Cidades

Pais pesquisam preço para comprar material escolar

Para economista, compra antecipada, à vista e na mesma loja pode render descontos

Por Lucas França com Tribuna Independente 09/01/2018 08h36
Pais pesquisam preço para comprar material escolar
Reprodução - Foto: Assessoria
Cadernos, lápis, bolsas, tintas, glíter, lixa de parede, isopor e até lã. Esses são alguns dos itens do material escolar pedidos por algumas escolas em Alagoas. E a correria nas livrarias e papelarias da Capital para pesquisar preço e tentar economizar já começou. “A lista de material escolar cresceu demais. Tem muita coisa que a meu ver são desnecessárias para uma criança de três anos. É lixa, papéis de diversos tipos, algodão, feltro, gliter, bola de isopor, anilina e muito mais. Tenho que pesquisar para vê onde está mais em conta por que é muita coisa. E olhe que isso é o material de uso coletivo. Ainda tem o individual. Se eu fosse dá o dinheiro para escola seria R$ 275 desse material. Estou pesquisando pra tentar comprar abaixo disso. Notei que teve um aumento em vários itens em relação ao ano anterior”, comenta a professora Luana Ferreira. Já no caso da auxiliar de serviços gerais, Roseane Barbosa, a lista da filha diminuiu por conta da mudança da série. “Ela vai para o terceiro ano. Então, a lista diminuiu. No entanto, o material coletivo aumentou”, conta. Roseane decidiu comprar o material todo em uma única loja para tentar um desconto e trouxe a filha para escolher. Mas, quando viu os preços resolveu levar tudo que estivesse mais em conta. “Geralmente trago a Vitória para escolhermos juntos os materiais. Ela sabe que tem que ser o que tiver mais em conta. Porém, do agrado dela. Ela queria o caderno do desenho Miracolous. Esse está um pouco caro. O de 10 matérias custa R$ 30. Vamos levar outro. Caso sobre o dinheiro no restante do material, a gente tenta levar ele”, explica Roseane. Vitória, de 7 anos, se anima quando a mãe comenta que se sobrar dinheiro, ela pode levar o caderno da personagem. VENDAS “Os matérias de desenhos animados, de personagens infantis sempre são mais caros. Geralmente os pais trazem os filhos, mas muitas vezes eles mesmos escolhem o que estão mais em conta”, comenta a vendedora Elaine Maria de Lima. Eduardo Ferreira Barbosa, dono de uma papelaria do Centro de Maceió, disse que o movimento está dentro do esperado. “Nesses primeiros dias do mês, geralmente os clientes estão pesquisando. A movimentação mesmo de vendas deve ocorrer lá para o dia 20 de janeiro. Eles estão preocupados com reajuste nos materiais. Mas o aumento foi pouco. Os cadernos tiveram um aumento significativo por conta dos impostos. A depender da marca, a diferença pode chegar de 20% a 30%. Aqui temos cadernos de R$ 5, R$ 15, R$ 20, R$ 30 e até mais”, comenta. ECONOMISTA Para o economista Rômulo Sales, comprar o material antecipadamente é a melhor opção. “Como geralmente as aulas começam em fevereiro, o ideal seria comprar no final de dezembro e início de janeiro para evitar aumento. O que puder ser adiantando é melhor. Outra dica é comprar tudo de uma só vez na mesma livraria e pagar a vista para ter um desconto maior. Caso não tenha dinheiro para pagar a vista, ainda é possível conseguir desconto em parcelas. É bom parcelar de forma que o seja confortável para pagar. Evitando juros e inadimplência”, orienta o economista.   ‘‘É preciso ficar atento com as listas’’   O Procon de Alagoas recomenda que é preciso ficar alerta tanto ao que é exigido na lista como ao aumento da mensalidade. De acordo com a assessoria jurídica do órgão estadual, é considerado prática abusiva exigir produtos de marcas específicas ou determinar que a compra seja feita na própria escola ou em um estabelecimento específico. Também é vedada a imposição como forma única o pagamento do “valor/taxa” que substitui a lista. “Fica a critério do consumidor escolher entre os produtos da relação dos materiais fornecido pela Instituição de Ensino ou pagamento da taxa disponibilizada por esta”, complementa o assessor jurídico do Procon/AL, César Caldas. [caption id="attachment_28622" align="alignright" width="200"] Escolas não podem exigir produtos de marcas específicas, explica o Procon (Foto: Adailson Calheiros)[/caption] O órgão disponibiliza em seu site uma lista exemplificativa dos itens que, de acordo com a lei N° 12.886/2013, não podem ser solicitados pelas instituições de ensino e a relação dos materiais que é permitido pedir, porém com restrições. Ainda de acordo com o órgão, o aluno tem o direito a receber de volta o material que não foi usado durante o ano letivo e a escola pode cobrar o material que não esteja na lista, desde que justifique a utilização dele por meio do seu planejamento pedagógico. MATRÍCULA De acordo com a última reunião do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Alagoas (Sinepe/AL), que contou com a presença do Procon/AL, em 2018 estima-se que o reajuste seja entre 8% a 10%. “Essa porcentagem levou em consideração o aumento dos gastos das escolas, como exemplos a energia e água”. O Procon Maceió também orienta os consumidores sobre quais materiais escolares  podem ser solicitados pelas instituições de ensino. De acordo com a Lei 12.886/2013, o custo com materiais, como giz, produtos de higiene, copos descartáveis e materiais de escritório, devem ser incluídos nas taxas já existentes, não podendo ser cobrado pagamento adicional ou seu fornecimento pelos pais. Caso haja alguma dúvida sobre a legalidade da lista de material escolar, o consumidor deve consultar o Procon Maceió pelo telefone 0800 082 4567 ou 98882-8326.  (Com assessorias)