Saúde

Endometriose afeta cerca de 7 milhões de brasileiras

A campanha mundial Outubro Rosa, de prevenção ao câncer de mama, abre espaço para conscientização da saúde da mulher como um todo

Por Assessoria 24/10/2017 13h04
Endometriose afeta cerca de 7 milhões de brasileiras
Reprodução - Foto: Assessoria

Em meio ao Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização sobre o câncer de mama, é importante falar também sobre uma doença que atinge as mulheres e ainda é bastante desconhecida e de difícil diagnóstico, a endometriose. Ela acomete as mulheres em idade reprodutiva e se caracteriza pelo crescimento do endométrio, a camada interna do útero, fora do seu local habitual, levando a uma reação inflamatória crônica. Devido ao refluxo menstrual pelas trompas uterinas, o  endométrio chega a lugares onde não deveria, como: útero, trompas, ovários, ligamentos do útero, superfície do reto, bexiga e diafragma.

  Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 180 milhões de mulheres no mundo sofrem de endometriose. No Brasil a doença afeta de 10% a 15% das mulheres em fase reprodutiva, ou seja, cerca de 7 milhões de brasileiras são acometidas pelo problema que causa fortes dores e pode levar à infertilidade.   Segundo o Dr. Fábio Sakae Kuteken, médico ginecologista especializado em endometriose da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, dentre as diversas formas de manifestação da doença, a endometriose profunda chama atenção pela sua intensa sintomatologia.  “Os sintomas mais comuns são as dores na menstruação, infertilidade, dor na relação sexual e dores contínuas ou intermitentes ao evacuar e urinar. Já a endometriose intestinal, caracterizada pela presença de endométrio à volta das paredes do intestino que dificultam a sua função e causam intensa dor abdominal, é uma das formas mais graves da doença, podendo acometer entre 5,3% a 12% das mulheres portadoras de endometriose, sendo a junção do reto com o sigmoide, a localização intestinal acometida com maior frequência”. O ginecologista explica ainda que a doença afeta muito a qualidade de vida da mulher, porém, ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, ela não é sinônimo de infertilidade. “Embora a endometriose seja conhecida por prejudicar a fertilidade, os mecanismos que levam a essa condição são incertos e provavelmente dependem, em parte, do estágio da doença e geralmente não impossibilita completamente a gravidez. Uma combinação de cirurgia, indução de ovulação com inseminação intrauterina e/ou de reprodução assistida, pode ajudar essas mulheres a engravidarem.”   O tratamento para endometriose pode ser feito com o uso de medicações hormonais, realização de cirurgia ou a com a combinação das duas. Segundo Dr. Fábio, a escolha dos profissionais e um tratamento multidisciplinar podem ser os principais diferenciais no tratamento. “A endometriose profunda é uma doença complexa, principalmente quando acomete outros órgãos além do sistema reprodutivo, ou seja, intestino, bexiga, ureter e diafragma. O tratamento cirúrgico, quando indicado, necessita de um planejamento estratégico minucioso que inclui exames radiológicos precisos, para o mapeamento completo da pelve. O Hospital São Camilo possui equipamentos de ponta e especialistas altamente capacitados para o diagnóstico radiológico, cirúrgico e abordagem cirúrgica multidisciplinar quando necessária, envolvendo no tratamento desde o ginecologista até o coloproctologista, urologista e cirurgião torácico.” Segundo estudos recentes, a maioria das mulheres leva até 6 anos para chegar ao diagnóstico efetivo da endometriose. Por isso é importante ficar atenta aos primeiros sintomas como cólicas menstruais intensas; dor durante a menstruação;dor durante as relações sexuais; dor difusa ou crônica na região pélvica e sangramento menstrual intenso ou irregular. Além disso, é de extrema importância procurar um médico especialista ao primeiro sinal.