Interior

FPI descobre irregularidades no tratamento de esgoto e água distribuída para consumo

Agentes da força-tarefa emitiram notificações para que a prefeitura de Coruripe resolva as causas das irregularidades

Por Assessoria do Ministério Público de Alagoas 09/03/2018 15h45
FPI descobre irregularidades no tratamento de esgoto e água distribuída para consumo
Reprodução - Foto: Assessoria
Estação de tratamento de esgoto inoperante e fornecimento de água para população sem que tenham sido cumpridas as etapas necessárias para torná-la própria para o consumo humano. Esta foi a realidade encontrada pela Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do São Francisco) no município de Coruripe. Diante das irregularidades, os agentes da força-tarefa emitiram notificações para que a prefeitura resolva as causas das irregularidades identificadas e cumpra as normas estabelecidas pela legislação. O primeiro alvo dos fiscais da força-tarefa foi a estação de tratamento de esgoto de Coruripe. No local, eles encontraram muito abandono e equipamentos sucateados. Um exemplo são as bombas de recalque queimadas, substituídas por uma de pequeno porte, incompatível com a necessidade do empreendimento que está funcionando de forma deficitária. "Recebemos a informação que as bombas estão queimadas e pudemos observar uma tentativa improvisada de substituição, mas não tem adiantado. Na estação de Coruripe, existe apenas a drenagem do material que chega, sem obedecer nenhum processo característico de tratamento desse esgoto, que termina voltando para natureza praticamente como chega", disse Elizabeth Rocha, uma das técnicas que faz parte da força-tarefa. O Instituto do Meio Ambiente (IMA) intimou a prefeitura para que apresente o relatório de qualidade dos efluentes lançados, conforme exigido nas condicionantes da licença de operação. Com o documento, técnicos da instituição ambiental poderão averiguar com mais profundidade a forma como o esgoto está sendo tratado na cidade. Água sem cloro Está no Artigo 24 da Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011: toda água para consumo humano, fornecida coletivamente, deverá passar por processo de desinfecção ou cloração. Mas isso não foi o que os agentes da FPI do São Francisco encontraram nas análises realizadas na água coletada em diversas residências do município de Coruripe. Em nenhuma das mostras foi detectada a presença de cloro, o que caracteriza falta de tratamento adequado ao produto oferecido para a população. "A presença do cloro na água é prevista na legislação para resguardar a saúde da população. Há uma função importante que justifica a exigência. Não colocar o produto, ou colocar abaixo do que é determinado, é uma grande irresponsabilidade. Sem cloro, a água fornecida não está tratada e nem própria para o consumo", disse Elizabeth Rocha. Além disso, em alguns poços de captação de água foram encontradas irregulares como a falta de isolamento da área. “Iremos notificar os órgãos competentes pelo sistema de tratamento de esgoto e de distribuição de água, para que a prefeitura cumpra as normas estabelecidas de maneira rápida e eficiente”, disse a agente da FPI.