Política

Sururugate: PF faz diligências no município de Batalha

Ação ocorre após Baixinho Boiadeiro afirmar, em vídeo, ter documentos que provam desvio de recursos na ALE

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 22/03/2018 08h02
Sururugate: PF faz diligências no município de Batalha
Reprodução - Foto: Assessoria
A Polícia Federal (PF) em Alagoas esteve realizou, nesta quarta-feira (21), diligências no município de Batalha, no Sertão alagoano, dando sequência às ações relativas à Operação Sururugate, que apura supostos desvios de recursos públicos da folha de pagamento da Assembleia Legislativa do (ALE). A PF não confirmou, mas a ação ocorreu, coincidentemente, após as declarações de José Márcio Cavalcante de Melo, o Baixinho Boiadeiro, filho do vereador assassinado em Batalha, Neguinho Boiadeiro, de que tem documentos comprobatórios de desvios de verbas na ALE. Baixinho, que está foragido da Justiça - acusado de tentar contra a vida de José Emílio Dantas, divulgou um vídeo na internet no início de fevereiro, no qual apresenta uma lista de supostos “laranjas” da Assembleia Legislativa, que estaria em posse de seu pai, e que comprometeria o presidente da Casa de Tavares Bastos, deputado Luiz Dantas (MDB), como também a prefeita de Batalha, Marina Dantas (MDB), que é casada com Paulo Dantas, ex-prefeito do município e filho do parlamentar estadual. Segundo Baixinho, teria sido por esse motivo que o pai acabou sendo assassinado, e que os principais suspeitos seriam os membros da família Dantas. Lembrando que pelo assassinato de Neguinho foram presos o vereador por Batalha, Sandro Pinto, ligado aos Dantas no município, seu sobrinho Rafael Dantas, e Maikel dos Santos. Na lista apresentada por Baixinho, consta que 17 pessoas recebiam de R$ 12 mil a R$ 17 mil em suas contas, mas sacavam apenas R$ 300 e que o restante ficaria, supostamente, com Luiz Dantas e Marina Dantas, pois haveria um vínculo entre as contas da ALE e da prefeitura de Batalha. Outro fato que envolve a Família Dantas foi a decisão da responsável pela Comarca de Batalha na época, juíza Vilma Renata Jatobá de Carvalho, que determinou a realização de alguns mandados de busca e apreensão, que tinha entre os alvos Theobaldo Cavalcanti Lins Netto, irmão da prefeita Marina Dantas. Diz o texto da magistrada – com base no relatório do inquérito policial – que Theobaldo Cavalcanto Lins Netto, “em ligação telefônica (interceptada pela polícia), chegou a comentar que a denúncia de possíveis funcionários fantasmas na Assembleia é verdadeira e a prática seria comum”. Em entrevista à reportagem da Tribuna Independente no mês passado, o procurador-geral de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE), Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, informou que estava aguardando o envio dos documentos listados Baixinho Boiadeiro para iniciar investigação sobre as acusações que fez em vídeo. À Tribuna, Bahia Boiadeiro, irmã de Baixinho, disse que a família já havia dado entrada dos documentos nos órgãos de Justiça. A família Dantas nega todas as acusações.