Alisson Barreto

AMAR E VIVER À VERDADE

Alisson Barreto 18 de novembro de 2015

AMAR E VIVER À VERDADE

ENTRE O RELATIVISMO E O RADICALISMO

Por Alisson Barreto

Num mundo de intolerância religiosa e relativismo moral, como ser fiel à Verdade sem deixar de amar? Num olhar atento à realidade hodierna, é fácil perceber uma certa migração do pensamento de muitos de uma ocupação com o relativismo moral e uma preocupação com o radicalismo religioso ou o radicalismo ateísta.

Parece ser contraditório haver um relativismo filosófico, moral e religioso, no mundo, e – ao mesmo tempo – aversões radicalistas por toda a parte. Não é mesmo?

Na verdade, o mundo não percebe; mas o mundo tem uma espécie de cristofobia, que se revela de diversas formas. Por um motivo simples: o mundo não aceita o que não é do mundo!

Olhe para qualquer parte do mundo e verá que há algo daquele local que não aceita Cristo. Em resumo despretencioso, pois não dá para enquadrar de forma tão simplória, mas eis alguns aspectos:

Os judeus não convertidos ao cristianismo, não o fizeram porque teriam que crer em Jesus Cristo e isso não lhes agradava, não era dentro do que eles esperavam do messias e, além do mais, o poder sairia das mãos dos Sumos Sacerdotes para o verdadeiro Sacerdote: Jesus Cristo (sacerdote segundo a ordem do rei Melquisedec) e, em Cristo, o construção da Igreja em Pedro. A partir dali, tentaram colocar em descrédito os textos produzidos pelos apóstolos, rechaçando os escritos fora da Terra Santa.

Os protestantes, fizeram uma nova Bíblia, mudando o nome de Deus para Jeová, tirando os livros do Antigo Testamento escritos fora da Terra Santa (como queriam os judeus para combater os cristãos), mas não os do Novo Testamento. Depois negaram a ação de Cristo através do Corpo de Cristo escolhido por Ele, ou seja, negando a assembleia dos apóstolos reunidos sob a liderança de Pedro e sob o maternal amparo da Virgem Maria. Noutras palavras, passaram a negar a Profissão de Fé dos cristãos, o credo, negando-se a crer na Virgem Maria e a acolhê-la como Mãe (como preceituou Jesus na cruz) e negando a ação do Espírito Santo a guiar a Igreja de Cristo. Negaram-se a crer na Igreja Una, Santa e Apostólica, tentam dividir o cristianismo, negar a santidade da Igreja e não aceitam a sucessão apostólica.

Sem contar com os pseudoevangélicos de seitas sabatistas e de teologias da prosperidade, dentre outros. Os da teologia da prosperidade teriam que admitir que não se pode servir a Deus e ao dinheiro, já que preferem buscar (e usar) a Deus/deus para acumularem dinheiro. Os sabatistas porque, assim como os protestantes (só que de forma mais radical), teriam que enxergar que Jesus fez do dia da ressurreição o dia de Deus e dos cristãos.

Os muçulmanos não O aceitaram porque teriam que considerá-Lo Deus e teriam que admitir que a salvação vem dos judeus, povos que eles abominam. E não aceitam a Santa Igreja Católica porque querem o poder de controlar as regiões onde a Igreja está.

Os ateus porque teriam que se submeter à ordem de um Ser superior e além de suas capacidades cognitivas. E porque teriam que, inclusive, há realidades que são incapazes de compreender e teriam que se submeter a uma dessas realidades, a qual está infinitamente acima de suas limitações interpretativas.

Os agnósticos porque teriam que aceitar que religião religa o homem a Deus e que o homem precisa dessa ligação com Deus, e aceitar a impotência “autosalvífica”, como eu chamaria para explicar que o homem é incapaz de salvar-se pelos próprios méritos.

Os espíritas esbarrariam também na questão do mérito salvífico, e em ter que admitir que quem salva é o Senhor do Altar Eucarístico, e não uma perpétua repetição de vidas mundanas. Bem como teriam que não desmerecer o valor do corpo no processo de salvação.

Disso é possível tirar muitas outras conclusões, ainda que muitos dos leitores possam não concordar com tais disposições. Mas que ninguém se engane: Jesus Cristo não é polígamo, Ele é fiel à Sua Igreja e deu a Sua vida para salvar-nos! Deus uniu a Igreja a Cristo e o homem não tem poder para separá-la. Não é o homem quem faz a Igreja ser unida a Cristo, mas o próprio Jesus Cristo, que foi quem a escolheu para a Sua Esposa! Acaso algum homem tem poder de declarar o Senhor separado de Sua Esposa? Quem como Deus?

Porém, uma questão é você identificar a Verdade, num mundo tão cheio de falácias. Outra, é você ter encontrado a Verdade (Cristo) e saber conciliar o amor de agir para com todos com fortaleza na fé, realizando a justiça da fidelidade a Cristo no agir com amor e honra à Verdade.

Só a prática da oração associada ao exercício do amor e à busca das razões à Verdade pode alimentar o coração humano para atingir a virtude da temperança (moderação) para saber a medida certa das ações, bem como saber a hora e proporção certa do falar, do silenciar, do escrever e do olhar.

Estamos num mundo onde há muitos radicais, ansiosos de executar a violência de alguma forma, e relativistas, ansiosos para que todos calem suas próprias razões para evitar o confronto até que todos possam ter os anseios religiosos calados para que a fala no mundo seja apenas a fala conveniente ao mundo.

O mundo não precisa de conveniência, nem de supermercados de fé, nem de trincheiras de pensamento. O mundo não precisa de genocidas, nem homicidas, nem infanticidas, nem abortistas; o mundo não precisa de fingidores nem matadores. O mundo precisa de seres humanos que conjuguem a prática do amor com a fidelidade à Verdade. O mundo precisa de sinceridade, humanidade, esperança. O mundo precisa de Deus.

O mundo precisa tirar o véu que o impede de enxergar e aceitar o Céu!

Um forte abraço a todos!

Paz e Bem!

Alisson Francisco Rodrigues Barreto*

*poeta, filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado. Autor do blog A Palavra em palavras, em TribunaHoje.com