Interior

Fossa agroecológica transforma vida de agricultores do Semiárido

Com baixo custo e de caráter produtivo das cisternas, já foram construídas 61 fossas equipamentos no Semiárido alagoano

Por Fonte: Agência Alagoas 05/11/2017 14h56
Fossa agroecológica transforma vida de agricultores do Semiárido
Reprodução - Foto: Assessoria

Um novo tratamento de esgoto com baixo custo e que não agride o meio ambiente, está beneficiando agricultores. A fossa agroecológica é construída a partir de pneus, areia e metralha, onde os materiais ficam enterrados no subsolo desempenhando o papel de filtros.

 Em Alagoas, a secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri) junto ao Instituto Terra Viva, já realizou a construção de 61 fossas neste primeiro semestre, dividindo-se entre os municípios de Lagoa da Canoa, Arapiraca e Coité do Noia.

 Com caráter produtivo das cisternas calçadão, atribuem a possibilidade de plantação de plantas com radiculares rasas, como banana, abóbora e maracujá. Cada agricultor que escolhe esse tipo de tratamento de esgoto recebe mil reais para adquirir os materiais necessários na construção.

 Para o secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Antônio Santiago, os benefícios econômicos e sociais envolvem ainda redução das internações médicas-hospitalares decorrentes da falta de saneamento básico; maior capacidade laboral do produtor rural e redução nos índices de faltas e desistências escolares.

 “As fossas agroecológicas representam aproveitamento agronômico do efluente de esgoto na forma de reuso de água e nutrientes, melhoria da qualidade de vida no campo, além dos ganhos ambientais”, assegura Santiago.

 A abrangência da fossa agroecológica é potencialmente maior, considerando que é uma tecnologia social de baixo custo, alta replicabilidade e divulgada por meio de uma rede extensa de instituições.

 O agricultor e adepto ao uso da fossa agroecológica, Miguel Vicente, afirma que está surpreso pelos resultados. “Não tem mau cheiro, em comparação ao método comum”, constata.

 O funcionamento do sistema não requer uma tecnologia de ponta e é bem simples. A água que é derramada pelos dejetos é filtrada e sugada pelas raízes das plantas, ajudando no reuso por meio das plantações.

 A agricultora Arlene Ferreira, contou que está satisfeita com suas plantações de abóboras a partir da nova fossa. “É uma maravilha, estávamos com muitos anos que plantações de abóboras não estavam dando certo por causa da seca”, explica Arlene.