Economia

Endividamento recua na capital, mas ainda alcança 189 mil consumidores

Pesquisa do Instituto Fecomércio AL aponta que apesar dessa redução, a inadimplência aumentou 5,38%

Por Assessoria 09/04/2018 11h44
Endividamento recua na capital, mas ainda alcança 189 mil consumidores
Reprodução - Foto: Assessoria
Dados divulgados pelo Instituto Fecomércio AL indicam que o número de endividados na capital alagoana reduziu 1,04% em março, o equivalente, em termos populacionais, a 2 mil pessoas. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) foi realizada em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nos últimos 10 dias de fevereiro em diversos pontos de comércio de Maceió. Se em fevereiro havia 191 mil (64,1% da População Economicamente Ativa - PEA) maceioenses endividados, atualmente existem 189 mil (63,4% da PEA da capital).  Desta redução, houve decréscimo de 1,92% no número de consumidores que estão atrasando suas contas. Apesar da redução no volume de endividados, a inadimplência aumentou 5,38%. Embora os indicadores deste mês sejam bons, quando comparado ao mesmo período do ano passado, o número de endividados na capital é 6,8% maior, assim como o número de pessoas com contas em atraso, 11,45%. Já o volume de inadimplência deste ano é 2,89% menor do que o registrado em março do ano passado. O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, observa que até fevereiro houve uma alta demanda de operações financeiras no Estado, envolvendo o pagamento com cartão de crédito, pedidos de empréstimos, concessão de crédito por meio de carnês e outros meios. “Em fevereiro, o volume financeiro movimentado por pessoas físicas ficou em torno de R$ 15.575 milhões. Em termos de pessoas jurídicas, a circulação foi de R$ 5.120 milhões. Esse desempenho apresenta estagnação em termos de demanda por crédito, mas com as pessoas físicas demandando muito mais crédito do que no ano anterior”, avaliou. Segundo o economista, em termos de inadimplências dessas operações financeiras, observa-se o mesmo comportamento entre pessoas físicas e jurídicas no Estado. Em dezembro de 2017, as pessoas físicas apresentaram a menor taxa de inadimplência do ano, 3,87%; mas a partir de janeiro, a inadimplência apresentou leve aumento, e em fevereiro ficou em 4,2%. Já as pessoas jurídicas que apresentaram taxa de 5,69%, em dezembro, tiveram 6,04% de inadimplência em fevereiro. “Esses dados confirmam que, em Maceió, ocorreu um aumento do endividamento por meio da contratação de crédito. E que apesar da inadimplência ter se elevado, tem mostrado, para Pessoas Físicas, estagnação em torno da média”, explica Felippe. De acordo com o levantamento do Instituto Fecomércio, em março, a principal forma de contratação de crédito dos consumidores foi o cartão de crédito, responsável por 79,5% das aquisições de mercadorias (redução de 0,6 p.p.). Os carnês voltaram a apresentar alta, ficando em 11,7% (alta de 4 p.p.), enquanto o indicador ‘outros tipos de dívidas’ registrou  7,2% (redução de 2,9 p.p.). O número de consumidores que possuem outros membros da família com contas em atraso diminuiu, saindo de 51,6%, em fevereiro, para 32,7%, em março. Já entre os 16,7% dos consumidores que estão inadimplentes, 5,6% informaram que sairão dessa situação em abril; número 1,6 p.p. superior a fevereiro. Ainda no universo de 16,7% inadimplentes, apenas 35,2% disseram que apenas pagarão parte da dívida, permanecendo inadimplente, enquanto 51% afirmaram não ter como quitar. O tempo de pagamento de atraso das dívidas gira em torno de 71,4 dias e a quantidade de meses para pagamento com uma dívida é 4,5 meses, em média. Em relação ao comprometimento da renda, os consumidores da capital reservam 21,7% dos seus salários para o pagamento de dívidas, valor dentro do limite de considerável positivo, que é de 30%.