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Sobreviventes de massacre em escola pedem controle de armas a parlamentares da Flórida

Cerca de 100 estudantes foram à capital do Estado, onde na terça a assembleia legislativa rejeitou pedido de projeto de lei proibindo venda de rifles semelhantes aos de assalto

Por Reuters e G1 21/02/2018 17h20
Sobreviventes de massacre em escola pedem controle de armas a parlamentares da Flórida
Reprodução - Foto: Assessoria
Estudantes ativistas da escola de ensino secundário do Estado norte-americano da Flórida na qual 17 alunos e funcionários foram baleados e mortos iniciaram uma marcha à capital estadual, Tallahassee, nesta quarta-feira (21), onde devem se reunir com parlamentares e pedir que armas de assalto sejam proibidas. O mais recente massacre a tiros em uma escola dos Estados Unidos incendiou um debate nacional já antigo sobre o controle de armas. Os alunos da escola Marjory Stoneman Douglas de Parkland, na Flórida, emergiram como os novos rostos do movimento de controle de armas. "Estamos aqui para pedir mudanças, e temos confiança de que a mudança acontecerá", disse Noah Kaufman, de 16 anos. "Conhecemos as questões, e sabemos quem está conosco e quem não está." Nikolas Cruz, ex-aluno de 19 anos expulso por problemas disciplinares, recebeu 17 acusações de assassinato premeditado no segundo maior massacre a tiros em uma escola dos EUA. Ele estava armado com um rifle de assalto semiautomático do tipo AR-15 que comprou legalmente de um vendedor de armas autorizado no ano passado, disseram autoridades. Portando cartazes com o slogan #NuncaMais, cerca de 100 estudantes da escola Douglas foram à capital do Estado, onde na terça-feira (20) a assembleia legislativa de maioria republicana rejeitou um pedido de um projeto de lei proibindo a venda de rifles semelhantes aos de assalto. No entanto, o senador estadual Bill Galvan, cotado como o próximo presidente da Casa local, sinalizou uma possibilidade de mudança pedindo um projeto de lei que eleve de 18 para 21 a idade legal para a compra de rifles de assalto, assim como se exige para armas de mão. A atual sessão parlamentar termina em 9 de março, o que deixa tempo suficiente para uma votação. O presidente dos EUA, Donald Trump, um grande defensor do direito às armas, deve realizar uma "sessão de consulta" com alunos e professores do ensino secundário na Casa Branca nesta quarta-feira. "Esta não é uma questão democrata ou republicana, é uma questão de vida", disse Kaufman. Muitos membros do grupo disseram ter passado a noite pesquisando a legislação e escrevendo discursos. O movimento de protesto liderado por jovens, que emergiu horas após o massacre, atraiu o apoio de grandes celebridades na terça-feira. O ator George Clooney, o diretor Steven Spielberg e a magnata midiática Oprah Winfrey doaram 500 mil dólares cada um para ajudar a financiar uma marcha que acontecerá em Washington. Também na terça-feira Trump disse que assinou um memorando instruindo o secretário de Justiça a criar regulamentações proibindo dispositivos que transformam armas de fogo em metralhadoras.