Política

Trabalhadores protestam contra a reforma de Temer

Movimentos sociais foram às ruas para alertar a população sobre riscos de aprovação

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 20/02/2018 08h19
Trabalhadores protestam contra a reforma de Temer
Reprodução - Foto: Assessoria
Sindicalistas e movimentos sociais protestaram nesta segunda-feira (19) contra a reforma da Previdência, que está em debate no Congresso Nacional. O ato foi realizado no Calçadão do Comércio, no Centro da capital alagoana. Para o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas (Sintietfal), Ederson Matsumoto, a importância do ato é mostrar para a população que a reforma da Previdência vai prejudicar ainda mais os trabalhadores. Ele cita ainda que o Governo Federal vem tentando usar a intervenção federal no Rio de Janeiro como chantagem popular. “Se ela vai passar é uma incógnita, mas pessoalmente eu acredito que não passou ainda porque ele não tem os votos necessários e nem dinheiro o suficiente para comprar os votos que ele [Michel Temer] precisa. Por isso tem havido diversas ações paralelas para tentar desviar o foco dessa reforma e a maior delas é essa questão da intervenção que ele está jogando como uma chantagem popular de que não vai haver intervenção caso a reforme passe”. Matsumoto explica ainda que não há rombo na previdência, fato este comprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Federal. “Se você olhar a CPI da Previdência comprova que não há nenhum rombo. Todos os anos centenas de bilhões de dólares são perdoados, principalmente dos bancos e das grandes empresas. Então, contra essa propaganda que estamos nas ruas mostrando a população que essa reforma não pode passar”. Com a seguinte agenda, “Se colocar para votar, o Brasil vai parar”, o diretor de finanças do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev-AL), Cícero Lourenço explicou que a expectativa da categoria é que o ato desperte a população em torno dos nomes dos deputados e senadores que apoiam a reforma da Previdência. Lourenço ressaltou ainda que a categoria esteve no maior terminal de passageiros aqui de Maceió, localizado no Complexo Benedito Bentes para conversar com a população. Eles também foram ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares para pressionar os parlamentares alagoanos que estavam embarcando para Brasília. A pressão dos movimentos existe para evitar que deputados votem favoráveis à reforma. Ato tenta mostrar prejuízos nas urnas aos deputados Segundo o coordenador jurídico do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal), Reinaldo Oliveira, na atual conjuntura política do país, o dia 19 para a categoria é na verdade um marco inicial das ações que irão fazer nesse ano eleitoral. “Todos os deputados tem ciência que se votarem a favor dessa reforma o povo vai dar o troco nas urnas. E é isso que nós estamos apelando através do ato. É um ato que leva consciência para a sociedade no momento histórico que estamos passando e que nós estamos prestes a pagar uma conta que não fizemos. Na verdade, nós sabemos que deputados, senadores, prefeitos, vereadores de todos os lugares do país tem feito décadas após décadas um surrupio de todo o erário brasileiro e nós estamos pagando um alto preço. Já veio a reforma trabalhista que levou todos nós a beira da informalidade”, analisa. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Girlene Lázaro, disse à reportagem da Tribuna Independente que a reforma não traz nenhuma vantagem para a classe trabalhadora e que o forte de resistência da categoria trabalhista fez com que o Governo Federal recuasse. “Acreditamos que ela não seja aprovada, a não ser que esse governo continue com as artimanhas que vem fazendo e que de fato os deputados indecisos sejam comprados. O povo precisa saber que essa reforma não nos serve e que só trará prejuízos”, finaliza.