Saúde

Pessoas ansiosas possuem mais chances de desenvolver síndrome do pânico

De acordo com a psicóloga Sarah Lopes, do Hapvida Saúde, na hora da crise, a pessoa acredita que está passando por uma situação mais trágica do que realmente é

Por Assessoria 14/09/2017 09h45
Pessoas ansiosas possuem mais chances de desenvolver síndrome do pânico
Reprodução - Foto: Assessoria

Recentemente o Padre Fábio de Melo usou suas redes sociais para falar de um tema que tem estado cada vez mais próximo da população: síndrome do pânico. Ele chegou a declarar que ficou uma semana trancado em casa e que nunca chorou tanto na sua vida como neste período. A síndrome é mais comum em mulheres e pode potencializar medos do indivíduo, mas tem cura.

De acordo com a psicóloga Sarah Lopes, do Hapvida Saúde, na hora da crise, a pessoa acredita que está passando por uma situação mais trágica do que realmente é. “A síndrome do pânico é um conjunto de sintomas que fazem com que ansiedade ou medo do indivíduo sejam potencializados. A diferença entre a síndrome do pânico e ansiedade está basicamente ligada a intensidade. Uma ansiedade não necessariamente é uma síndrome do pânico, porém, caso esta ansiedade não seja tratada poderá evoluir para esta síndrome”, explica.

As causas para síndrome do pânico podem ser várias, começando pelo estilo de vida do paciente, ou ainda, pode ser desencadeada em virtude de algum trauma. “Pessoas ansiosas possuem uma probabilidade maior de desenvolver a síndrome do pânico", alerta a psicóloga.

De acordo com a profissional, os sintomas são suor nas mãos, dor no peito, falta de ar  e é muito comum paciente se queixar de muitas dores no peito como se tivesse enfartando. Além de, tremores, medo excessivo de sair sozinho e  medo de lugares populosos.

“Com a sensação de irrealidade, o sujeito potencializa tudo e fantasia na sua mente um cenário irreal, como se qualquer coisa fosse negativo ou fosse dar errado. Ou seja, a sensação é que sempre algo ruim está para acontecer”, afirma Sarah.

A síndrome pode causar um cansaço físico porque o indivíduo está sempre em estado de alerta, tenso e preparado para algum perigo iminente, perigo este que não existe, que é irreal. Mas o cansaço físico é real. “Os transtornos mentais podem vir com algumas comorbidades. A falta de apetite, por exemplo, é mais comum em pacientes depressivos, o que pode acontecer com pacientes com síndrome do pânico também porque acabam se restringindo socialmente, o que por consequência os deprimem”, esclarece Sarah.

Para a psicóloga, dificilmente quem tem síndrome do pânico consegue ficar em locais com muitas pessoas ou com som muito alto.  Excesso de barulho e excesso de pessoas traz para o indivíduo uma sensação de insegurança, potencializando o que ele acredita: que, caso passe mal, não poderá ser socorrido. “Grandes multidões impedem que o sujeito possa circular livremente, por este motivo que qualquer sensação de insegurança pode desencadear situações de crise”, alerta.

Tratamento

De acordo com a profissional, o primeiro passo é investigar se vai precisar  de uma terapia medicamentosa. “É muito comum nos casos de situação de síndrome do pânico fazer uso de psicotrópicos para redução da ansiedade e minimizar os sintomas. Além disso, procurar psicoterapia e atividades que reduzem a ansiedade também favorecem no tratamento. A mudança de pensamento e o controle da respiração são pontos fundamentais.  O indivíduo deve ainda começar a perceber que dentro da sua realidade as coisas ruins não acontecem com a frequência com que ele pensa”.

A psicóloga orienta que a primeira coisa a fazer em um ataque de pânico é parar, sentar-se e respirar de forma lenta e profunda. Procurar alterar o pensamento de negativo para positivo trazendo um pouco mais para a realidade e percebendo o que é fantasia ou não. “A  respiração é o melhor método para o controle nos momentos de crise”, diz.

Em caso da crise ser com um parceiro, a psicóloga orienta que deverá haver paciência e que é preciso compreender que não é desejo do parceiro ter essas sensações. “É interessante dar apoio nos períodos de crise e durante o dia a dia, incentivando que o sujeito retome a sua rotina normal. Evite desacreditar sobre o que é dito, os sintomas e as sensações físicas são reais produzidas pelo imaginário, o que ele sente é real”, explica.

“Existe cura para síndrome do pânico sim. Entretanto os transtornos mentais estão sempre correlacionados, existe uma possibilidade também de recaída, mas, se o indivíduo conseguiu sair de uma primeira vez, conseguirá também de uma segunda”, finaliza a psicóloga.