Cidades

Durante júri do caso Capitão Rodrigues, militares dizem que operação foi correta

'Devido a ele ser muito legalista, ele acabou confiando e morrendo nessa situação', diz companheiro militar da vítima

Por Dicom do Tribunal de Justiça de Alagoas 04/12/2017 15h43
Durante júri do caso Capitão Rodrigues, militares dizem que operação foi correta
Reprodução - Foto: Assessoria
A sessão de júri do réu Agnaldo Lopes de Vasconcelos já teve o depoimento de todas as testemunhas convocadas, durante a manhã e início da tarde. Na sequência, será interrogado o réu e realizados os debates entre acusação e defesa. O julgamento, no Fórum do Barro Duro, está sendo conduzido pelo juiz Anderson Passos, atuando pela 9ª Vara Criminal de Maceió, nesta segunda-feira (4). O capitão Rodrigues morreu após ser atingido por disparos de arma de fogo quando subiu o muro para olhar dentro de uma casa onde poderia estar um celular roubado naquele dia, em 9 de abril de 2016. O rastreamento indicava que o aparelho estava na área, mas posteriormente foi constatado que o celular estava, na realidade, em uma casa próxima. A vítima do assalto do celular, Felipe Rangel Jucá, afirmou ter certeza que o giroflex da viatura estava ligado. Relatou que o vizinho avisou que era a Polícia e que Agnaldo poderia abrir a porta. Disse que o capitão se identificou como Polícia desde o início, tendo proferido as palavras “abre a porta, porra, é a polícia”. Ainda segundo Felipe, o réu disse que abriria a porta, mas deu a entender que o portão estava quebrado, e não abriu. O cabo da PM Ângelo Máximo Dourado Barbosa, entretanto, negou o uso do palavrão ou a ocorrência de qualquer truculência. “A guarnição da rádio patrulha não trabalha dessa forma”, disse. “Capitão Rodrigues era um exemplo de companheiro, legalista, uma pessoa do bem, que só tinha coisas boas pra passar. Uma pessoa dedicada à corporação, que vinha somando à instituição. Infelizmente, devido a ele ser muito legalista, ele acabou confiando e morrendo nessa situação”, afirmou o PM. O policial Ênio Bolivar de Albuquerque reforçou que a abordagem foi feita de forma correta. Segundo ele, era necessário olhar dentro da casa, por cima do muro. “Como era um flagrante, o policial tem por obrigação verificar o que estava ocorrendo no local. Ele olhou de forma rápida, com toda a segurança possível”. O pastor evangélico Diego José Paulino da Silva, vizinho do réu, presenciou o fato. Ele afirmou que o giroflex estava desligado. Questionado, relatou que o condomínio tem problemas de segurança. “Naquela época, estavam ocorrendo muitos assaltos”, disse. Ele contou que os moradores conversavam sobre isso em um grupo no Whatsapp. Klarita Omena Rose Santos Rodrigues, viúva da vítima, falou sobre as qualidades humanas do capitão Rodrigues. “Ele me ensinou a ser uma pessoa melhor. A minha dor maior é a falta do rodrigo na criação do meu filho. Porque eu sei o pai que ele podia ser, um exemplo de honra e dignidade”. Matéria referente ao processo nº 0700259-57.2016.8.02.0067.