Cidades

Julgamento do caso Franciellen é iniciado nesta quarta-feira (23)

Ministério Público quer a pena máxima aos acusados; vítima foi torturada e teve seu corpo queimado

Por Tribuna Hoje com assessorias 23/05/2018 09h36
Julgamento do caso Franciellen é iniciado nesta quarta-feira (23)
Reprodução - Foto: Assessoria
O Tribunal do Júri da 9ª Vara Criminal da Capital inicia nesta quarta-feira (23), o julgamento de Vanessa Ingrid da Luz Souza, Thiago Handerson Oliveira Santos, Saulo José Pacheco de Araújo e Victor Uchôa Cavalcanti, acusados de torturar e queimar viva a jovem Franciellen Araújo Rocha. Nayara da Silva será julgada somente pelo crime de tortura. O crime ocorreu em 14 de fevereiro de 2013 e o júri será conduzido pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim. Para o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, o Poder Judiciário pode dar uma resposta à sociedade com o julgamento desta terça-feira. Ele também comentou, antes do início do júri, o tempo entre o crime e o julgamento. “Esse tempo que demandou não foi por culpa do Ministério Público ou do Judiciário, mas por face do grande número de advogados que, defendendo os réus, impetraram um grande número de recursos, fazendo que o julgamento demorasse. Obviamente, que quando a distância entre o fato e o julgamento cresce, faz com que a sociedade esqueça um pouco os crimes, especialmente os de grande repercussão”, diz o promotor. Ele explica nem todos os réus são acusados pelos mesmos tipos de crime. “Vanessa, Thiago e Victor estão denunciados por homicídio doloso triplamente qualificado. Eles vão responder por doloso com motivo torpe, crueldade do fogo e dissimulação, pois a vítima foi levada para um apartamento, quando se dizia ser para uma festa, mas lá havia toda a cena para torturá-la, queimá-la e levá-la para o local onde foi executada. Já sobre os outros dois, o Saulo ficou apenas com uma qualificadora, o emprego do fogo; enquanto que a Nayara foi pronunciada pelo crime de tortura”, explica José Antônio Malta Marques. De acordo com o promotor, o Ministério Público Estadual quer a pena máxima para todos os réus. CASO Vanessa teria convidado amigos para uma festa em seu apartamento, prometendo fornecer bebidas e entorpecentes. Quando a festa começou, Vanessa questionou uma jovem sobre suposto relacionamento com seu o parceiro. A menor negou e apontou Franciellen como a pessoa que mantinha relacionamento com o companheiro de Vanessa. Neste momento, Vanessa Ingrid ordenou então que a menor atraísse a vítima para o apartamento.  Com a insistência da colega, Franciellen confirmou sua ida à festa com mais duas amigas. Na chegada, Thiago recepcionou a vítima com um murro no rosto, que caiu no chão e foi arrastada até o quarto onde se iniciou o espancamento por mais de duas horas, com murros, chutes, pancadas na cabeça, corte do cabelo com faca de mesa, queimaduras no rosto com pontas de cigarros, sobrancelhas raspadas e sufocamento com toalha molhada. Ao final da festa, ainda segundo a denúncia,  Vanessa teria dado R$ 10 reais para que as amigas de Franciellen fossem embora de táxi, ameaçadas para que não contassem nada a ninguém. Após esse momento, os acusados saíram no carro de Saulo, pararam para comprar gasolina, seguindo em direção ao conjunto José Tenório. Os réus teriam entrado em uma estrada de barro deserta e lá forçaram Franciellen a descer do veículo, conduzindo-a por vários metros onde a sentaram no chão, momento em que Thiago e Victor a imobilizaram com fitas adesivas, nos braços e nas pernas. Em seguida, Vanessa Ingrid teria reiniciado as torturas, até a vítima desmaiar. Neste momento, Franciellen teve o seu corpo embebido em gasolina pelos acusados, e Venessa Ingrid teria ateado fogo.