Brasil

Grupo de professores são hospedados por moradores em Piracicaba

Sem condições de voltarem para casa por falta de combustível em postos, moradores próximo a escola hospedaram aos educadores.

Por G1 29/05/2018 21h14
Grupo de professores são hospedados por moradores em Piracicaba
Reprodução - Foto: Assessoria

Professores da Escola Municipal Antonio Rodrigues Domingues, no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Piracicaba (SP), foram hospedados por vizinhos da unidade de ensino, após as aulas desta terça-feira (29), por não terem condições de voltar para casa ou retornar ao serviço no dia seguinte, devido ao desabastecimento em postos. O grupo diz que a prefeitura não cedeu o espaço da escola para que eles dormissem no prédio público. A Secretaria de Educação diz que não foi procurado.

Por volta das 18h30, cerca 19 servidores se concentravam em frente à unidade, que atende 263 alunos. Segundo educadoras, 50% do corpo docente é de outras cidades - Santa Bárbara d'Oeste, Limeira e Rio Claro - e não tem condições de ir para casa e voltar dar aulas nesta quarta-feira (30). Eles apontam como problemas a restrição dos horários de ônibus do transporte público. Também dizem que a prefeitura foi procurada, mas não apresentou soluções.

A professora Shirley Gonçalves dos Santos relatou que já teve uma pane seca com sua moto, durante a semana, quando voltava para casa. "Na hora de ir embora, ontem, eu estava entre Tanquinho e Iracemápolis e minha moto acabou a gasolina no meio do caminho e eu tive que ficar lá no escuro, preocupada. Nisso, uma colega de serviço tava passando e parou, esperou meu marido chegar pra poder ajudar. Meu marido chegou e teve que empurrar a moto até no posto pra alguém poder chegar pra poder chegar em casa", contou.

"Nós queremos trabalhar sim, mas nós queremos um suporte [da prefeitura]. Até amanhã sabemos que podemos trabalhar. E segunda-feira se não voltar ao normal? O que vamos fazer? Então, eles têm que tomar uma providência", afirmou.

Outra docente afirmou que as funcionárias estão tendo de pegar ônibus às 7h e 8h para chegar para trabalhar ao meio-dia. O grupo também ressaltou que a intenção inicial era dormir na unidade, para não afetar as aulas, mas que isso não foi permitido pela administração municipal. "Os professores não estão se negando a trabalhar", ressaltou uma das servidoras.

Solidariedade

Após cerca de duas horas em frente à unidade, o grupo recebeu a ajuda de moradores. Uma vizinha ofereceu uma casa que estava para alugar, com duas camas de casal e uma de solteiro e outro grupo se hospedou na casa da amiga de uma docente. Outras pessoas que residem no bairro levaram pão, refrigente e café para que eles se alimentassem.

A Secretaria Municipal de Educação informou que não vai se manifestar porque não foi procurada pelas professoras.