Política

Por determinação da Justiça, João Lyra tem contas na Suíça bloqueadas

Usineiro e ex-deputado federal é investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Por Redação com Estado de S. Paulo 02/02/2018 12h05
Por determinação da Justiça, João Lyra tem contas na Suíça bloqueadas
Reprodução - Foto: Assessoria
Por determinação da Justiça da Suíça, o usineiro e ex-deputado federal João Lyra está com suas contas no país europeu bloqueadas por tempo indeterminado devido a suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão levou em consideração uma investigação no Brasil em que o senador Fernando Collor (PTC) também é alvo. As informações são do jornal Estado de S. Paulo. De acordo com autoridades públicas suíças, uma filial do Grupo JL teria fechado contratos para vender etanol por meio de pagamento de propinas. Segundo as investigações, que têm por base os documentos divulgados no “Panama Papers”, João Lyra era representante da Refill Trading Corp, com sede no Panamá e com contas no banco suíço Pictet. A apuração contra o usineiro alagoano iniciou em novembro de 2015 e, inclusive, contou com o sequestro de sua conta bancária pelo Ministério Público da Suíça. O envolvimento do senador Fernando Collor na investigação brasileira se dá porque ele teria intervindo diretamente para que a BR Distribuidora contratasse a Usina Laginha Agro Industrial S/A, de João Lyra. Segundo a reportagem do Estado de S. Paulo, “em 2010, a BR Distribuidora fechou contratos com a empresa do usineiro, a Laginha Agro Industrial S/A, movimentando R$ 5 milhões e uma linha de crédito no valor de R$ 2,2 milhões. Sem garantias compatíveis com o alto risco das operações, a PF indica que as transações financeiras tenham gerado prejuízo ao erário no valor de aproximadamente R$ 9 milhões. Mas a investigação apurou que o negócio só foi fechado depois da intervenção direta de Collor. A PF concluiu que a concessão de mútuo e contratos sem garantias de ressarcimento representou o emprego indevido de recursos financeiros da estatal em benefício particular”. Contudo, na Suíça, Fernando Collor não é citado. Documentos mostram que no dia 3 de março de 2017, o inquérito sobre João Lyra foi enviado ao Brasil porque o usineiro não seria extraditado à Suíça para prestar depoimento. Esse mesmo mecanismo foi usado no caso de Eduardo Cunha (MDB). A defesa de João Lyra afirmou ao Estado de S. Paulo que não recebeu qualquer comunicado oficial sobre o bloqueio de suas contas e que ele não é investigado por corrupção ou lavagem de dinheiro. “A investigação não tem nenhuma relação com o caso de Lyra e se refere a outra personalidade no cenário nacional”, disse a defesa de João Lyra ao Estado de S. Paulo.