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OEA condena convocação de eleições na Venezuela

Maduro anunciou que iria adiantar realização de eleições presidenciais que deveriam ocorrer no final do ano para 22 de abril

Por Agência Brasil 23/02/2018 22h36
OEA condena convocação de eleições na Venezuela
Reprodução - Foto: Assessoria
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou hoje (23) a convocação de eleições presidenciais na Venezuela pelo governo de Nicolás Maduro. Dezenove países votaram a favor da resolução, cinco foram contrários e houve oito abstenções. A reunião foi convocada por Argentina, Brasil, Estados Unidos, México, Panamá e Santa Lúcia. O texto aprovado afirma que a convocação de eleições presidenciais pelo governo da Venezuela para o dia 22 de abril deste ano “impede a realização de eleições democráticas, transparentes e confiáveis de acordo com os padrões internacionais e contradiz os princípios democráticos e a boa fé”. A resolução diz que um processo eleitoral “livre e justo” é essencial para resolver a atual crise pela qual o país passa “de maneira democrática e pacífica”. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que iria adiantar a realização de eleições presidenciais que deveriam ocorrer no final do ano para o dia 22 de abril. A antecipação favoreceria o atual governo, por reduzir o tempo da oposição para se organizar e fazer campanha. A oposição declarou que vai boicotar as eleições o pleito. Maduro também anunciou nesta quarta (21) que vai adiantar as eleições legislativas que deveriam acontecer em 2020 para a mesma data de 22 de abril. A OEA também pede para que o governo da Venezuela reconsidere as “prematuras convocações de eleições presidenciais” e apresente um novo calendário eleitoral que permita que as eleições sejam realizadas com as garantias necessárias para um “processo livre, justo, transparente, legítimo e confiável”. Segundo a resolução, esse processo deve incluir a participação de todos os partidos políticos e atores venezuelanos sem qualquer tipo de exclusão, além de observadores internacionais independentes e liberdade de imprensa. O texto da resolução também pede que o governo da Venezuela implemente medidas para impedir o agravamento da situação humanitária no país, incluindo aceitar a assistência oferecida pela comunidade internacional. Posição do Brasil Durante a sessão, o chefe da missão do Brasil junto à OEA, embaixador José Luiz Machado e Costa, disse que a situação da Venezuela “se deteriorou a olhos vistos nos últimos meses” e que “a solução para os problemas venezuelanos está nas mãos do povo venezuelano”. O embaixador afirmou que as eleições “não reúnem as condições para expressar a vontade do povo venezuelano e, desse modo, encaminhar a solução da crise”. O embaixador também expressou a preocupação do governo brasileiro quanto ao “grande afluxo de nacionais venezuelanos que buscam abrigo em nosso território”.