos para tentar explicar o que não conheciam, mas através dos mitos tinham explicações, ainda que imperfeitas, sobre muitas coisas e conseguiam lidar com isso. Na própria ciência, as leis de Newton serviam para explicar muitas relações de velocidade e tempo, mas hoje se sabe que em velocidades altíssimas e partículas subatômicas ou distâncias intergalácticas podem não ser aplicáveis. Quem conhece a ciência atual não se ilude com os mitos gregos, por exemplo, e quem conhece a ciência atual vê que há muitas afirmações da ciência que já não se podem considerar corretas: de alimentos que faziam bem ou mal e que hoje se entende diversamente a fórmulas que foram reconsideradas.

Hoje, muitos cientistas não creem em Deus porque não conseguem ouvir a linguagem com que Deus lhes fala; da mesma forma, na Antiguidade, muitos povos não criam em Deus porque não conseguiam ouvir a linguagem com que Deus lhes falava. Os povos que abriram o coração para ouvir a Deus foram os judeus e Deus lhes enviou profetas, e lhes falou pelas Escrituras. A partir dos judeus, Deus estendeu a salvação a todos os povos, daí podermos dizer que a salvação vem dos judeus, pois veio de Nosso Senhor Jesus Cristo, conforme anunciado pelos profetas. Também os cientistas, que não compreendem a linguagem bíblica, podem aprender a ouvir a Palavra de Deus por meio de outros sinais e outras linguagens. Existem muitas línguas e linguagens.

Portanto, quando se observa que os dinossauros foram extintos muito antes da existência do homem, deve-se ter em conta que (1) não havia por que falar na Bíblia de uma espécie que os judeus não as conheceria, já que fora extinta antes de sua existência e eles não compreenderia o porquê de citar uma espécie desconhecida (e que, ao ser descoberta, poderia ser chamada de qualquer outro nome, já que o homem que a descobrisse que lhe daria nome), e (2) o relato bíblico da criação usa uma linguagem para o homem compreender que há uma lógica na sucessão da criação de coisas e uma perfeição no tempo em que foram criadas; portanto, é um relato lógico, não um registro histórico. (3) Além disso, há no relato do Gênese uma importância em compreender que Deus comunicou-Se com Seu povo e, sem precisar provar que Ele é, mostrou (com linguagem inteligível ao povo Antigo) que Ele criou.

Deus cria toda a massa e toda a energia, e as cria ex nihilo. Ou seja, Ele cria antes que qualquer coisa existisse; afinal, quando se utiliza algo para fazer outro algo, faz-se uma invenção, não uma criação. Assim, podemos dizer que

1.       Deus é Criador e fez o homem à Sua imagem e semelhança, dotando-o da capacidade de inventar.

2.       Deus criou tudo com a Palavra e criou o homem à Sua imagem e semelhança, concedendo-lhe o direito de nomear os animais.

3.       Deus é amor perfeito e criou o homem à Sua imagem e semelhança, proporcionando a ele a oportunidade de amar e vocacionando-o à perfeição.

 Da mesma forma que foi abordado o tema dos dinossauros, pode-se falar de outros seres vivos, como (1) o carcará, no Brasil; ou (2) o carcaju (glutão), nos Estados Unidos, onde ele é chamado de Wolverine (em espanhol, El glotón. Nome científico: Gulo Gulo); ou (3) o diabo-da-Tasmânia, cujos quadrinhos o chamam de Taz. (4) Outro exemplo interessante é o do pit-bull, um cachorro criado por Deus por meio de uma invenção humana de cruzamento das espécies até que surgisse essa raça.

Hoje, entende-se que o criacionismo é evolucionista por meio do chamado “design inteligente”. Deus criou todas as coisas no tempo perfeito, criando as naturezas de todas as coisas com interações subatômicas e externas a elas, com relações entre energias e matérias, de modo a formar células, formar reações químicas, reações físicas etc., proporcionando evoluções e possibilitando extinções.

Atualmente, o ser humano tem ciência da (1) extinção de espécies, como no caso dos dinossauros, (2) que há espécies ameaçadas de extinção, como parece ser o caso dos Wolverines; há espécimes recentemente surgidos, como os casos do pit-bull e o chester, aquele é uma raça de cão e este é um frango pré-selecionado que atingiu o tamanho de um peru (ou seja, 60 cm, como os perus; em vez dos 40 cm dos frangos convencionais).

Como se vê, ao contrário do que muitos acreditam, não há incompatibilidade absoluta entre o criacionismo e o evolucionismo. A teoria do design inteligente mostra que o que se cria por questão de fé, em relação à criação, não é incompatível com o que a ciência chamou de evolucionismo.

Lembre-se de que a ciência não tem dogmas e a fé é uma virtude infusa no coração de uma pessoa racional.

Pois bem, caríssimo leitor, para não ficar demasiado extenso, encerro por aqui o texto e deixo a reflexão para ser degustada.

Como veem, creio no Deus único e onipotente que criou (1) ex nihilo e (2) criou todas as matérias e energias, (3) todas as coisas visíveis e as invisíveis, (4) as materiais e as imateriais. Criou, inclusive, a sua mente, convidada a refletir sobre esse tema.

Um forte abraço a todos!

Paz e Bem!

Maceió, 05 de junho de 2016.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto[1]

[1] Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado. Autor do livro Pensando com Poesia e do blog A Palavra em palavras, em TribunaHoje.com