Política

PF volta a realizar operação contra Cristiano Matheus

Ação desta sexta-feira (8) foi denominada 'Capital dos Marechais' e é desdobramento da Operação Astaroth

Por Redação com Tribuna Hoje, com assessoria 08/06/2018 08h53
PF volta a realizar operação contra Cristiano Matheus
Reprodução - Foto: Assessoria
A Polícia Federal (PF) em Alagoas realizou na manhã desta sexta-feira (8) a Operação Capital dos Marechais cujos alvos são o ex-prefeito Cristiano Matheus e dono de uma empresa contratada por ele comandava a Prefeitura de Marechal Deodoro, mas não prestou os serviços. O nome do empresário, nem da empresa, foi revelado. Foram cumpridos dois mandados de prisão, expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas nas cidades de Maceió e Marechal Deodoro. A Operação Capital dos Marechais é um desdobramento a Operação Astaroth, realizada em julho de 2017. Segundo a PF, o prejuízo causado ao erário no contrato-alvo da operação desta sexta-feira é R$ 1,4 milhões. [caption id="attachment_106925" align="aligncenter" width="550"] PF durante operação desta sexta-feira na casa de Cristiano Matheus em Massagueira (Foto: Cortesia)[/caption]   ASTAROTH A Operação Astaroth, deflagrada em julho de 2017, teve como alvo o desmantelamento de suposto esquema de desvios de recursos de programas educacionais como os  Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do Programa Caminho da Escola e Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE), na ordem de R$ 6 milhões. Catorze pessoas foram alvo desta operação que mobilizou cerca de 100 agentes da PF para cumprir mandados no Maranhão, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. KALI Da Astaroth surgiu a Operação Kali, realizada em dezembro de 2017 cujo alvo também foi Cristiano Matheus. Desta vez foi para desbaratar um esquema que a PF chamou de “rede de laranjas”. Até seu motorista particular foi usado no esquema. Ele era proprietário de uma sala comercial no Centro de Maceió, mas, segundo seu depoimento, ele não sabia que tinha isso em seu nome. O imóvel foi adquirido em 2012. Depois a sala foi trocada por outra no mesmo prédio. Essa nova sala foi colocada em nome de outra ‘laranja’ que depois repassou para o motorista. Então, o motorista passou a sala para um amigo do ex-prefeito, proprietário atual, e do apartamento em que o ex-prefeito morava, aquele da polêmica nas redes sociais”, relatou Bernardo Gonçalves, à época superintendente da PF em Alagoas. Durante os mandados de busca e apreensão da Operação Kali foram encontrados na casa da proprietária de uma construtora, que tinha contrato com a Prefeitura de Marechal Deodoro, R$ 297 mil; cinco mil dólares e 14 mil euros, em espécie. Tendo por base as cotações das moedas estrangeiras no dia a operação, o total de dinheiro encontrado foi de R$ 367.155,00. Segundo apurou a reportagem do jornal Tribuna Independente à época, o dinheiro foi encontrado no apartamento de Lucilene Freire Peixoto, dona da FP Construções. Empresa e proprietária são alvo de investigação desde a Operação Astaroth. Ainda de acordo com a PF à época da Operação Kali, Cristiano Matheus realizava seus pagamentos sempre em espécie, muitas vezes através de terceiros, e sem constrangimento de usar recursos públicos. “Ele pagou um serviço de móveis planejados, e isso consta no depoimento da dona da loja, em espécie, após ligar para o então secretário de Finanças de Marechal Deodoro, que levou até o local R$ 110 mil. O parto de sua ex-esposa foi pago pelo amigo, ‘dono’ do apartamento, no valor de R$ 4 mil, também em espécie. Isso foi confirmado pelo obstetra que fez o procedimento”, relatou o delegado Bernardo Gonçalves.