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Jaraguá Folia espera mais de 150 mil foliões neste final de semana

Blocos e grupos de maracatu estão nos últimos preparativos para desfilar toda alegria e irreverência na noite desta sexta

Por Lucas França com Tribuna Independente 01/02/2018 08h42
Jaraguá Folia espera mais de 150 mil foliões neste final de semana
Reprodução - Foto: Assessoria
O tão aguardado Jaraguá Folia agrega vários grupos já conhecidos pela população, como o bloco “Filhinhos da Mamãe” e o tradicional “No Escurinho é Mais Gostoso”, “Filhos da Pauta”, organizado por jornalistas alagoanos, além dos grupos de Maracatu. Os blocos e grupos que irão fazer parte das prévias já estão se preparando. “Os festejos carnavalescos vão oferecer aos foliões a alegria dos tradicionais blocos, além dos bailes de Carnaval e do já conhecido Jaraguá Folia. A expectativa é que mais de 150 mil foliões participem das prévias em mais de 130 blocos”, comentou o carnavalesco Edberto Ticianeli, um dos membros da Liga carnavalesca da capital. O Maracatu Baque Alagoano já está se preparando para os 10 anos consecutivos que faz apresentação e cortejo pelas ruas do Jaraguá. Serão 40 batuqueiros fazendo muito som para quem estiver nas ruas do tradicional bairro. O grupo fará apresentação no palco montado na Praça Marcílio Dias e, em seguida, sai em cortejo pelas ruas do Jaraguá. Para os representantes do Baque Alagoano, dois fatores fazem deste Jaraguá Folia uma ocasião mais especial para o Maracatu Baque Alagoano. O primeiro deles é o fato de este ser o 10° desfile do grupo. O segundo fator é que a prévia carnavalesca cai no dia 2 de fevereiro, data do aniversário do Quebra de Xangô. “A partir das 20h, os tambores irão ressoar pela Praça Marcílio Dias no Pólo dos Maracatus, junto com o Coletivo Maracatod@s. O Jaraguá Folia é a grande data do Carnaval de Rua de Maceió para os maracatus. Estarmos diante de nossa décima participação neste cortejo. Estamos muito orgulhosos do caminho que percorremos até aqui, especialmente tocando no dia do Quebra de Xangô, mostrando que apesar de toda violência física e simbólica contra a cultura e os costumes Afro em Alagoas, essas manifestações seguem resistindo”, afirmou Heloísa Sapucaia, coordenadora do Baque Alagoano. SURGIMENTO O Baque Alagoano foi fundado em abril de 2007, sendo o primeiro grupo de maracatu de baque a existir em Alagoas desde o Quebra de 1912. O Maracatod@s surgiu em 2012, após um grupo de amigos se inspirarem na festa de aniversário de cinco anos do Baque e fundar seu próprio grupo percussivo para aumentar a difusão e a presença do maracatu em Alagoas. A apresentação no Pólo dos Maracatus é totalmente aberta ao público, sem necessidade de compra de camisas ou abadás. Os dois grupos irão fazer uma apresentação com músicas antes de saírem no tradicional cortejo.   Filhinhos da Mamãe comercializa abadás para ajudar nas despesas   O bloco Filhinhos da Mamãe completa 35 anos de muito frevo e folia. Este ano, por questões financeiras, a organização comercializa abadás comemorativos para ajudar nas despesas e colocar a agremiação na avenida. [caption id="attachment_59015" align="alignleft" width="200"] Neste Jaraguá Folia, Mamãe completa 35 anos com direito a bolo e parabéns (Foto: Adailson Calheiros)[/caption] Mesmo com os abadás, o evento é aberto ao público em geral. “Vários blocos se juntam a Mamãe que encerra os desfiles no Jaraguá Folia. Os preparativos para sexta-feira estão indo bem. Começamos a vestir a Mamãe, representada por uma boneca gigante”, disse ontem Ronaldo de Andrade, organizador do bloco. Segundo ele, os abadás são poucos. Apenas 100 unidades, por R$ 35 cada para ajudar nas despesas. “Esperamos que até sexta todos tenham sido vendidos”, comenta Andrade. Para o organizador do bloco, chegar aos 35 anos é recordar a história  de Alagoas e sua evolução. “O bloco é um local de liberdade de aceitação e inclusão. Aqui não existe preconceito. A mamãe acolhe todos. Apesar do crescimento, muita gente ainda não está habituada com a diversidade do bloco. 35 anos, Bodas de Coral e esse ano a gente vai cantar os parabéns do bloco. Com concentração a partir das 20h e show a partir das 21h com Mel e convidados homenageando os cantores que já passaram pelo Filhinhos da Mamãe com a comenda que o bloco tem. Vamos trazer o Boi Lacral. Vamos fazer também o Concurso de Fantasias. Vamos ter a banda Filarmônica Santa Cecília puxando o bloco na concentração para a rua”, afirma Ronaldo, acrescentado que o bloco é objetivo de teses de doutorado e pautas em palestras.   Bloco Vulcão se prepara para encerrar as prévias do Carnaval   O Bloco Carnavalesco Vulcão da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) se prepara para o seu 82º desfile, mantendo a tradição com muita animação e encerrando as prévias deste ano na orla de Maceió. Diferente do Maracatu e Dos Filhinhos da Mamãe, o Vulcão não se apresenta no Jaraguá Folia. Ele entra em erupção na manhã do domingo (4), ao som da Banda de Música da PM. O tradicional bloco promete arrastar uma multidão pelas praias de Pajuçara e Ponta Verde. A concentração será na Praça Multieventos, a partir das 9h, e o bloco segue com destino ao antigo Alagoinhas. [caption id="attachment_59016" align="alignright" width="294"] Bloco Vulcão se apresenta no domingo pela manhã na orla de Maceió (Foto: Cortesia)[/caption] HISTÓRICO O Vulcão é o bloco carnavalesco mais antigo de Alagoas. Foi fundado em 1936 por Isaac Galvão Cruz, José Francelino Teixeira e outros policiais músicos da PM. Na época, foi criado para possibilitar que os militares que trabalhavam durante a festa do rei Momo pudessem logo em seguida também cair na folia. Com o passar dos anos, o bloco começou a sair fechando as prévias da capital. Durante o lançamento da edição 2018, o comandante-geral da PM, coronel Marcos Sampaio, reforçou a importância que o Vulcão tem para a história de Alagoas e iniciou uma campanha social para ajudar instituições de caridade. “Esse é o bloco mais antigo e mais seguro do Estado. Tem uma tradição que não pode deixar ser esquecida. E este ano estamos fazendo diferente. Além de brincar com segurança, nós iremos ajudar a quem precisa. Distribuimos camisas mediante a troca de dois pacotes ou uma lata de leite em pó, ou ainda por uma fralda geriátrica”, afirmou o coronel. A aceitação dos foliões foi tão boa que os abadás já acabaram.