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Casos de ebola na República Democrática do Congo chegam a 58; 27 morreram

OMS aponta para 'momento decisivo' no combate à doença e prevê vacinação de 10 mil pessoas

Por AFP e G1 23/05/2018 16h43
Casos de ebola na República Democrática do Congo chegam a 58; 27 morreram
Reprodução - Foto: Assessoria
A epidemia de ebola atingiu 58 pessoas, e matou 27, na República Democrática do Congo (RDC). A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o combate à doença está em um "momento decisivo" – 10 mil pessoas devem ser vacinadas no próximo mês. "As próximas semanas realmente nos dirão se esta epidemia se espalhará para áreas urbanas, ou se poderemos controlá-la", disse o diretor do programa de gestão de emergências da OMS, Peter Salama, durante uma sessão especial da organização em Genebra. "Estamos em uma encruzilhada, em um momento decisivo", ressaltou. A epidemia de ebola foi declarada em 8 de maio em Bikoro, uma cidade de 200 mil habitantes localizada no noroeste da RDC. Salama explicou à agência AFP que "ainda é muito cedo para saber para onde a [epidemia] irá". "Saberemos se vai se espalhar se houver casos adicionais nos grandes centros urbanos", ou se houver casos "em países vizinhos", acrescentou. Segundo a OMS, os primeiros casos apareceram no início de abril em uma área rural no noroeste da RDC, antes de se espalharem para Mbandaka, uma cidade de cerca de 1,5 milhão de habitantes localizada às margens do rio Congo e conectada à capital, Kinshasa, por vias navegáveis. Salama também explicou que a campanha para vacinar os profissionais da saúde e aqueles em contato com os doentes continua. A organização espera vacinar cerca de 10 mil pessoas até o final de junho. Esta vacina não deve ser considerada, no entanto, como uma "solução milagrosa", mas como "uma parte da resposta", apontou Salama. O membro da OMS lembrou que, mesmo se forem curadas do ebola, as pessoas ainda podem transmitir o vírus por via sexual durante meses, ou até anos. Na última sexta-feira (18), a organização considerou que o surto de ebola na RDC não reunia "as condições de uma emergência de saúde pública de alcance internacional", uma qualificação que permitiria à agência da ONU ter mais "forças no plano jurídico" para impedir os países de impor restrições às viagens, ou ao comércio, medidas que podem ser contraproducentes, explicou Salama. "A resposta a esta grave epidemia começou bem, mas ainda há um longo caminho a percorrer até vermos o fim", concluiu.