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Seis ex-presidentes do Metrô de SP se tornam réus por compra de trens de R$ 615 milhões

26 trens ficaram sem uso porque Linha 5-Lilás não estava pronta; Atual secretário dos Transportes de São Paulo está entre os réus

Por G1 18/04/2018 11h04
Seis ex-presidentes do Metrô de SP se tornam réus por compra de trens de R$ 615 milhões
Reprodução - Foto: Assessoria
A Justiça de São Paulo tornou réus seis ex-presidentes do Metrô por improbidade administrativa pela compra de 26 trens por R$ 615 milhões que ficaram sem uso porque a linha 5-Lilás não estava pronta. Quem virou réu: Jorge Fagali - ex-presidente do Metrô Sérgio Avelleda - ex-presidente do Metrô e atual chefe da gabinete da Prefeitura de SP Peter Walker - ex-presidente do Metrô Luiz Antonio Pacheco - ex-presidente do Metrô Clodoaldo Pelissioni - ex-presidente do Metrô e atual secretário de Transportes Metropolitanos Paulo Menezes de Figueiredo - ex-presidente do Metrô Jurandir Fernandes - ex-secretário de Transportes Metropolitanos Laércio Biazzotti - ex-executivo do governo de São Paulo Além dos nove réus, o Metrô também terá que responder na Justiça. Na decisão, o juiz Adriano Marcos Laroca afirma que “segundo informações técnicas constantes dos autos, o teste definitivo do trem só poderia ser realizado na própria linha e, mesmo estando os trens parados sem uso em diversos locais, há mais ou menos quatro anos, além de outros desgastes do produto adquirido, e também o serviço de assistência técnica que pode ter sido afetado, exigindo nova contratação”. Em 2010, o governo de São Paulo determinou paralisação das obras da linha onde o trem seria usado por causa das denúncias de irregularidades no processo de licitação. Recentemente, os responsáveis pelas obras foram condenados. Mesmo com as obras paradas, em 2011, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) comprou os trens. Na ação, que agora foi aceita, o promotor Marcelo Millani afirmou que "os trens estão abandonados e foram vandalizados". A denúncia foi antecipada pelo Jornal Hoje em 2016. A investigação apontou ainda que os trens novos têm bitolas diferentes, informação que o Metrô nega. Na decisão judicial, o juiz diz que agora essa questão poderá ser esclarecida. A Linha-5 Lilás liga o extremo sul de São Paulo a região central. A obra foi prometida para 2014 e teve a estação Moema inaugurada em abril, na última semana de Geraldo Alckmin no cargo de governador. A TV Globo e o G1 procuraram o Metrô, a Secretaria de Transportes Metropolitanos e com a chefia de gabinete da Prefeitura de São Paulo, onde está Sérgio Avelleda, ex-secretário de Transportes da capital, o ex-secretário Jurandir Fernandes e aguarda posicionamento.