Economia

Bovespa fecha estável em sessão com noticiário corporativo intenso

Volume financeiro somou 17,4 bilhões de reais, impulsionado pelas operações com os papéis de Suzano e Fibria

Por Reuters 16/03/2018 23h40
Bovespa fecha estável em sessão com noticiário corporativo intenso
Reprodução - Foto: Assessoria
O principal índice de ações da B3 fechou praticamente estável nesta sexta-feira, em sessão marcada por forte noticiário corporativo, com destaque para o anúncio da fusão entre a Suzano e a rival Fibria para criar a maior produtora mundial de celulose de mercado. O Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,05 por cento, a 84.886 pontos. O volume financeiro somou 17,4 bilhões de reais, impulsionado pelas operações com os papéis de Suzano e Fibria, além de ajustes relacionados ao rebalanceamento do índice FTSE All World, que inclui ações brasileiras. Na semana, o Ibovespa contabilizou queda de 1,7 por cento. O analista Christian Lupinacci, da Terra Investimentos, afirmou que o anúncio da fusão entre Suzano e Fibria foi um dos destaques da sessão, mas ele também atrelou o comportamento do Ibovespa a movimentos relacionados ao vencimento de opções sobre ações que ocorre na bolsa brasileira na segunda-feira. O exercício tem entre suas séries mais líquidas papéis com relevante peso no Ibovespa e costuma adicionar volatilidade ao pregão. Lupinacci ainda chamou atenção para a pouca volatilidade nos índices acionários norte-americanos, em sessão com vencimentos de contratos futuros e de opções em Nova York, o que ajudou a deixar o dia na bolsa brasileira mais travado, sem uma direção firme, dada a correlação relevante entre o mercado local e o norte-americano. DESTAQUES - SUZANO ON disparou 21,79 por cento e respondeu pelo maior volume financeiro negociado na bolsa, de 1,25 bilhão de reais, após anúncio de fusão com a rival FIBRIA, que despencou 10,22 por cento. Fibria movimentou 942 milhões de reais. Analistas do Credit Suisse afirmaram em nota a clientes que, nos preços atuais, a transação era mais favorável aos acionistas minoritários da Suzano do que da Fibria. De acordo com a Suzano, a estimativa de analistas de ganhos com sinergia na fusão entre 8 bilhões e 10 bilhões de reais é conservadora. Na máxima, as ações ordinárias da Suzano saltaram 30,77 por cento, para 30,60 reais, maior cotação intradia da história do papel. - ESTÁCIO ON saltou 8,98 por cento, em meio à repercussão favorável do resultado do quarto trimestre da companhia de ensino, com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subindo 87 por cento ante o último trimestre de 2016, para 238,4 milhões de reais, com a margem Ebitda ajustada subindo 12,4 pontos percentuais, para 28,4 por cento. - KROTON ON caiu 2,55 por cento, perdendo o fôlego mais positivo da abertura, também tendo no radar balanço trimestral, com a lucro líquido ajustado de 488,64 milhões de reais nos últimos três meses de 2017, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior. A maior empresa de educação superior privada do Brasil disse que está preparando as primeiras aquisições na área de ensino básico para meados deste ano. - BRADESCO PN subiu 0,26 por cento, mas ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,41 por cento, pesando no Ibovespa, em razão do forte participação na composição da carteira. - PETROBRAS PN subiu 0,56 por cento, após fortes perdas na véspera na esteira da divulgação do resultado com prejuízo. PETROBRAS ON avançou 1,08 por cento. No exterior, os preços do petróleo fecharam em alta. - BRF ON encerrou em baixa de 1,07 por cento, longe da mínima da sessão, quando caiu mais de 6 por cento, pressionada pela reação negativa à decisão do Ministério da Agricultura de interromper temporariamente a produção e certificação sanitária de produtos de aves da companhia exportados do Brasil para a União Europeia. O Ministério da Agricultura espera resolver a questão em até 30 dias, disse nesta sexta-feira o secretário de Defesa Agropecuária da pasta, Luiz Eduardo Rangel. - QUALICORP ON desabou 11,68 por cento, maior queda do Ibovespa, após resultado trimestral com queda na receita. Analistas do Credit Suisse cortaram a recomendação das ações para ‘neutra’ ante ‘outperform’ e reduziram o preço-alvo para 29 reais ante 42 reais anteriormente.