Cidades

Festa, não! Profissionais passam a virada de ano trabalhando

Eles se desdobram para garantir serviços essenciais durante as comemorações para assistir a população

Por Evellyn Pimentel 30/12/2017 09h09
Festa, não! Profissionais passam a virada de ano trabalhando
Reprodução - Foto: Assessoria
Enquanto muitos comemoram a virada do ano velho para o ano novo, diversos profissionais estão na labuta para garantir serviços essenciais.  É o caso do enfermeiro Robério de Medeiros, de 33 anos, sendo 10 anos de profissão. A virada de ano para ele será de muito trabalho. “Eu sou enfermeiro e a gente depende de escala. Quando chega no fim do ano independente se você trabalhou no ano anterior, você vai trabalhar normalmente. É ruim por uma parte porque a gente deixa família, irmãos, mãe, toda essa questão a gente deixa, só que a gente já está acostumado, sabe que é da nossa profissão. Isso é diariamente. No nosso aniversário, por exemplo, comemora em outra data, não que não seja importante, mas temos o trabalho. Quando a gente escolhe trabalhar na área de saúde como médico ou enfermeiro, a gente já sabe que vai ser preciso abdicar de inúmeras coisas. Festas de fim de ano, Carnaval, São João, enquanto todo mundo está se divertindo, a gente está cuidando das pessoas, deixa a nossa diversão naquele dia para cuidar do outro” Segundo Robério existem dificuldades em conciliar o trabalho no dia festivo e o desejo de ficar com a família, mas o amor pela profissão fala mais alto. Ele afirma já ter se acostumado com a rotina de trabalhar durante datas festivas, mas diz que encontrou um ‘jeitinho’ de se confraternizar tanto com os colegas, quanto com os familiares. “Esse ano estou escalado em um hospital particular de Maceió. Ano passado eu não trabalhei na virada, mas trabalhei no feriado do dia 1º. Aí quando estamos de plantão a gente se confraterniza entre colegas de trabalho e depois quando arrumamos um tempinho, ligamos para a família ou liga antes e deseja que o próximo ano seja maravilhoso”, detalha. O enfermeiro acrescenta que mesmo sentindo falta de passar com a família, valoriza o fato de poder trabalhar. “Eu espero que no próximo ano eu continue trabalhando, já que a crise hoje tá grande. Infelizmente a gente passa o dia 31 trabalhando, mas damos graças a Deus porque temos um trabalho. E os milhares de brasileiros que não tem como trabalhar?”, ressalta. ESCOLHA Para taxistas, as corridas durante a virada não têm sido compensatórias Eraldo dos Santos, de 38 anos é taxista há 7 anos e conta que trabalhar durante a virada de ano ajuda na composição da renda. Mas segundo o taxista, garantir um extra tem seu lado ruim. “Deixar a família é o mais difícil, mas tem que deixar a família de lado um pouco e cair em campo para tentar garantir a renda de casa. A gente dá uma esticadinha, geralmente eu fico até umas 3h da manhã. Antes dava para fazer um dinheiro extra, mas agora com esses aplicativos fica mais difícil né”, afirma. Veterano ao volante, o também taxista Valdomiro Manoel, de 62 anos acumula 37 anos no ofício. De tanto passar as comemorações longe de casa, ele garante que este ano não irá trabalhar durante a virada. “Já trabalhei muito, agora não vou trabalhar mais não. Já trabalhei e não quero mais, cansei. Acho que não vale mais a pena, não rende o mesmo dinheiro de antes. Eu fico até o horário comercial e depois vou embora”, detalha. Para Antônio Silvestre, de 57 anos e taxista há 11, a concorrência com aplicativos dificulta a vida do taxista na virada de ano. Ainda segundo ele, retornar mais cedo para casa passou a ser mais vantajoso. “Eu prefiro estar em casa. Antes valia a pena, mas hoje não vale mais. Hoje está muito esculhambado, tem lotação, tem aplicativo e para mim não compensa ficar na rua. A gente antes ficava até meia-noite ou mais porque sabia que ia ganhar alguma coisa, hoje não”. De acordo com o taxista, o medo da violência também o motivou a deixar de ‘rodar’ durante as primeiras horas do Ano Novo. “A gente se arrisca muito, tem o risco de assalto. Já sofri tentativa de assalto durante uma virada de ano. A gente passa a noite rodando para lá e para cá, mas corre sério risco. É muito arriscado, tem muito bandido nas ruas, prefiro ficar com minha família e eles acham ótimo porque ficam mais tranquilos. Quando a gente está na rua, a família não tá sossegada, fica aquela aflição sem saber se vai chegar bem, se vai chegar vivo”, garante. À DISPOSIÇÃO A virada do ano também será de muito trabalho para os técnicos da Eletrobras Distribuição Alagoas. A empresa informou que disponibilizará 100 equipes entre os dias 29 de dezembro de 2017 e 2 de janeiro de 2018 para atuar na capital e interior do estado. “São 100 equipes que vão ficar em Maceió e no interior de plantão em pontos estratégicos a partir das 18h do dia 29 até as 8h do dia 2 de janeiro. É um procedimento padrão de datas festivas para que, caso haja alguma interrupção de fornecimento, as equipes consigam resolver o mais rápido possível”. Segundo a Eletrobras, o serviço segue um planejamento previamente definido e as equipes são informadas com antecedência sobre os horários e locais dos plantões. “Elas ficam de sobreaviso, caso tenha alguma ocorrência elas são deslocadas do ponto mais próximo até o local do problema”, informou a empresa por meio de assessoria de comunicação.