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Erosões ameaçam escolas e residências em Góias

Várias famílias já tiveram que deixar seus imóveis devido ao perigo que as crateras provocam

Por G1 25/02/2018 08h45
Erosões ameaçam escolas e residências em Góias
Reprodução - Foto: Assessoria
Moradores de Goiânia e cidades do interior de Goiás sofrem com erosões gigantescas que ameaçam não só residências, mas também creches e até mesmo redes elétricas. Várias famílias já tiveram que deixar seus imóveis devido ao perigo que as crateras provocam. A situação é tão crítica que um dos buracos chega a ter cerca de 2 km de extensão. Na capital, a casa da funcionária pública Lúcia Ladijane corre o risco de ser engolida, o que a deixa apavorada. "A gente não tem sossego pra dormir, pensando que a chuva possa levar nós", desabafa. No local, a avenida está praticamente desaparecendo. A chuva rasgou o asfalto por mais de 500 metros. Em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana, o maior risco está em uma creche, ainda não inaugurada, que custou R$ 1,5 milhão, e foi construída a menos de dez metros de uma erosão. Noutro ponto da cidade, o problema atinge um poste da rede elétrica, que está prestes a ser engolido por um buraco. Funcionários da companhia de energia elétrica o removeram antes e recolocaram-no dez metros à frente. No entanto, a erosão segue avançando. Risco quilométrico A situação mais crítica em relação ao assunto é em Planaltina, no Entorno do Distrito Federal. Com 2 km de extensão, o buraco já fez dez famílias deixarem a região. A doméstica Nair Pereira dos Santos teve a casa arrastada. "Você vê as coisa desabando tudo de uma vez. Foi caindo barrancos, rachando tudo dentro de casa e teve que tirar as coisas correndo", lembra. A Defesa Civil monitora o local, onde vivem 100 famílias. Para resolver o problema, a prefeitura diz precisa de um aporte no valor de R$ 40 milhões. Para a doutora em geotécnica Andrenilsa Santos de Jesus, as administrações municipais precisam fazer estudos mais detalhados do solo antes de construir. "O dinheiro para recuperação de um processo de degradação como esse sai dos cofres públicos. Então a gente tem sempre que pensar nisso e lembrar que a prevenção ela sempre vai sair mais barato", destaca. Respostas A Prefeitura de Goiânia disse que a responsabilidade sobre a casa de Lúcia é da Sociedade Goiana de Cultura, que disse aguardar a aprovação de projetos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para iniciar as obras de drenagem. Já a prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que aguarda o fim do processo licitatório para começar as obras de contenção da erosão da cidade. Sobre a creche, o órgão disse que a inauguração deve ocorrer ainda neste ano, mas ainda não há um prazo para isso. Sobre a subestação de energia, a empresa responsável disse que está acompanhando a situação do solo na região e destacou que vai notificar a prefeitura sobre o avanço da erosão. Por fim, o Ministério da Integração informou que liberou R$ 1,3 milhão para o município - de um total de R$ 4 milhões aprovados - para obras emergenciais. Segundo o órgão, em 2015, ano que os recursos foram repassados, a prefeitura considerou o valor suficiente para o serviço e não solicitou o restante.