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Vladimir Putin nega que míssil que derrubou avião na Ucrânia seria russo

União Europeia, Otan e EUA pedem que Rússia reconheça responsabilidade na queda do voo MH17 em 2014

Por G1 25/05/2018 17h53
Vladimir Putin nega que míssil que derrubou avião na Ucrânia seria russo
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta sexta-feira (25) que o míssil que derrubou o voo MH17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia não era russo. A declaração é feita horas após Holanda e Austrália acusarem o Kremlin de envolvimento na tragédia que custou a vida de 298 pessoas, a maioria delas holandesas e australianas. "Não, certamente não", disse Putin durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, ao responder à pergunta do moderador do debate sobre se o míssil que derrubou o avião era russo, de acordo com a Efe. Os governos de Holanda e Austrália responsabilizaram formalmente a Rússia de "participar" da destruição do avião depois que o grupo internacional que investiga a tragédia informou na quinta-feira que o míssil utilizado pertencia a uma unidade militar russa. "Existem muitas versões, incluindo a versão de um míssil do Exército ucraniano, de um avião [ucraniano]. Mas não há nada [no relatório dos investigadores] que nos transmita confiança nas suas conclusões. Nem haverá sem a nossa plena participação na investigação", ressaltou o governante, ao lamentar que os investigadores não atendam aos argumentos da Rússia. A Equipe Conjunta de Investigação (JIT, em inglês), formada depois do desastre, revelou na quinta-feira (24) que o sistema de mísseis aéreos que derrubou o avião malaio pertencia a uma unidade militar russa, que o transferiu de Kursk (Rússia) até Donetsk (Ucrânia) um mês antes do ataque a esse território controlado por separatistas pró-Rússia. Jennifer Hurst, comandante da polícia australiana, fala ao lado de componente de míssil Buk recuperado do local em que caiu o voo MH17 da Malaysia Airlines em 2018 na Ucrânia (Foto: AP / Michael Corder) O Ministério da Defesa russo respondeu que o míssil que derrubou o avião malaio foi lançado de território controlado pelos militares ucranianos e acusou os investigadores de desprezarem os depoimentos das testemunhas do acidente. A pasta também acusou a equipe de investigação "de basear as suas conclusões em imagens (tiradas) das redes sociais e manipuladas com recursos gráficos por computador". A alta representante para a Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini, pediu nesta sexta-feira para que a Rússia assuma a responsabilidade na destruição da aeronave. Apelo internacional Mais cedo, os Estados Unidos pediram nesta terça-feira para que o governo russo "reconheça o seu papel" na destruição do avião da Malaysia Airlines. "É o momento da Rússia reconhecer o seu papel na demolição do MH17 e cessar a sua monstruosa campanha de desinformação. Exigimos que a Rússia responda os pedidos legítimos de Austrália e Holanda", declarou em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert. Em outro comunicado, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também fez um pedido à Rússia para que "aceite a responsabilidade e coopere". "A derrubada do MH17 foi uma tragédia mundial e os responsáveis devem prestar contas", completou.