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Caminhoneiros seguem com greve contra alta de preço do diesel em Alagoas

Vans de transporte alternativo agora engrossam protestos pelas estradas

Por Com agências com Tribuna Hoje 25/05/2018 09h09
Caminhoneiros seguem com greve contra alta de preço do diesel em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Os caminhoneiros seguem de braços cruzados nesta sexta-feira (25) em protesto contra o aumento do preço do diesel no país. Em Alagoas, vários trechos das rodovias federal e estadual estão bloqueados pelos profissionais autônomos. Apenas estão sendo liberados veículos pequenos e de emergência.

A greve dos caminhoneiros foi suspensa em nível nacional, mas nem todos os grupos que bloqueavam as rodovias pelo Brasil aceitaram encerrar a interdição.

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A Polícia Rodoviária Federal de Alagoas (PRF/AL) fez um levantamento e indicou que, na BR-101 em Rio Largo (em direção a Messias) e na BR-346 em Palmeira dos Índios os bloqueios continuam. No trecho da BR-316 em Maribondo, a pista foi liberada, e em Santana do Ipanema, os protestos tinham sido suspensos na noite de ontem (24), porém foram retomados nesta manhã com vans de transporte alternativo.

Na AL-110 e 220, rodovias do estado, a pista também continua bloqueada. Os caminhoneiros montaram um acampamento no local.

Os caminhoneiros não aceitaram o acordo feito com o governo para suspender os atos por 15 dias.

Ônibus

A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) liberou as empresas para reduzirem em 10% as frotas em caso de necessidade de economizar combustível. Até o momento, só a Real Alagoas precisou reduzir, e apenas fora dos horários de pico. Com a paralisação, há dificuldade em abastecer os ônibus que fazem o transporte público de passageiros em Maceió.

De acordo com o Sindicato das empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb), por enquanto, só a empresa Real Alagoas precisou reduzir a frota em 10%, fora do horário de pico para que não afete o serviço aos passageiros. "A redução se deu porque a empresa recebeu a informação do Porto de Maceió que acabou o diesel S-10. E como forma de prevenção os 10% precisaram ser retirados de circulação, lembrando, fora do horário de maior fluxo de passageiros". As empresas, Cidade de Maceió, São Francisco e Veleiro, não precisaram ainda reduzir suas frotas. Possível desabastecimento preocupa supermercados A Associação dos Supermercados de Alagoas (ASA) manifestou preocupação com a possibilidade de desabastecimento no setor caso haja continuidade dos protestos em todo o país. No entanto, segundo o presidente da entidade, Raimundo Barreto, até o momento “não há evidências” de falta de produtos nos estoques. O receio é que itens com maior rotatividade, ou mais perecíveis, a exemplo de frios sofram primeiro o impacto. “O setor supermercadista trabalha com esforço para manter o perfeito abastecimento das lojas trabalhando com estoque médio de segurança nos produtos não perecíveis, mas a situação preocupa principalmente nos itens de hortifrúti, carnes, frios e laticínios refrigerados”, esclarece o presidente da entidade. Ainda segundo o presidente, a Associação dos Supermercados de Alagoas espera que o Governo Federal se sensibilize com a questão para que a população não seja prejudicada. “Temos acompanhado as negociações e, junto com a Associação Brasileira de Supermercados, buscamos sensibilizar o Governo Federal para que se encontre uma solução imediata e a paralisação nacional dos caminhoneiros seja encerrada, a fim de que a população não sofra com a falta de produtos básicos”, explica. REIVINDICAÇÕES Na pauta de reivindicações, caminhoneiros de todo o país querem a redução da carga tributária incidente no óleo diesel, PIS/Confis e Cide, para que seja possível uma redução real do valor do litro. O protesto foi convocado nacionalmente na última segunda-feira (21) e ainda não tem previsão de encerramento. “O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis realizado pela Petrobras, que dificulta a previsão dos custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios”, diz a Associação Brasileira dos Caminhoneiros.