Saúde

Descubra os mitos e verdades sobre essa doença e sua relação com a Vitamina D 

Por Assessoria 13/11/2017 10h21
Descubra os mitos e verdades sobre essa doença e sua relação com a Vitamina D 
Reprodução - Foto: Assessoria

Mais de 16 milhões de brasileiros adultos possuem diabetes, sendo que cerca de ½ desses indivíduos desconhece portar a doença entre 5-10 anos antes do diagnóstico, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)¹. O diabetes tipo 2 (DM2), cuja evolução é silenciosa por vários anos, tem entre seus principais desafios o diagnóstico precoce. Aumento de apetite e sede, cansaço, perda rápida de peso e alteração na visão podem ser sinais de alerta para diabetes, explica o endocrinologista do Hospital Albert Einstein e membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Frederico Maia. Além do diagnóstico, prevenir e controlar a doença, mantendo a saúde em dia também são pontos relevantes. Pensando nisso, o especialista selecionou mitos e verdades que ajudarão a desmistificar esse mal crônico, ainda sem cura.

Existe pré-diabetes? VERDADE

O estado de pré-diabetes é a fase anterior ao diagnóstico do Diabetes tipo 2, definido por uma hemoglobina glicada acima do ideal máximo de 5.6%. O pré-diabetes, assim como o DM2, acontece quando há uma alteração no mecanismo de controle dos níveis de açúcar no corpo, feito pelo do pâncreas. Com isso, surge resistência à insulina, hormônio essencial do nosso organismo para controlar o açúcar do sangue. Um dos principais fatores de risco para essa condição é o ganho de peso aliado ao sedentarismo e dieta inadequada. Embora mais comum em indivíduos acima de 45 anos, atenção especial deve ser dada às crianças e adolescentes acima do peso, já que os índices de pré-diabetes e DM2 tem aumentado progressivamente. Para saber como está seu índice glicêmico, busque orientação médica. Lembre-se que esta é a única fase em que a doença ainda pode ser revertida ou ao menos retardada.

Há apenas dois tipos diferentes de diabetes? MITO

O diabetes, de forma geral, pode ser classificado em tipo 1 e tipo 2. O primeiro tem base genética, de natureza autoimune, ocorrendo uma destruição progressiva das células produtoras de insulina no pâncreas. É mais frequente em crianças e adolescentes, sendo indicado como tratamento imediato a reposição do hormônio insulina. Já o tipo 2, ocorre em indivíduos que produzem a própria insulina, mas o organismo não utiliza da forma correta, sobretudo devido ao excesso de peso e resistência à ação da insulina no organismo. Geralmente, ocorre em indivíduos com  predisposição genética somada aos hábitos de saúde inadequados. A doença ainda pode surgir na forma Latente Autoimune do Adulto (LADA); durante a gestação; induzidas por medicações como corticoides por longos períodos; bem como quando há fatores de riscos associados, como: sobrepeso e obesidade, idade avançada, ovários policísticos, histórico de diabetes na família e hipertensão na gestação.

 Vitamina D pode reduzir o risco de diabetes em crianças e adolescentes acima do peso? VERDADE

De acordo com estudos recentes3,4, estima-se que entre 62% a 76% das crianças e adolescentes possuem deficiência de Vitamina D (com níveis de 25OHVD abaixo de 20ng/ml) e apresentaram maiores níveis de insulina no sangue, caracterizando o estado de resistência insulínica em cerca de metade dos casos, explica o Dr. Frederico Maia. Um estudo americano na universidade do Missouri mostrou que após 6 meses de suplementação de vitamina D3 em doses moderadas 4000ui/dia, comparadas a placebo, em adolescentes acima do peso, houve uma redução expressiva do risco de diabetes.5 A avaliação conjunta do pediatra com o endocrinologista é fundamental para identificação dos casos que merecem tratamento, bem como o acompanhamento com exames de sangue para ajustes da dose de Vitamina D utilizada.

Vitamina D pode prevenir o diabetes e reduzir a mortalidade nesse grupo de indivíduos? VERDADE

A vitamina D pode ser utilizada como forma de prevenção para várias doenças e entre elas está o diabetes. Crianças recém-nascidas que usaram doses de vitamina D3 mais elevadas que o de costume (2000 ui ao dia em comparação com as 600 ui geralmente prescritas por pediatras) tiveram um risco de cerca de 30% menor para o aparecimento de diabetes tipo 1.7 As pessoas que têm contato com o sol ou suplementam vitamina D têm 80% menos de chance de ter diabetes tipo 1 comparado com alguém que não teve contato com o sol².  Já um estudo publicado em uma das mais importantes revistas científicas em diabetes, a Diabetes Care, acompanhou quase 300 indivíduos com Diabetes tipo 2 por cerca de 15 anos, de idade média de 54 anos. Os autores notaram um aumento significativo de mortalidade geral e por doença cardiovascular em pacientes com diabetes tipo 2 e baixos níveis de Vitamina D (abaixo de 35ng/ml).6   O especialista chama atenção para a necessidade de se investigar os níveis de vitamina D em crianças, adolescentes e adultos de risco (acima do peso e resistência insulínica), bem como, o diagnóstico de DM2, para se estabelecer o tratamento adequado.