Alisson Barreto

O WHATSAPP E A COLUNA DE SAL

Alisson Barreto 30 de junho de 2015

O WhatsApp e a Coluna de Sal

Em tempos de redes sociais e de questões sexuais, convém lembrar-se do que se passou com Lot, sua família e os anjos do Senhor, em Sodoma. Lembra-te, pois, da estátua de sal e do que se sucedeu aos homens desejosos de praticar sodomia que desejaram até mesmo os anjos.

É rigoroso observar também o que o anjo disse a Lot, ao retirá-lo de Sodoma:

“Quando já estavam fora, um dos anjos disse-lhe: “Salva-te, se queres conservar tua vida. Não olhes para trás, e não te detenhas em parte alguma da planície; mas foge para a montanha senão perecerás.” (Gn 19,17)

Porém, nem todos cumpriram o preceito do anjo do Senhor: “A mulher de Lot, tendo olhado para trás, transformou-se numa coluna de sal.” (Gn 19,27)

Que lição podemos tirar dessa questão?

Deus havia mandado os anjos para salvar Lot do lugar pecaminoso, poupá-lo da destruição que infligiria aos habitantes daquela cidade. Lot intercedeu por sua família, mas sua mulher – em dado momento – esqueceu-se ou ignorou o que o anjo havia dito para fazer e olhou para trás. Mas por que olhar para trás acarretara tal punição?

Como condição à preservação da vida, o anjo deu dois mandamentos: não olhar para trás e não se deter em parte alguma da planície. Os porquês deste e daquele mandamentos são correlacionados: este se refere a não se deter no ambiente de condenação e aquele a não desejar voltar atrás nem apreciar a desgraça alheia.

Os olhos direcionam o pensamento. Olhar para trás tem um sentido de reviver o passado e olhar para a desgraça tem um quê de ocupar a mente com o que não é graça.

A neurolinguística aponta para a relação entre a direção dos olhos e as funções de memorizar, recordar ou criar, por ex.. A sabedoria popular poetiza que “os olhos são as janelas da alma”.

Como se não bastassem os ensinamentos das Sagradas Escrituras, da ciência e da sabedoria popular, muitos são os que se direcionam ou se detêm em desgraças alheias ou pretéritas de si próprios.

Em tempos de redes sociais, percebe-se um prazer mórbido e muitas vezes “viralizante” no compartilhar vídeos e imagens de sofrimentos, misérias e desgraças, causando da comoção imediata ao costume à desgraça; ora provocando emoção passional, ora relaxando a consciência.

Muitas pessoas não se dão conta que fazem mal ao disseminar as imagens dos males. Nem todos se dão conta que podem escolher entre se deter em observar imagens do Céu ou as imagens da destruição.

Isso, obviamente, não significa ignorar o sofrimento alheio; ao contrário, significa não se acostumar com ele. Olhar sem ajudar é um passo ao acostumar-se com o mal. Há os que, de tanto verem a desgraça, passam a conviver com ela sem se escandalizar e há os que, de tanto buscarem a graça, ao se depararem com o sofrimento, têm misericórdia e seus corações ajudam aos que estão em miséria. Há, portanto, os que passam e viram a cara, os que passam e olham para a dor alheia e os que, como o bom samaritano, ajudam a aliviar as dores de outrem. Há os casos em que se pode fazer algo diretamente e há os casos em que, nada podendo fazer diretamente, nos motiva a orarmos pelos demais.

Eis, pois, que sempre se pode escolher entre o olhar e o fazer ou o assustar e o proteger!

Nunca deixe passar a oportunidade de amar! Ao se deparar com um vídeo de amargar, você pode não compartilhar, pois isso também é amar. Lembre-se da história de Lot: não queira ver a destruição de Sodoma nem se ocupe com a desgraça. Antes busque a graça e a salvação dos que ama.

Ser coluna da verdade e do amor, não do sal da dor. Eis a dica à semana!

Não nos apeguemos à desgraça, mas busquemos as graças do Senhor! Busquemos o amor! Aprendamos a amar!

Paz e Bem!

Maceió, 30 de junho de 2015.

Alisson Francisco Rodrigues Barreto1

1Poeta, filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado. Escritor, missionário, servo do Senhor.