Alisson Barreto

A VERDADEIRA FORMA DE HUMANIZAÇÃO

Alisson Barreto 15 de fevereiro de 2016

A VERDADEIRA FORMA DE HUMANIZAÇÃO

NO RELATIVO OU NO ABSOLUTO?

 

Por Alisson Francisco R. Barreto

 

Muitos buscam a humanização em relativismos, relaxando as crenças e confiabilidades, buscando uma forma genérica de humanidade. Mas será que isso corresponde à realidade?

A busca de uma forma genérica de humanidade parte de uma lógica antropológica, humana, temporal, que – desconsiderando a existência de Deus e focando apenas nas questões humanas – busca, na igualdade entre os homens, uma humanização que respeite as diferenças e igualdades entre os homens, uma humanidade que se aplique a todos os homens. Tem-se, assim, a ideia relativa de humanidade.

No entanto, exsurge uma indagação! Se, numa determinada época, a humanidade estiver corrompida e o senso de respeito humano diminuído, em decorrência de relaxamento de valoração moral, ter-se-á uma valoração de humanidade minorada, daí, como se daria a humanização?

Por outro lado, imagine um humano perfeito, santo, incorrupto, pulcro. Para que se o considere perfeito, tal ser humano deve ser dotado de valores perfeitos de humanização e, para tanto, sua consciência não pode está prejudicada por corrupção moral. Tal humano, supostamente hipotético, passa a ser a referência de humanização, por se tratar de uma referência de valores humanos, o modelo de homem. Assim, tem-se que o ser humano perfeito é um modelo absoluto de humanidade.

(1) Enquanto, no relativismo moral, a humanização se dá na generalidade; na moral absoluta, se dá na unicidade. (2) Naquele, o valor humanidade é um somatório da situação no tempo; nesta, é um valor eterno e universal. (3) A noção relativista de humanidade é sujeita a um somatório de subjetivismos; a noção jusnatural plena de humanidade se dá no homem perfeito.

Acontece que os cristãos aprenderam, por revelação e constatação, que o modelo absoluto de humanidade existe e se realiza não num homem hipotético, mas num homem real, verdadeiro, absoluto, pleno: Jesus, o Cristo. O modelo absoluto de humanidade mais que existir ele é. O indivíduo perfeitamente humano não é um ser de existência falha, mas o ser de essência perfeita. A verdade é que Jesus Cristo é, ao mesmo tempo e além do tempo, Deus Perfeitamente Deus e Homem Perfeitamente Homem.

Quando um cristão professa sua fé ele afirma crer na divindade de Jesus Cristo como único Filho de Deus (creio em Jesus Cristo, Seu único Filho) e na santidade de Sua Esposa (Igreja Una, Santa e Católica), a qual é santa por mérito de Cristo (o amor de Cristo, literalmente, a santifica). De modo que, [A] (1) sendo, no santo, o valor humanidade absoluto e (2) a Igreja Santa, o meio santificador do homem, por meio do levar o homem a ser santo por participação no Santo; [B] tem-se que a Igreja é o meio que santifica o homem por participação no Corpo do Santo.

Ou seja, dentre outras benesses, a Igreja é o meio que Deus colocou no mundo para realizar o homem na humanidade plena, moldá-lo na santidade. Aqui, note-se, quando se fala em Igreja, está se referindo à Igreja colocada por Cristo, não as fundadas por homens não divinos.

Considerando, portanto, que o cristão considera Jesus Cristo o modelo absoluto de homem, o molde absoluto de humanidade e o ser absoluto; seria totalmente incoerente se um cristão afirmasse buscar uma humanização sem Cristo, pois estaria a retirar todo o verdadeiro e plenamente humano de sua busca pelo valor humanidade. Seria como querer comprar uma barra de ferro sem que nela houvesse o elemento químico Fe (ferro).

Nesse sentido, pode-se deduzir que, assim como quem busca absolutamente a verdade busca ao Cristo; quem verdadeiramente busca a realização absoluta do valor humanidade busca Jesus Cristo. Se há verdadeira humanização, há realização do amor e da verdade, portanto, há encontro com Cristo, ainda que possa alguém não saber estar O encontrando. Ser plenamente humano é ser plenamente cristo, pois o Ser plenamente Homem é o Cristo.

Quem sabe as ciências jurídicas um dia cheguem a tal evolução que reconheça a realização dos direitos humanos só se chega plenamente na humanização cristificante!

Dado em Maceió, 15 de fevereiro de 2016.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto.*

*Alisson Francisco Rodrigues Barreto é poeta, filósofo (Seminário Arquidiocesano de Maceió); bacharel em Direito (Ufal), pós-graduado (Esmal). Autor de Pensando com Poesia e deste blog (2011).