Brasil

Escritora denuncia ter sido vítima de estupro de motorista de Uber

Investigações indicaram que a associação criminosa, formada por três irmãos, utilizava documentos falsos

Por G1 28/08/2017 17h43
Escritora denuncia ter sido vítima de estupro de motorista de Uber
Reprodução - Foto: Assessoria

A escritora Clara Averbuck denunciou ter sido vítima de estupro de um motorista do Uber. Ela disse que ainda está decidindo se vai prestar queixa na Delegacia da Mulher. "O mundo é um lugar horrível pra ser mulher", afirmou Clara, de 38 anos, que mora em São Paulo. A empresa afirmou que o motorista foi banido.

"Bom, virei estatística de novo. queria chamar de "tentativa de estupro", mas foi estupro mesmo", escreveu Clara. "Tava bêbada? Tava. F*-se. "Não vou incorrer no mesmo erro de quando eu era adolescente e me culpar. Fui violada de novo, violada porque sou mulher, violada porque estava vulnerável e mesmo que não estivesse poderia ter acontecido também."

"O nojento do motorista do Uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando 'a bêbada'. Estou machucada mas estou em casa e medicada pra me acalmar", escreveu.

A Uber disse em nota que "repudia qualquer tipo de violência contra mulheres. O motorista parceiro foi banido e estamos à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher."

Clara disse que ainda não decidiu se vai à Delegacia da Mulher. "Estou decidindo se quero me submeter à violência que é ir numa Delegacia da Mulher ser questionada, já que a violência sexual é o único crime que a vítima é que tem que provar. Não quero impunidade de criminoso sexual mas também não quero me submeter à violência de estado. Justamente por ter levado tantas mulheres na delegacia é que eu sei o que me espera. Estou ponderando."

"Estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. A culpa não é minha. Eu sei. A dor, a raiva e a impotência também não me largam. Estou falando tudo isso para que todas as que me lêem saibam que pode acontecer com qualquer uma, a qualquer momento, e que o desamparo e o desespero são inevitáveis. O mundo é um lugar horrível pra ser mulher."

No ano passado, Clara postou ter sido vítima de estupro quando tinha 13 anos.