Interior

Delegacia Geral ignora a Justiça, carceragem de Colônia interditada está superlotada

Policiais civis trabalham como carcereiro e faxineiro em Colônia Leopoldina

Por Ascom Sindpol 31/01/2018 11h27
Delegacia Geral ignora a Justiça, carceragem de Colônia interditada está superlotada
Reprodução - Foto: Assessoria

O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sidnpol) constatou a desobediência da Delegacia Geral de Polícia diante da determinação da Justiça pela interdição da carceragem da Delegacia de Colônia Leopoldina devido às precárias condições. Desde 2016, que o Ministério Público entrou com ação de interdição da carceragem, a qual teve pedido acolhido pela Justiça. No entanto, a Delegacia Geral não respeita a decisão do juiz Gilvan de Santana Oliveira.

Na decisão, o magistrado determinou a reforma da carceragem e das condições estruturais da delegacia, mas que até o momento não foi obedecida. Existem sete presos em precárias condições. O vaso sanitário da carceragem está entupido. Os presos dormem no chão. A fiação elétrica da delegacia está exposta com risco iminente de curto circuito e incêndio, colocando em risco a vida dos policiais civis e dos detentos.

Na inspeção, realizada pela diretoria do Sindpol, constatou-se que a Delegacia Geral realizou uma reforma ‘maquiada’, dando um ‘banho de cal’ nas paredes para dizer que reformou, a fim de liberar a carceragem. “Enquanto isso toda a estrutura continua precária e insalubre. Os policiais civis estão tendo que conviver em um ambiente sujo e doentio, tendo que atender a população nessas condições”, denuncia o presidente do Sindpol, Ricardo Nazário.

O sindicalista destaca que há mofo, infiltrações, rachaduras nas paredes. "Há um buraco na parede do xadrez, feito pela Delegacia Geral, para dizer que o ar circula, deixando os policiais civis vulneráveis a situação de violência e de fugas de presos.

De acordo com ele, os presos estão passíveis de passar drogas ou armas, ferros, espetos, deixando os policiais civis em perigo devido ao improviso da Delegacia Geral.

Em todos os ambientes da delegacia, encontram-se entulhos, materiais de apreensões, como motos, automóveis e eletrodomésticos. O local é propício para pragas, insetos, mosquitos, ácaros que provocam adoecimento aos policiais civis e população. O alojamento é precário. A mobília também é velha e inapropriada.

O presidente do Sindpol também informa que a delegacia não possui mais a zeladora, e os policiais civis estão fazendo a limpeza da delegacia. “Os policiais civis estão trabalhando como carcereiro e faxineiro, lavando banheiro, passando pano na delegacia”, revela.

Foi realizado laudo pericial da Vigilância Sanitária, condenando as condições das delegacias. A perícia informa que os presos podem cavar túnel, pois o piso não é apropriado para a carceragem. “O Estado não pode colocar em risco a vida, a saúde e a integridade física dos policiais civis e da população”, alerta o presidente do Sindpol.

Do Sindpol, além do presidente Ricardo Nazário, também estiveram na delegacia os dirigentes Bartolomeu Rodrigues, Adriano Gama e Charles Alcântara.