Alisson Barreto

AMAR MAIS QUE OS CACHORRINHOS

Alisson Barreto 15 de junho de 2015
AMAR MAIS QUE OS CACHORRINHOS

Já parou para observar quantas pessoas adotam cães?

Cães mais bem tratados que crianças.

Num mundo de crianças esquecidas pelas mães.

Pessoas cada vez mais prazeres buscam.

Povo que quer ser amado.

E que escolhe os cães pelo carinho que recebem.

 

Cães que respondem com carinho aos cuidados que recebem.

Mas muitos filhotes humanos já não recebem carinhos.

Muitos humanos já não conseguem identificar o amor.

Mas – diferentemente dos cães – o homem pode amar primeiro.

Os cães podem cativar pelo carinho.

Mas os homens podem caminhos abrir,

Podem ter a iniciativa primeira,

Os Humanos podem amar.

Maceió, 15 de junho de 2015.

 

Alisson Francisco Rodrigues Barreto.

 

 

COMENTÁRIOS DO AUTOR.

Amar vai além da retribuição ou da repetição. Amar leva a superar-se, a ir além, a perdoar, a ter a iniciativa do ato de amor.

Há muitas pessoas que criam cachorrinhos por gostar da natureza, apreciar a criação de Deus. Mas há muitos que criam por não conseguir envolverem-se com seres humanos, que buscam nos animais um refúgio para a própria insuficiente capacidade de amar.

Com isso digo, não que quem crie animais não consiga amar. Eu mesmo sempre gostei de animais e sou proprietário da página “Apaixonados por Bebês e Animais”, no Facebook. Porém, há muitas pessoas que criam animais porque os bichos reagem com carinho ao carinho recebido, os cachorrinhos são fiéis aos que os alimenta.

Tomando pelo outro lado, os cães respondem com carinho ao carinho recebido e, muitas vezes, apresentam uma capacidade de serem fiéis, perdoando seus donos, em muitas das vezes que recebem gritos. Mas a quem procura animais por estas qualidades, muitas das vezes são incapazes de fazer o mesmo, ou seja, incapazes de perdoar por amor, de permanecerem fiéis no ato de amor quando sofrem desamores.

Nisso, muitos dos donos deveriam aprender com seus bichos: romper a barreira do próprio mundinho para ir ao encontro do outro. Muitos nem se dão conta que suas escolhas por bichos revelam justamente as próprias insuficiências na arte de amar.

Mas como eu disse, “Amar leva a superar-se, a ir além, a perdoar, a ter a iniciativa do ato de amor”. Até que ponto será que amamos? Será que amamos mais que os cachorrinhos?

Ó Senhor, até os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa! Dai-nos a capacidade de alimentarmo-nos do amor, como Vós nos ensinais e convidais a amar!

Atenciosamente,

Alisson Francisco Rodrigues Barreto.*

Maceió, 15 de junho de 2015,

 

*Poeta, filósofo; bacharel em Direito, pós-graduado. Escritor, autor do blog A Palavra em palavras, aluno do Amor na escola da Vida.

PS: a bem da verdade, é incorreto dizer que alguém adota um animal, já que ele não passará a ser herdeiro necessário do proprietário. Caso fosse adotado, os filhotes do cachorrinho não poderiam ser vendidos nem doados, já que seriam netos do adotante e herdeiros na sucessão. Óbvio, portanto, que o termo adoção de cachorros é usado no sentido figurado; até porque os animais não são pessoas físicas nem têm personalidade jurídica, não são sujeitos de relações jurídicas, mas objetos.