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Cuba vai às urnas para iniciar a despedida de Raúl Castro

Pela primeira vez em quase seis décadas, após a liderança dos irmãos Fidel (falecido em 2016) e Raúl, a presidência de Cuba recairá sobre outro sobrenome.

Por G1 11/03/2018 13h58
Cuba vai às urnas para iniciar a despedida de Raúl Castro
Reprodução - Foto: Assessoria
Os cubanos vão às urnas, neste domingo (11), para eleger os 605 membros da Assembleia Nacional do Poder Popular. Os políticos eleitos escolherão, em 19 de abril, o novo líder do país - que substituirá Raúl Castro. Pela primeira vez em quase seis décadas, após a liderança dos irmãos Fidel (falecido em 2016) e Raúl, a presidência de Cuba recairá sobre outro sobrenome. No entanto, a transição será gradual: Raúl, aos 86 anos, continuará no poder até 2021, mas como primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC). Mais de 8 milhões de cubanos são convocados a ratificar tanto os delegados de suas assembleias provinciais quanto os 605 nomes propostos para o Parlamento, lista peneirada por uma comissão de candidaturas que supervisiona o governista PCC, único autorizado a existir. Sem partidos Os candidatos propostos podem ou não ser membros do PCC e provêm tanto de eleições locais quanto de organizações sindicais e estudantis pró-governo. Partidos não participam. "Não concorrem partidos políticos, nem se financiam campanhas. A base para propor e eleger os candidatos é o mérito, a capacidade e o compromisso do povo", disse Raúl Castro em 2017. Na lista, está garantida a cúpula do PCC, incluindo Castro - seu primeiro-secretário-geral -, os líderes históricos da Revolução e 322 mulheres. Depois das eleições, o Parlamento aponta 31 membros para o Conselho de Estado, que selecionam, entre eles, o novo presidente. Días Canel: o favorito Raúl, de 86 anos, completa uma década de mandato, prazo-limite estabelecido por ele mesmo para exercer a presidência do país. Cubanos e analistas acreditam que ele será substituído pelo primeiro-vice-presidente, Miguel Díaz Canel, de 57 anos. Díaz Canel já garantiu, publicamente, a continuidade. "Sempre haverá presidente em Cuba defendendo a Revolução, e serão companheiros que sairão do povo", disse ele, em novembro passado. Embora seja das fileiras do PCC, ele é um personagem nascido depois da Revolução, que não faz parte dos chamados líderes "históricos". "Um cidadão cubano ostentará a primeira magistratura do país, mas não contará com a legitimidade conferida pelo processo triunfante em 1959 e por seu desenvolvimento posterior aos dois líderes que ocuparam a direção durante esse intervalo", opinou o acadêmico Julio César Guanche, no portal OnCuba. Os cubanos vão às urnas, neste domingo (11), para eleger os 605 membros da Assembleia Nacional do Poder Popular. Os políticos eleitos escolherão, em 19 de abril, o novo líder do país - que substituirá Raúl Castro. Pela primeira vez em quase seis décadas, após a liderança dos irmãos Fidel (falecido em 2016) e Raúl, a presidência de Cuba recairá sobre outro sobrenome. No entanto, a transição será gradual: Raúl, aos 86 anos, continuará no poder até 2021, mas como primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC). Mais de 8 milhões de cubanos são convocados a ratificar tanto os delegados de suas assembleias provinciais quanto os 605 nomes propostos para o Parlamento, lista peneirada por uma comissão de candidaturas que supervisiona o governista PCC, único autorizado a existir. Sem partidos Os candidatos propostos podem ou não ser membros do PCC e provêm tanto de eleições locais quanto de organizações sindicais e estudantis pró-governo. Partidos não participam. "Não concorrem partidos políticos, nem se financiam campanhas. A base para propor e eleger os candidatos é o mérito, a capacidade e o compromisso do povo", disse Raúl Castro em 2017. Na lista, está garantida a cúpula do PCC, incluindo Castro - seu primeiro-secretário-geral -, os líderes históricos da Revolução e 322 mulheres. Depois das eleições, o Parlamento aponta 31 membros para o Conselho de Estado, que selecionam, entre eles, o novo presidente. Días Canel: o favorito Raúl, de 86 anos, completa uma década de mandato, prazo-limite estabelecido por ele mesmo para exercer a presidência do país. Cubanos e analistas acreditam que ele será substituído pelo primeiro-vice-presidente, Miguel Díaz Canel, de 57 anos. Díaz Canel já garantiu, publicamente, a continuidade. "Sempre haverá presidente em Cuba defendendo a Revolução, e serão companheiros que sairão do povo", disse ele, em novembro passado. Embora seja das fileiras do PCC, ele é um personagem nascido depois da Revolução, que não faz parte dos chamados líderes "históricos". "Um cidadão cubano ostentará a primeira magistratura do país, mas não contará com a legitimidade conferida pelo processo triunfante em 1959 e por seu desenvolvimento posterior aos dois líderes que ocuparam a direção durante esse intervalo", opinou o acadêmico Julio César Guanche, no portal OnCuba. Segundo ele, a legitimidade virá mais da qualidade de sua "performance institucional", inclusão social na tomada de decisões e proteção de direitos "do que da qualidade da história pessoal do futuro presidente"