Alisson Barreto

QUAL MEU TIPO DE FÉ CRISTÃ?

Alisson Barreto 30 de março de 2016
Qual meu tipo de fé cristã?

Conhecendo aspectos do Cristianismo

Conservador, tradicionalista, carismático, revolucionário, pentecostal, relativista, TL, protestante, sabático… Como será que eu me encaixo melhor dentre esses tipos de fé? Eis a pergunta que podemos fazer antes de abraçar determinados comportamentos!

Parte I

Primeiramente, é rigoroso observar que a fé verdadeiramente cristã é una e guiada pelo Espírito Santo, que conduz a única Igreja , a qual é a Esposa de Cristo e é única; pois Jesus Cristo é Deus e Deus é fiel.

Portanto, assim como só há um Jesus na Santa Ceia (e no Reino dos Céus), o Qual se fazia presente física (partindo o Pão) e sacramentalmente (Eucaristia), também só há uma Igreja em Pentecostes, nos tempos atuais e no Reino dos Céus.

 

Então, você pode perguntar-me: “Mas Alisson, então, o que foi a Reforma Protestante?”. Ora, diferentemente da formação da Igreja, que é um ato pneumático, ou seja, originário do Espírito Santo; a chamada Reforma Protestante é um ato antrópico, ou seja, oriundo da ação humana. Aliás, pode-se dizer que a formação da Igreja é um ato pneumático de aplicação humana através dos tempos sob a inspiração do Espírito Santo; já a Deforma Protestante (chamada de Reforma Protestante) é um ato inspirado pelo Divisor (do grego Diabolos, Diabo) executado por homens que resolveram se separar da Igreja e formar suas próprias comunidades eclesiais, chamando-as de igrejas.

Sim, Deforma Protestante, e não Reforma Protestante, porque quem faz reforma numa casa faz para habitá-la, não para morar noutra casa e ficar falando mal da casa que supostamente teria reformado. Ademais, a Reforma Protestante seria uma reforma na Igreja, a qual é o Corpo de Cristo, portanto, tem santidade lógica. Ou seja, trata-se de homens que se esquecem de seus pecados para acusar o Corpo de Cristo. E por que isso acontece? Simplesmente, porque, no meio da tempestade, passaram a ver os pecados dos homens membros da Igreja e deixaram de enxergar a santidade da Igreja que os acolhe para salvá-los. Num dado momento, alguns homens focaram tanto na tempestade que passaram a não conseguir enxergar Jesus caminhando pelas águas.

 

 

No meio da tempestade, surgiram seitas, algumas delas sabatistas, que ignoraram a ação do Espírito Santo a conduzir a Santa Igreja e, a partir de suas próprias interpretações, passaram a guardar o dia da esperança da vinda do Messias em vez do dia da Ressurreição do Senhor. Enquanto o rompimento do véu do tempo deu início à Nova Criação cujo marco maior é o dia da ressurreição, os sabatistas passaram a guardar o dia do descanso dos judeus, fechando-se para a realidade do Novo Testamento, cujo Dies Domini, Domingo, é o dia em que o Senhor venceu a morte e ressuscitou, o dia da páscoa semanal. Os sabatistas são protestantes judaizantes e, não conseguindo ver que o Antigo Testamento prepara para o Novo e Eterno Testamento, leem o Novo para tentar viver o Antigo; chegando ao ponto de adotarem e defenderem como mais certos os seus que comportamentos de Jesus e seus discípulos, por exemplo no que se refere a comida e bebida.

Parte II

Saindo do mundo das seitas e do protestantismo, encontram-se algumas tendências peculiares de alguns grupos cristãos de teologias ou ideologias não propriamente cristãs. Por ex., Quanto à amplitude: (1) relativistas e os excludentistas. (2) Quanto aos lados: há os de extrema esquerda (adeptos da Teologia da Libertação), os de extrema direita (os tradicionalistas) e os de direita ultraextremistas (sedevacantes).

Para os relativistas, há o império da do acolhimento permissivo e a troca da verdade absoluta em Jesus pela relatividade da verdade. Ou seja, para eles, no fundo, não se pode afirmar que Jesus é o caminho, a verdade e a vida porque existiria verdade fora de Jesus e caminho salvífico sem Jesus, tendo em vista que consideram prepotência cristã dizer que não há outro caminho se não o Cristo. O inverso do relativismo é o excludentismo, que, em vez de fazer o acolhimento do pecador para convertê-lo e salvá-lo, busca a exclusão dos que consideram pecadores para deixar apenas os que consideram dignos, inclusive a si próprios.

Os de extrema esquerda são os que usam teologias ateias para viver uma crença teísta. Na maioria dos casos, usam o marxismo e trocam a opção preferencial pelos pobre, que leva o rico a ajudar o pobre, pela aversão substancial ao rico. Nesse ínterim, voltam-se contra formas de poder  e são capazes de desrespeitar ou mesmo odiar sucessores de Pedro. O caso mais evidente é a forma como os seguidores de Leonardo Boff reagem diante do Papa Bento XVI. O exemplo característico de esquerdismo é a TL – Teologia da Libertação. Extremistas ou ultraextremistas de esquerda também se pode enquadrar uma série de pessoas que defendem o abortamento, dentre outros temas contrários à fé cristã e muitas vezes suficientes para a excomunhão automática. Os revolucionários também se enquadram nesse meio, ao seguirem filosofias com tendências ateístas e voltarem-se mais para aspectos antropológicos do que teologais. Em regra, ignoram ou deixam a desejar nas virtudes teologais da fé (sobretudo, no exercício eclesial) e da esperança (em Cristo).

Na extrema direita, há os tradicionalistas, que consideram a vivência da idade média como a única vivência autêntica da fé cristã e tendem a negar quaisquer comportamentos que se afastem disso; aceitando de mal grado o Concílio Vaticano II, mas com um gosto peculiar em criticar padres e bispos pós-conciliares.

Na ultraextrema direita estão os sedevacantes, que simplesmente ignoram e desvaloram qualquer papa do Concílio Vaticano II para cá, negando a continuidade da ação do Espírito Santo sobre os chefes da Igreja por se negarem a submeterem aos atuais Papas, não os considerando Papas autênticos. São uma versão mais radical dos tradicionalistas.

Os conservadores são os cristãos que buscam viver em conformidade com os sagrados Magistério, Tradição e Escrituras; creem na ação dos Espírito Santo a guiar a Santa Igreja de Cristo, procuram aprender com os ensinamentos dos santos e dos Papas, por testemunho e por sues escritos. Os conservadores buscam a tradição sem ser tradicionalistas, procuram ser fieis a Cristo, obedientes aos ensinamentos dos santos pastores e viver bem a fé que receberam dos apóstolos.

Antes de prosseguir, é possível observar que os tradicionalistas diferem dos conservadores porque não se contentam com a tradição que vai adiante cristificando elementos que encontram pelo caminho, mas querem levar apenas os elementos medievais, desprezando fatos anteriores e negando validade a atos posteriores. Em regra, os tradicionalistas são radicais, não gostam da missa em português, desejando o rito em latim, criticam e não compreendem o espírito do Concílio Vaticano II, tendem a ser sedevacantes e criticam publicamente padres e bispos, sentindo-se orgulhosos ao fazê-lo.

 

Em suma, pode-se dizer que os adeptos da TL são antropocêntricos; os conservadores, cristocêntricos e os tradicionalistas, trentocêntricos.

 

Os carismáticos ou membros da Renovação Carismática Católica são igreja, assim como os conservadores, com a diferença de sua forma particular de viver a fé católica, de forma mais centrada nos carismas, num estilo de vida mais sensível e com singular empenho orante. Uma característica marcante é a oração em línguas, a qual pode ser chamada de oração verbalizada de sentimentalidade.

Já ouvi falar em católicos pentecostais, que seriam católicos carismáticos com estilo de oração mais similar aos protestantes pentecostais, com significativo empenho flamejante. Seriam uma versão de carismático com elevada intensidade sonora, característica de seu processo de conversão recente e reflexo da dificuldade de executar a oração de adoração silenciosa e contemplativa. Ou predileção pela alta intensidade sonora, o que deve ser acompanhado por poder tratar-se de uma forma egocêntrica de viver a fé e, portanto, inadequada.

Uma observação há de ser feita. Da mesma forma que nem todo tradicional é tradicionalista (todo aquele que é igreja é tradicional, mas nem todos são tradicionalistas); nem todo aquele que vive um carisma é carismático. Assim, um indivíduo pode viver o carisma franciscano; outro viver o carisma beneditino; outro, o salesiano; sem que eles sejam carismáticos, ou seja, sem que eles pratiquem a fé nos moldes da RCC – Renovação Carismática Católica.

 Apesar do texto ser extenso para um blog, acima está resumido o tema e espera-se que tal texto lhes seja úteis à reflexão.

Um forte abraço a todos! Paz e Bem!

Maceió, 30 de março de 2016.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto