Brasil

FAB descarta falha em queda de avião que matou ministro Teori Zavascki; veja relatório

Relatório sobre queda aponta que piloto não tinha "condições mínimas de visibilidade" para pousar aeronave

Por R7 22/01/2018 17h20
FAB descarta falha em queda de avião que matou ministro Teori Zavascki; veja relatório
Reprodução - Foto: Assessoria
O acidente que ocasionou a morte do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki outras quatro pessoas não foi ocasionado por “falha ou mal funcionamento da aeronave”, revelou o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) nesta segunda-feira (22). De acordo com o relatório final desenvolvido pelo órgão da FAB (Força Aérea Brasileira) que apurava os motivos que levaram à queda da aeronave, também “não havia as condições mínimas de visibilidade requeridas para as operações de pouso e decolagem” no momento em que o avião caiu em Paraty. “As condições de baixa visibilidade e de curva à baixa altura sobre a água sugerem que o piloto tenha experimentado os efeitos da ilusão vestibular por excesso de [força] G e da ilusão visual de terreno homogêneo, tendo por consequência vivenciado uma desorientação espacial”, afirmam os investigadores. O relatório com a motivação da queda da aeronave foi apresentado exatamente um ano após o acidente. A investigação contou com 18 especialistas para apurar fatores humano, operacional e material. Para elaborar o relatório final da investigação, o Cenipa afirma que utilizou gravações de voz do cockpit, radar do controle de aproximação de São Paulo, radar meteorológico, imagens de satélite, câmara de segurança, entrevistas, pesquisas documentais, exames e testes. No momento do acidente, Teori era relator da Operação Lava Jato na Suprema Corte, o que levantou suspeitas sobre a real causa da queda do avião. Um dia após a tragédia, o filho de Teori, Francisco Prehn Zavascki, disse torcer "para que tenha sido um acidente". No início de janeiro, a PF (Polícia Federal) também descartou a hipótese de sabotagem no acidente. De acordo com as informações do órgão que apura as responsabilidades civis/criminais da queda, não foram encontrados sinais que indiquem uma ação que possa ter levado à queda do avião, como uma explosão interna. O acidente No dia 19 de janeiro de 2017, o avião Beechcraft C90GT, prefixo PR-SOM, decolou do aeroporto Campo de Marte, em São Paulo (SP) com destino ao aeroporto de Paraty (RJ). A queda ocorreu cerca de 30 minutos após a decolagem, a apenas 2 km de distância da cabeceira da pista onde deveria pousar. Além de Teori, o avião levava outras quatro pessoas: o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, de 69 anos, o piloto Osmar Rodrigues, de 56 anos, a massoterapeuta Maira Panas, de 23 anos, e a mãe dela, Maria Hilda Panas, de 55 anos. O grupo seguia para uma propriedade de Fuilgueiras no litoral fluminense. Segundo autoridades, chovia no momento do acidente e a visibilidade na região era baixa. O aeroporto de Paraty não possuía instrumentos para auxiliar o piloto no momento do pouso.